Se a poesia te procurar,
finja que não é com você,
deixe ela entrar
onde pensavas não existir
um outro lugar
onde pudesses ir,
onde o escuro acorda
e a claridão te põe a olhar
as mesmas coisas de modo outro,
onde o pouco será muito
e o muito muito pouco...
Se ela em tuas costas bater,
finja que não a reconheces,
deixe que ela te ensine a prece
dos que exalam poético olor,
dobre os joelhos,
feche os olhos,
nada mais pergunte,
te alcançou o invisível amor...
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