Olho as correntes às quais estive atado,
vejo-as de longe agora,
cada gomo um pecado,
a expiação que cora
a face de quem ama
sem nenhuma urgência,
respirar o ar da liberdade
que nem explica a ciência...
Abro os braços como se asas demoradas,
que alcançam centenas de milhas,
voo por sobre onde eu estava
preso ao som de mim mesmo
como um náufrago numa ilha...
Reparo na tez do relógio envelhecido,
que dentro de seu baço vidro
minha ampulheta sem areia,
aranha perdida sem teia,
fecha os olhos junto comigo...
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