O Papa diz que sim,
Putin diz que não,
a Coréia do Norte diz que enfim
tem o míssil da dissolução...
Os ingleses não aceitam refugiados,
menos ainda a Hungria;
pergunto: de que lado
está a poesia?
Sabe ela que não existe em quem morre no mar
tentando alcançar uma quase salvação;
afundada na lama humana,
a poesia deixa de bater seu coração...
Resta as imagens que vi na tv,
homens com filhos nos braços, estraçalhados;
só não viu quem não quis ver
a poesia, ao lado, aos pedaços...
A arte, esposa do desastre,
tem por nome de nascença, Caos;
seja aqui ou seja lá em Marte,
parece que só vingará o mal...
Bem, onde está a poesia?
No sangue que mancha a Síria,
no chão imaculado da Assíria
ou enjaulada na insensatez de todo dia?
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