Com seus espanadores de estrelas
varrem os anjos os quintais da terra
à procura de minúsculas centelhas
que pelo belo planeta erram...
Ciscos são da luz que chacolha seus abajures
à beira de Saturno, Marte ou Plutão;
às vezes se transformam em belos vaga-lumes,
em olhos de cisnes assustados em outra ocasião...
Caem em renitas cansadas de choro e desilusão,
aquecem corações expulsos da casa do amor,
tecem miúdos sentimentos, feitos à mão,
que revestem ferimentos que o ódio criou...
Senão, esquecidos são à beira de estradas,
apanhados são pelas crianças dos Arcanjos,
se transformam em colares, pulseiras iluminadas,
vivem às expensas do agora, sem ontem ou quando...
Ao te olhares no espelho, repares
se um brilho sai de tua alma incrustada,
se, num relance de um dos teus olhares,
brilha teu espírito de forma apaixonada...
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