Perguntem-me por que ando
e digo...tenho pernas...,
por que rio e digo...vale a pena rir,
de doer a barriga, de sorrir
a quem passa como tênue brisa
e nos acena, nos diz...bom dia...,
por que me recuso receber a visita do ódio,
é que o amor, prazeiroso, chegou mais cedo,
roubou as chaves do medo e o libertou...
Se queres saber por que escrevo, digo:
trouxe comigo um cesto de palavras,
que valem cada segundo
que à minha vida
foram dados,
caladas...
Faço com que voem,
se agarrem ao branco papel
como os pés da noite agarra o dia,
com que se juntem e espalhem
sobre a areia
esta única poesia...
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