Parte Dois
Eu olhei por todos os lados tentando encontrar alguma arma para me defender. Talvez eu pudesse deixa-la cortar meu pescoço assim morreria sem sofrer mais. Porém esta não era uma opção pela qual eu desejaria seguir.
Nós duas fomos liberadas das correntes em questão de segundos; segundos suficientes para que ela alcançasse a faca.
Parti para o ataque, mesmo se ter uma arma. Na verdade meu verdadeiro plano era conseguir fazê-la acreditar que a criança estava morta. Mas eu não sabia se ia conseguir, por isso optei por lutar primeiro.
Segurando seus punhos, esbravejei tudo sem perdão.
– A criança está morta! Morta! Emy me escute, ela está morta! – eu disse sem recuar a força exercida sobre seus braços.
Ela pareceu ficar ainda mais determinada. Deu um chute no meu estômago fazendo-me cair e me encolher de dor.
O show que estavam esperando já começou! Não resta dúvida do que fazer. É eu ou ela.
Definitivamente não tive escolha.
Por um breve segundo lembrei-me do que ouvi quando cheguei ainda um pouco sem saber onde estava, mas consciente o suficiente para ouvir o que as pessoas estavam dizendo.
– Oriente-as sobre como conseguir as armas. – Alguém pediu. E não estavam se referindo a mim.
– Digam-nas que é só pronunciar em voz alta qual é a arma escolhida, que ela escorregará pelo tubo até chegar à sala de Confronto.
Um toque, uma lembrança. Uma esperança.
Voltando rapidamente para o presente, gritei a plenos pulmões enquanto eu me retorcia para impedir que Emy cortasse meu pescoço muito embora ela já tenha cortado meus braços que sagram sem parar.
– Revolver! Um Revolver. – Gritei o quanto podia.
Rapidamente um Revolver desceu o tubo do qual eu lembrava e caiu em cima do único cômodo com estofamento.
Dei um empurrão rápido em Emy e corri para pegar a arma.
Agarrei-o e apontei para ela.
– Por favor, não faça isso! Eu preciso criar a minha filhinha! – Emy pediu delirando.
Arma destravada, dedo no gatilho. Pronta para matar.
Mas foi ai que eu percebi que nunca fui assim.
Nunca imaginei matar alguém. Principalmente alguém tão mentalmente indefesa. No entanto, eu pensei que não tinha escolha. Ela optou por me matar, agora estou optando por salvar minha vida.
Nunca vou me perdoar por isso! Pensei.
Pressionei o gatilho matando Emy. Seu corpo estremeceu ao encontro da bala e caiu como um muro sendo derrubado por martelos pesados.
Larguei a arma imediatamente enquanto pelo cômodo ecoava o retumbante som da vitória daqueles que queriam um assassinato:
– Parabéns, senhorita Evelise! Você é vencedora desta rodada. Pronta para a próxima?
Antes que eu pudesse responder ou até mesmo chorar, um gás foi liberado no cômodo fazendo-me tombar igualmente ao corpo inerte da vitima de hoje.
Assassina, pensei. Você é uma assassina.
Acordei com os aplausos. Eram milhares de palmas debatendo-se contra as outras. Um enjoo repentino chicoteou meu estômago apenas por ouvir os sons das risadas.
– Bem vindos á próxima rodada dos Jogos Mortais. Vamos agora sortear os próximos Jogadores.
O Homem que apresentava o Show deu breves passos até outro homem e pescou de suas mãos um envelope. Branco e outro preto. Neles estava escrito uma palavra: NÍVEL 2.
Entendi perfeitamente o que aquilo queria dizer.
Aquele envelope era do próximo jogador que eu deveria matar.
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