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CISNE DE VIDRO - VOCÊ ME AMA? VERDADEIRO OU FALSO?
Continuação de Cisne Negro - Beijada parte dois.
Wellington Almeida

Resumo:
Evelise é atacada por um Demônio em pleno primeiro encontro. O anjo é igual a um cisne vidro; lindo,deslumbrante mas seus cacos cortam, ferem.

TERCEIRO CAPÍTULO                      03

Anjo ou Demônio?

– Verdadeiro ou falso? – Perguntou ele um pouco hesitante.

Eu o encarei por um tempo.

– Sim – foi a única coisa que consegui dizer.

– Tudo bem. Qual é a primeira pergunta? – disse ele sorrindo, enquanto me avaliava.

– Porque você não gosta de sair comigo? – Eu perguntei.

Ele sorriu novamente, mas desta vez seu sorriso era diferente.

– Falso... Quer dizer, não é bem assim que as coisas funcionam. – Christopher sabia o que eu ia dizer.

– Por quê? – perguntei hesitante.

– Digamos que se eu sair com você... – ele parou, e continuou baixinho – Posso acabar não querendo ficar mais longe de você!

O tempo parou. Olhei fixamente para ele, e respondi:

– Não fique.

Christopher se aproximou de mim e pressionou meus lábios com os dedos e em seguida encostou os seus nos meus.

O tempo parou. Tudo não fazia sentido de onde eu estava. Eu queria paralisar este momento e torná-lo eterno.

De manhã acordei feliz. Estava pensando em Christopher, no quanto ele significa para mim.   Então recebi uma mensagem dele:

Vamos sair hoje?

Te pego ás 8;00hrs

Meu coração acelerou rapidamente. Meu primeiro encontro. Onde será que ele me levará?

Olhei para o relógio, apreensiva, Esperando-o. Meu coração havia decido em última hora a bater acelerado. Esquecer o ritmo.

A campainha tocou e eu fui atendê-lo.

Olhei para o espelho pregado na parede e respirei fundo. Sem gaguejar, sem gaguejar, por favor, Pensei antes de abri a porta.

– Oi – Christopher disse sorrindo.

– Oi – respondi visivelmente nervosa.

Fechamos a porta atrás de nós e fomos em direção á noite.


Ainda no carro observei as luzes que ficavam para trás com a velocidade que corríamos. Ele estava concentrado, segurando as duas mãos no volante.

Seu perfume pairava no ar. Inspirei-o disfarçadamente enquanto o carro perdia velocidade e Christopher esperava uma vaga estar disponível para estacionar.

Quando saí do carro descobri onde nós estávamos indo.

Um parque de diversões.

Christopher escolheu a melhor das opções. A roda gigante.

Caminhamos lentamente sobre olhares curiosos enquanto esperávamos nossa vez.
Christopher beijou minha testa com delicadeza enquanto admirava o brinquedo enorme á nossa frente.

De repente Christopher mudou sua expressão. Seus olhos passaram a vigiar algo. Tentei inutilmente olhar na mesma direção que Christopher olhava, mas seus olhos eram mais rápidos do que o meu. Então decidi perguntar.

– O que foi?

Esperei sua resposta.

– Nada de importante. – Ele tentou me tranquilizar.

Eu sempre soube de uma coisa. Quando alguém tenta te tranquilizar é porque tem algo de errado acontecendo. No entanto, Christopher não quer me preocupar, por isso não me contou.

– Antes de irmos à Roda gigante vamos comer uma maça do amor?

Balancei a cabeça concordando.

Eu realmente não podia querer mais do que o destino estava me proporcionando. Eu tinha o que nunca pensei que teria. Eu sinto o que jamais achei que podia sentir. E o mais importante: eu o tenho. Tenho Christopher. E isso é mais do que um dia sonhei.

Christopher mordeu sua maça e me beijou lambuzando seus lábios com o doce.
Mordi minha maça e repeti o mesmo que Christopher fez. Desta vez, demorei um pouco mais.

O parque estava quase vazio quando entramos na Roda gigante. Entrei primeiro, depois Christopher. Abaixamos a barra de proteção.    Quando ela começou a girar percebi que estávamos sozinhos.

O parque estava com as luzes parcialmente desligadas. Só a parte que estávamos tinha luz.

Mesmo assim a escuridão nos tomou por completo quando paramos na parte mais alta da Roda gigante.

– Eu te amo – Christopher disse.

Olhei para ele.

– Eu te amo – Confirmei também.

Seus olhos estavam brilhando sob a luz da lua. Christopher apoiou-se contra o banco e ficou meio de frente para mim, meio de frente para a barra de proteção.

– Não me deixe. Nunca – Ele disse.

– Não vou – prometi.

Seus lábios agora pressionavam contra os meus, o vento batia em nossos rostos como se selando algo eterno dentro de nossos corações.

A Roda começou a girar novamente. O meu coração pertencia á ele. O refúgio onde eu me sentia verdadeiramente segura e amada.


Christopher carregava o coração inflável que comprou/roubou para mim.

– Tome. Ele é seu. – Disse Christopher me passando o coração inflável.

– O balão? – perguntei sorrindo.
Ele sorriu do jeito mais perfeito possível e disse.

– Não.

– O que então? – perguntei enquanto Christopher apoiava minha mão em seu peito, perfeitamente em cima de seu coração.

– Meu coração. Cuide dele para mim. Ele pertence á você.

Não respondi nada apenas encaixei meus lábios nos dele novamente.

Eu não conseguia dominar minha mente, eu o amava e ele era meu. Só isso importava.


– Mas que bela cena! – Gritou alguém de longe. Pensei ter visto que estava em cima no ponto mais alto da Roda gigante, onde há pouco estávamos.

Christopher perdeu a inocência que seus olhos traziam quando me encarava. Agora seus olhos eram frios.

Senti um arrepio me percorrer.

Christopher agarrou-me pelo braço e começou a correr rapidamente.

– O que foi? – perguntei com medo.

– Só preciso tirá-la daqui. Mantê-la a salvo. –

Christopher não me ouvia mais, estava dominado pelo medo. Medo que corroía-me por dentro.

Embora eu ainda não soubesse o que estava acontecendo, eu sabia apenas de uma coisa. Não queria perde-lo. E deixa-lo enfrentar quem quer que fosse sozinho seria uma atitude egoísta e covarde.

– Não vou sair daqui sem você – eu disse parando bruscamente.

– Não posso deixá-la vulnerável assim. Ele quer matar você.

– Ele quem? – Perguntei tarde demais.

Algo que só podia ser asas abriu-se rápido demais. Uma velocidade que meus olhos não poderiam acompanhar.

Algo bateu contra meu corpo e fui arremessada para longe. Senti alguma coisa gelada descer pela minha cabeça. Sangue. Eu estava sangrando.

Primeiro veio á escuridão. Depois tudo se tornou claro demais e voltou a escurecer. A dor pulsava pelo meu corpo inteiro, eu podia senti-la em cada canto, espalhando-se por cada nervo e músculo que eu possuía.

– Humanas tão frágeis... – Disse o homem com asas negras.

– Deixe-a em paz. Venha e lute. – Disse Christopher, mas nada se encaixava. Lutar?

– Não preciso lutar contra um inseto como você, Christopher. Prefiro mata-lo rapidamente. – Disse o homem.

– Não seja idiota, Jimmy. – Christopher esbravejou.

O homem cujo nome era Jimmy avançou sobre Christopher agarrando-lhe o pescoço e arremessando-o contra a arquibancada.

Christopher chocou-se contra o concreto que se espatifou violentamente.

Soltei um grunhido e desviei o olhar. Minha vontade era de pedir, gritar se preciso fosse, para que os dois parassem. Mas era uma luta e apenas um poderia ser o vitorioso.

– Brincando com humanas, amigão, que coisa feia. Aposto que essa aí é importante para você. E exatamente por isso que vou mata-la.

Jimmy voou extraordinariamente rápido em minha direção, encolhi-me esperando mais dor, mas Christopher o socou, mandando-o para a pista do Bate-bate.

Christopher me pegou em seus braços, eu não sabia o que ele era, mas sabia que não era humano.

– Fique comigo... Por favor... – Ele suplicou.
Voamos. Quando estávamos prestes a sair do campo de visão de Jimmy algo voou como num estrondo seguindo de um grito em nossa direção. Um carrinho do bate-bate.

Christopher jogou-me em direção a uma cama elástica, e embora a altura em que caí nela não fosse muito alta senti uma pontada de dor e de repente eu não tinha mais ar. Meus pulmões clamavam por ar.

Tudo apagou. Apenas lembrei-me.

Os meus pensamentos agora organizados, conseguiram chegar a uma única conclusão do que era aquilo em minha frente; era sem sombra de dúvida um anjo, um perfeito e adorável anjo.


Adormeci em seu peito. Acordei com o beijo do vento soprando em meu rosto, o cabelo perdendo-se na mesma brisa. Estávamos voando bem alto, o céu escuro parecia um infinito diante de nós, o tempo aqui, as horas; os minutos e os segundos não poderiam coexistir juntos mais, eram desiguais.

Eu e o anjo que me carregava, tínhamos um laço. Forte e resistente. Eu sabia que o adeus era só questão de tempo, mas mesmo assim me aninhei ainda mais em seus braços e esqueci o tempo.
Nada mais entrava em foco. Eu era dele e ele era meu, nós pertencíamos um ao outro.

E por último, lembrei-me dele;

– Não chore. Eu estou aqui – Christopher pediu, expulsando com rapidez as lágrimas traidoras, que me entregaram, revelando minha tristeza.


Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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