Não tenho te visto,
nem nos bares, academias, salões de beleza,
mercearias, cafeterias, padarias, igrejas,
achei até que se tivesse mudado de país,
encontrado outra forma de ser feliz,
seu endereço não se acha nas listas,
parece que sumiu, ninguém sabe,
ninguém viu, ninguém tem uma pista,
nem os parentes tem qualquer informação,
dizem que és um desalmado, um sem coração,
mas o que se sabe, até agora,
que sua fechada casa não mais se abriu,
cresceram os pés de amora,
os mamoeiros estão empencados,
o mato cresceu como cabelo,
dizem que isso é por desmazelo,
outros acham que morreu por bala de fuzil,
porém, perguntado que foi do seu paradeiro,
uns dizem que foi meditar no Himalaia,
outros dizem que sujeitos de sua laia
devem muito e por isso desaparecem assim,
de repente, como se nunca tivessem
existido de verdade,
sempre próximos, muito próximos do fim...
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