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Jogos Mortais - Atreva-se a Me Matar.
Wellington Almeida

Resumo:
Inspirado no filme Jogos Mortais. Que os jogos continuem!

Era tarde da noite ainda quando sob o meu livro predileto eu lia as últimas páginas, que aliás, eram as minhas preferidas. O livro terminava em uma frase penetrante. Eis a frase:

''Aqueles que desconhecem o perigo são os que dele estão resguardados, imbecis os que sabem sobre este, porque ele será o motivo de sua morte.''

Era inevitável a minha pergunta:será que estou pronta para conhecer o meu perigo?

Prometi a mim mesma que não iria chorar. Mas, todas as vezes que a palavra despedida é mencionada perto dos meus pais vira um diluvio de lágrimas.

Mas, preciso mesmo ir. Quero uma nova vida. Preciso de uma vida diferente, ate mesmo porque estou indo morar juntamente com minha amiga Scarlet. Nós duas iremos morar juntas em um prédio que funciona como uma república para jovens universitários.

Minha mãe adora conversar; é um dos seus passatempos favoritos. E francamente, ela adora estar em um lugar que como ela mesma diz: junta o útil ao agradável.

Entretanto, o assunto agora precisa ser esquecido, não será alvo de suas opiniões. Eu estou indo embora, e é como se ela estivesse este tempo todo me abraçado fortemente e só agora, que estou partindo, me liberta da sua proteção. No fundo, no lugar onde ninguém pode ver que estou desabando por causa da partida, queria verdadeiramente que ela nunca me deixasse. Que seus braços fortes de mãe pudessem prender-me ali no lugar onde sempre quero estar quando a saudade apertar e as lágrimas não tiverem outra mão expulsando-a senão a sua.

O carro buzina e Scarlet chega para me levar.

Minha mãe ainda com os olhos marejados por conta das lágrimas ajuda meu pai com minha bagagem, muito embora meu guarda-roupa seja pequeno o suficiente para que eu precise apenas de uma das três malas que estou levando. Mas é obvio que eu preferi levar as roupas e objetos divididos entre as três malas, para que não ficasse pesado para eu transportá-las.

– Tchau filha, não se esqueça de me ligar todas as noites. – Ela ainda expulsava as lágrimas que caiam descontroladamente por seu rosto, e se depositavam no tecido de sua blusa de lã azul claro.

Antes de eu entrar no carro meu pai me abraçou, seu aperto fez com que eu, primeiro: desse para minha mãe mais um motivo para se emocionar e por segundo: permitisse-me chorar ao menos um pouco.

– Já estou com saudades! – Disse meu pai largando-me do seu abraço apertado. Ele recuou um pouco e me observou de uma maneira que apenas os pais observam seus filhos. A maneira de dizer: ‘’ela cresceu e agora está indo embora’’.

– Prometo ver vocês sempre, não vou me esquecer de ligar mãe! – Eu disse e entrei no carro.

– Até mais senhor e senhora Evans. – Scarlet disse aos meus pais, o carro então disparou cidade adentro.

As luzes dos postes me acordaram enquanto passávamos por dentro de uma pequena cidade que fazia parte do caminho para chegar ao nosso destino. Sempre fui a favor daqueles que possuem um diário para registrar coisas que jamais serão pronunciadas de uma maneira clara.

Eu estava querendo escrever agora. Mas, me faltava privacidade por isso eu esperei até nós chegarmos ao próximo hotel. Ele ficava em torno de 150 kl de onde nós estávamos.

Enfim chegamos a um hotel, depois de algumas horas de viagem e de algumas sonecas indevidas tiradas dentro do carro.

Fizemos o registro, pegamos a chave do quarto e subimos de elevador. O quarto era o 202 e ficava no segundo andar, o prédio dispunha de 300 quartos ao todo. Cem no primeiro andar, e outros cem no segundo e terceiro. Á primeira vista, e dando certa credibilidade, observei que o hotel não é lá essas coisas, mas é aconchegante.

Scarlet logo correu para ver se havia banheira, mas não havia nem sinal dela. Eu me contentei com o chuveiro mesmo. E fui a primeira a tomar banho.

Ok. Vamos resumir o meu dia. Em dadas circunstancias prefiro ser rápida ao me autoanalisar.

Primeiro me despedi dos meus pais, então segui viagem por entorno de 5 horas até chegar neste hotel, que de acordo com minhas contas deve ser o mais próximo da cidade-destino.

Comecei a arranhar uma música que me tranquilizava sempre que eu estava tensa. E no momento, se não estou tensa, estou á beira de um colapso nervoso. Foi então que ouvi a porta batendo primeiro logo em seguida um grito.

– O que houve Sky? – eu perguntei á Scarlet.

O silêncio se seguiu.

– Scarlet? – Chamei-a novamente.

Desliguei o chuveiro. As gotas caíam lentamente fazendo-as correr para o ralo como se fosse o sangue escorrendo de um ferimento. Enrolei-me na toalha branca do hotel e saí do banheiro, embora o silêncio que se prolongava me deixava ainda mais temorosa de prosseguir com meus arrastados passos.

– Scarlet? Se você esta brincando comigo saiba que não estou gostando muito dessa brincadeira.

As luzes se apagarão sozinhas.

Devagarzinho encostei-me à parede, procurando algo que não me deixasse tão desprotegida pelas costas. Tentava respirar o mais baixo possível.

As luzes ascenderam-se sozinhas. E eu gritei.

Scarlet estava em um rio de sangue em cima da cama. Seu corpo estava completamente mutilado, membros espalhados por toda parte do quarto. A linha tênue de sangue que escorria por debaixo da porta me deixou solidificada onde eu estava. Nem pra frente, nem pra trás. A parede estava com respingos do sangue. Do sangue da minha amiga. Agora morta. Mutilada.

Vesti-me rapidamente e desci as escadas com violência. Estava muito atormentada com a visão da enorme poça de sangue. Eu precisava de ajuda para sair dali, ir embora para os braços que me socorreriam a qualquer momento.

Fui á recepção do hotel, entretanto não havia ninguém nela. Voltei cautelosamente ao quarto para ligar para minha mãe, ou a polícia. Porém, o telefone estava mudo. Cortado ou sei lá o que.

Franzi o cenho tentando buscar uma solução para sair dali.

Parada. Você está parada. Pensei. Tinha que agir logo, rápido. Mas por onde, buscar á quem? Ajuda certamente não seria a alternativa disponível.

Peguei minha mala que estava jogada ainda perto da porta. O sangue que passava por debaixo da porta cintilava á luz branca do quarto. Limitava-me a olhar para o corpo. Era assim que eu chamava minha antiga melhor amiga. Um corpo, um cadáver.

Determinadas, porém intrusas, vieram sozinhas.

As lembranças descritas. Eram elas que fariam desse momento algo real, e não uma ilusão o que certamente era o meu julgamento. Primeiramente, vi meus pais e seus rostos afetuosos, depois vi minha imagem refletida num espelho. O que eu tenho na minha penteadeira. Olhos vazios, assustados e famintos. Famintos por algo familiar, protetor.

A inconsciência fisgou-me no mar das lembranças, entretanto meu toque as fez desaparecer. Misturar-se uma as outras, perderem-se todas.










Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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