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A Dama e o Lobisomem - Lua Cheia
Wellington Almeida

Resumo:
Quem disse que Lobisomens não amam? Tolos são aqueles que disse. O amor é livre para amar e ser amado, apesar da adversidades.

Os olhos castanhos deram lugar para os amarelos. Os temíveis amarelos. Aqueles de quando eu me transformo em lobisomem.

E eu estou com eles agora. Minha visão não é parcial ou limitada, ao contrário, ela é bem aguçada.
É extremamente eficaz.
Será que lobisomens se apaixonam? Pois é, eu acho que sim. Minha vida de alguns pra cá mudou bastante. Conheci Alice. Ela é o tipo de garota que qualquer garoto gostaria de namora-la, mas pra mim, as coisas ás vezes parecem impossíveis.

Marquei um encontro com ela hoje. Já está tudo organizado. Como hoje é noite de lua cheia, eu fico mais forte e mais descontrolado. Na festa todos estarão focados na paquera e na música, mas isso não será um empecilho para o inevitável acontecer. Por isso, eu devo sair antes que o relógio marque meia-noite e a transformação ocorra na frente de todos. Se eu fracassar, a meia-noite a lua cheia se posicionará no ponto mais extremo do céu, e as nuvens não serão um obstáculo para que ela faça sua parte em me transmitir força para o descontrole assumir meu corpo.

Quando tudo parece calmo demais, desconfie. Este é o alerta para mim hoje. Quando tudo parecer no lugar, esta é a hora de redobrar os cuidados. Já estamos na festa, á lua cheia mal equilibrada no céu...

Um cachorro preso á coleira começou a latir furiosamente para mim – os animais sabem quando alguma criatura da meia-noite esta por perto. Por instantes breves e suficientes, meus olhos ganham o tom amarelado do animal que habita meu corpo, e o outro animal – o cachorro – se abaixa em sinal de respeito. Meus olhos voltam ao tom normal, ao humano.

A música que estão tocando ganhou um tom suave, na verdade muito atípico para esse tipo de festa. Mas a música era simplesmente perfeita.

sua letra era assim;

Ela

Pode ser o rosto que eu não posso esquecer.

Um traço de prazer ou arrependimento

Pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar.

Ela pode ser a música que o verão canta.

Pode ser o frio que o outono traz.

Pode ser cem coisas diferentes

Dentro da medida de um dia.

Ela

Pode ser a bela ou a fera.

Pode ser a fome ou o banquete.

Pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno.

Ela pode ser o espelho dos meus sonhos.

Um sorriso refletido em um riacho

Ela pode não ser o que ela pode parecer
Dentro da sua casca


Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão.

Cujos olhos podem ser tão secretos e tão orgulhosos

Ninguém pode vê-los quando eles choram.

Ela pode ser o amor, que não pode esperar para durar

Pode vir para a mim das sombras do passado.

Que eu vou me lembrar até o dia que eu morrer

Ela

Pode ser a razão pela qual sobrevivo

O porquê e o motivo de eu estar vivo

A única que, que eu vou cuidar prontamente
ao longo dos anos durante as adversidades.

Eu vou pegar as risadas e as lágrimas dela

E farei delas todas as minhas lembranças

Para onde ela for eu tenho que estar

O sentido da minha vida é:

Ela, ela, ela.


Música de; Elvis Costello.

De repente era meia-noite, a lua cheia estava posicionada bem no alto do céu, meus olhos começaram a ficar diferentes; estavam ganhando o amarelo líquido que se injetava em minha íris enquanto a transformação ocorria. Os olhos da menina que eu amo olharam-me com medo, olharam-me com amor...

- Porque amor? – a besta fera perguntou, a fera era eu. Ninguém além de mim.

- Eu estou...! – Alice disse.

- Eu sei, mas eu não vou te machucar! – eu prometi a ela, enquanto as palavras da música á pouco rasgavam em mim o ser humano que eu era para dar o lugar a um mostro chamado Lobisomem.

- Se afaste! – o monstro em mim gritou enquanto ela aproximava as mãos para me tocar.

- Eu não tenho medo, eu amo você! – ela me disse, mas o medo era evidente em seu olhar.

- Vem vou te mostrar porque nos chamam de lobisomem – me aproximei um passo enquanto minhas feições voltavam a ser humanas, porém meus olhos verdes ainda permaneciam os do monstro. Amarelos... como a chama... que ardia dentro do meu peito.

- Venha minha Dama, eu nunca vou te fazer mal! – nos dois dissemos isso – eu, e o monstro.

Ela estendeu os braços para mim. Eu girei-a rapidamente para o encontro dos meus olhos. Inclinei-me para baixo ao alcance dos seus lábios; carnudos e doces. Nós nos beijamos a luz da lua cheia enquanto meus olhos... Amarelos... Mortais... Vagavam na escuridão da noite levando comigo minha presa... Meu amor... Minha dama.


Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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