Eu gostaria de saber para onde foram os bilhões de reservas cambiais que o ex-presidente Lula tanto se vangloriava? Que a presidente Dilma tanto se vangloriou no primeiro mandato?
De repente, as reservas cambiais sumiram dos discursos. Agora o que vemos é quase desespero. Um Deus nos acuda para tapar o rombo. O governo reeleito criou o um caos econômico. Para salvá-lo, Dilma trouxe os economistas com as ideias da oposição.
E se o governo petista se mostra medíocre para governar, a sua especialidade é ganhar eleições. O discurso para 2018 já está pronto. Tudo dando certo, eles dirão: Fomos nós que tiramos o Brasil da crise. Dando tudo errado, eles apontarão para a oposição e dirão: Olha só o que eles fariam com o país se estivessem no governo.
Não é difícil de explicar os motivos dos governos não conseguiram acabar com as crises em definitivo. As medidas para combatê-las começam pela base da pirâmide. A economia além de ortodoxa e míope é também estrábica. Só consegue enxergar para baixo.
Os maiores problemas com os rombos não estão na base da pirâmide. Eles estão lá no topo. E temos um exemplo simples. A nova equipe econômica fala em economizar 460 milhões com as mudanças do seguro-desemprego. Mesmo concordando que o seguro-desemprego se transformou numa grande farra, os 20 bilhões desviados da Petrobras pela corrupção é uma farra muito maior. Concordam?
O topo da pirâmide tem privilégios e regalias demais. Enquanto nossas contas ganham bandeiras e aumentos mensais, os deputados vão aumentar suas verbas de gabinete sem bandeiras. A Câmara de Deputados possui 18 mil servidores. Uma média de 30 para cada deputado. Qual é o custo do Poder Legislativo para o país? E seu custo-benefício?
É imprescindível que se crie bandeiras para os gastos dos três poderes de governo, e de todo o setor público. Que se acabe com a farra de certas regalias. E não adianta tentar camuflá-las distribuindo esmolas. A base da pirâmide não pode viver pagando a conta pelos rombos criados no topo para sempre.
Quem no topo da pirâmide estaria disposto a perder certos privilégios? Ou ter coragem para extinguir alguns? Quando se acostuma com o corporativismo da covardia, é mais fácil aumentar os impostos, e retirar benefícios dos que estão na base da pirâmide.
Nessa ladainha os governos procuram tratar a nossas doenças econômicas e de desperdícios a base de conta-gotas. Para uma cura total é preciso enxergar o topo da pirâmide. E quem está lá, infelizmente só se consegue olhar para o umbigo.
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