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As Cartas de Drake e Luíza - Uma canção de Amor
Wellington Almeida

Resumo:
Este texto contém o depoimento de Luíza Flores, que morreu na mesa de operação em pleno trabalho de parto. Ela tinha câncer, mas morreu para salvar sua filha. Por isso, Drake, seu namorado e marido, resolveu reunir as anotações de Luíza que estavam em seu diário e colocá-las em um livro.

Em um velho livro, estava uma frase que Luíza gostava de ler para mim - e, eu, adorava ouvi-lá.
Por isso, inclui essa frase ao seu livro.

(De todos os desejos da carne humana o amor prevalece dentre de todas as outras vontades e de Todas as formas de amor que existe a forma mais romântica é da imortalidade, pois é algo que nunca tem fim é imortal, não existe morte ou rompimento).


Parte um - Luíza.

Acordei assustada no meio da noite procurando por um ponto de referencia pelo qual meu tato fosse orientado, achei a minha cômoda que estava do lado da cama levantei então rapidamente com o impulso que fiz no velho colchão, minhas pernas já estavam também bastante fracas e estavam quase desistindo mais dessa vez elas foi forte o suficiente para me levar ate a cozinha onde estava Drake e guiada pela sua doce voz eu pude aos poucos me agarrando de móvel a móvel ate chegar à cozinha aonde ele esta, suas mãos vieram de encontro as minhas para me apoiar ate a bancada, com todas as forças que eu ainda possuía naquele momento dei lhe um abraço entrelaçando os meus braços sobre sua cintura, apoiei minha cabeça em seu peito, ouvi seu coração bater acelerado, o meu já estava batendo rápido havia bastante tempo ás vezes achava que era um sinal que estava quase parando, quase terminando os trabalhos por essa inútil vida que ainda tentava sobreviver.

Ergui a cabeça e ele me beijou seus lábios estavam mais vermelhos do que o de costume, por um momento olhei fixamente para seus olhos verdes a luz branca e forte da cozinha me dera um só momento de nítida visão e pude ver que eles me diziam estavam tristes por mim acariciei o seu belo rosto, com as minhas mãos fui descendo cada vez mais ate chegar á suas mãos que estavam agora suadas como se estivessem lhe mandando um sinal de que algo iria acontecer, uma gota de suor escorreu de seus cabelos e por um único e rápido momento de distração minhas pernas falharam e cai como uma manga podre cai do pé, ele me segurou mais não a tempo de meus joelhos tocarem o chão, foi como se eu soubesse que aquele corpo estava cada vez mais fraco na verdade eu tanto já sabia quanto também tinha certeza, Talvez essa vida esteja chegando mesmo ao fim e aguentou ate o presente momento pelo amor que eu sinto por Drake e que me havia dado forças para suportar cada momento de dor.

Ouvi bem longe uma voz como se estivesse a quilômetros de distancia de mim mais era a voz de Drake que estava ao meu lado segurando firme minhas gélidas mãos e desesperado perguntando se eu estava bem.

-Meu amor você esta bem? Me fala qualquer coisa me fala se esta bem. Não me deixe aqui sozinho não posso ainda suportar a dor de ficar sem você, não se esqueça do trato que fizemos, ate possuir forças lembra? Eu sei que você tem forças ainda não me abandona.

Nessa parte do que ele havia me dito pude ver o quanto estava inseguro, certamente porque estávamos sós, abandonados pela ilusão de viver juntos ate a morte, de certo modo nos dois estávamos certos, vivermos juntos ate que a morte nos separe, mais não sabíamos que a morte chegaria tão rápido assim. Apoiando-me e me colocando sobre minha cama ele soltou minhas mãos e foi em direção á sala. Cheio de ódio e fúria esmurrou a parede branca na nossa sala, como um protesto pela minha atual situação, protesto inútil eu pensei- quem estaria pronto para a morte, o caso de sabermos que vamos morrer um dia seja ele qual fornão nós dá o direito de não poder ter medo da morte que vem às vezes como um cavaleiro veloz chegando a seu destino final.

Mais não foi desta vez que eu desisti, eu cumpri com o prometido, busquei no meu interior minhas últimas forças, escondendo do meu rosto o medo que estava sentido, ele alegre por eu ter voltado de um lapso rápido de desmaio, me deu um breve beijo e disse:
-Vou comprar mais comida já volto me espere ai não sai pra lugar nenhum.

Meu rosto deixou transparecer um sorriso de ironia, pensei como posso sair daqui sendo que não tenho forças nem para ficar de pé?

Ele mentiu não voltou rápido demorou horas,
me senti por uma única vez sozinha abandonada, ouvi a porta de a sala abrir e passos calmos foram em direção à cozinha e depois vieram ate o meu quarto minha visão comprometida não me deixou ver quem seria, sabia que não era Drake pois conheço seus passos e também seu cheiro, e com certeza absoluta pude perceber que não era ele.

perguntei quem era. –Quem está ai? Fala!
–sem dizer se quer uma única palavra á pessoa foi embora pude também ouvir a porta bater como um sinal de quem já havia partido.

Foi como se tivesse vindo aqui apenas para me ver. – novamente ouvi a porta abrir mais agora eu sabia que era Drake, com passos firmes e com o barulho das sacolas não tive duvida que fosse ele, chegou acendeu a luz do quarto e sentou-se perto de mim na cama e perguntou com uma voz suave e gentil.

–Você esta bem? Como se sentiu enquanto eu estava fora? - Por um longo momento fiquei em silencio olhando aqueles luminosos e distantes olhos verdes que estavam praticamente frente a frente com os meus, pude ver quase que nitidamente mais novamente minha visão embasou esperei mais algumas palavras saírem de sua boca mais isso foi um gesto inútil ele também permaneceu em completo silencio ate minha boca se abrir e eu responder a sua pergunta.
Quase que sem nenhum gesto vindo de mim disse á ele que estava me sentindo abandonada ele claro riu e depois foi colocar as sacolas na cozinha.
Fiquei me perguntando será que ele irá ficar comigo quando eu estiver dando ainda mais trabalho, quando eu estiver fazendo as minhas necessidades na roupa? Quando não tiver mais o controle de minhas próprias vontades naturais? Repetidas vezes ele disse que sim, que iria me ajudar em tudo afinal tinha casado comigo na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. –Mais visto de como eu ficaria daqui a alguns meses seria suportável me ver nessa situação?

Acordar todos os dias e saber que tem uma pessoa doente para cuidar e não uma esposa para amar e fazer coisas normais que um casal faz depois que se casa. –Tudo isso Drake disse que suportaria mais para mim, dizer que fará não se resume em colocar em pratica. –Infelizmente essa não foi à vida que escolhi, mais foi á vida que foi me dada e tenho que valoriza-la muito ate meu último suspiro.

Vagando por minhas memorias lembro-me de quando conheci Drake, uma das primeiras lembranças que me vem é de quando o vi pela primeira vez á medida que olhava para ele, meu coração parecia bater cada vez com mais violência, mais rápido do que uma flecha ao encontrar o alvo, eu senti a adrenalina tomar conta do turbilhão de emoções que estava sentindo e que ate agora desconhecida fazia sua função de me dar um calafrio e um calor fora do normal cada vez que meus olhos se encontravam com olhos dele.
Passávamos lado a lado seus olhos ainda fixamente olhando os meus, e lá fora chovia muito forte tão forte que os guarda-chuvas não estavam suportando tamanho volume de gotas que caíam do céu mais mesmo assim muitos se arriscavam e iam para sua casa. –Eu e Drake estávamos ilhados no colégio nem minha mãe e nem o pai dele iriam nos buscar hoje, a passos lentos e pesados entrávamos novamente na sala aquele silencio que permanecia igualmente dez que passamos da porta já estava me doendo os ouvidos mesmo no completo silencio e era isso que estava me deixando inquieta.

Muitas vezes ruídos de carteiras sendo arrastadas se tornavam musica para os meus ouvidos assim pelo menos não ficaríamos em um perturbador silencio, mais mesmo no silencio ele não parava de olhar com os olhos arregalados, a feição de seu rosto esperava que eu quebrasse o gelo, porém o que eu iria fazer mesmo não seria tampouco tentar uma comunicação agora.

Quando a chuva cessou eu fui para casa, meus pensamentos estavam apenas naquele estranho garoto que eu havia conhecido hoje, ainda em meus pensamentos via seus olhos paralisados olhando os meus, seus lábios vermelhos cor de sangue e sua pele branca, uma descrição perfeita nos mínimos detalhes sobre ele era o que eu estava fazendo.
No dia seguinte fui pra aula marcando o lugar onde ele sentava para que eu pudesse sentar perto, mais quando entrei na sala ele estava na ultima carteira, um belo sinal de que queria distancia de mim mais como ele sabia que eu sentaria ao seu lado hoje? –Pergunta sem resposta, porém não conseguia tira-lo da minha cabeça...
-Vagando sobre minhas lembranças lembro-me de quando conheci Drake, eu estava no ultimo ano do colégio e todas as meninas o cortejavam mais eu nunca tive coragem suficiente para jogar um olhar para ele, me sentia muito feia desajeitada e muito desinteressada para um rapaz daquele nível.

Mais acho que foram essas minhas qualidades- defeitos que chamaram sua atenção, minha timidez era muito forte e não me permitia ser desejada por qualquer rapaz.

Eu sempre dava um jeito de sair e me esquivar de qualquer forma de paquera. Por medo de sofrer ou acabar me apaixonando e depois me magoar mais ainda.

Como o destino nos prega peças um dia o professor nos colocou juntos em um trabalho de classe ele claro gostou muito da ideia, já eu odiei o fato de estar em um trabalho com o cara pelo qual estava perdidamente apaixonada mais mantive a calma e marquei o dia para nos fazermos o tal trabalho foi como se eu estivesse marcando um encontro e não para fazer um simples trabalho de escola.

No dia marcado tentei me convencer de que estava me arrumando somente para o trabalho falei para mim mesma varias vezes estou me arrumando somente para o trabalho, somente para o trabalho. É claro que não era só para o trabalho havia uma pontinha de vontade me arrumar pra ele.

Então fizemos o trabalho não trocamos muitas palavras apenas às necessárias para que o trabalho fosse feito.
Quando estava saindo da biblioteca ele pediu meu numero de telefone eu gentilmente e enlouquecendo por dentro passei numero por numero devagarzinho para que ele não se distraísse e marcasse o numero errado e assim fosse a ultima vez que nos conversamos e nunca mais tivéssemos outra chance de nos conhecer melhor.

Eu cheguei a minha casa muito feliz e deixei o celular com o toque o mais alto possível para que eu pudesse ouvir o som da mensagem chegando o que seria musica para meus ouvidos.
Durante a janta pensei bem no que eu tinha como um objetivo antes ‘’nunca deixar tirarem aproveito de mim e assim depois eu acabar chorando horas e horas e depois acordar no outro dia com os olhos inchados parecendo um defunto de tanto ter chorado e passar meses de cara fechada sofrendo por alguém que se quer merece minhas lagrimas mais se isso acontecesse de me magoarem, saberia lidar com isso porque cheguei à conclusão que a vida é feita de erros e acertos e de uma coisa eu estava completamente certa nunca acertaria de primeira em uma paixão sem antes conhecer o que era o sofrimento de amar de verdade e sofrer por uma falsa ilusão.


Mais eu estava errada conheci sim a paixão mais veio junto também o sofrimento, não de amar e não ser amada mais amar e saber que isso tem prazo de validade e esse prazo de validade se chama morte. Antes mesmo de ter a convicção de que se apaixonar agora nesse momento da minha vida seria o resultado de uma gravidez precoce eu não pude impedir que meu coração fosse tomado pela imensa alegria de conhecer o amor, meu pobre coração estava vagando por aí a procura de um vestígio de solidão em outro coração.

Eu estava completamente perdida, porque eu estava me entregando de todas as formas a um alguém que talvez não estivesse pronto para me dar o amor na mesma medida que eu daria, e depois se acabar como uma rosa que não possui mais a beleza das pétalas e restam assim apenas os pontiagudos espinhos. Depois de pensar muito nos prós e contras cheguei á outra e demorada conclusão se amar primeiro fosse se machucar depois, eu correria o risco porque o que é o amor senão uma chuva calma em um dia de calor e uma tempestade em dias de intenso frio.

Ás vezes podemos nós cobrir pelas assas da segurança ou ás vezes podemos cair e quebrar a cara assim como um veloz e destemido cavaleiro que cai de seu cavalo em dias de intensa guerra.

''Quando decidi escrever o que Luíza escreveu enquanto estava doente era para deixar o amor que nós dois sentimos um pelo outro um dia, materializado para sempre em paginas para outras futuras gerações ver que nem mesmo a morte pode quebrar laços que jamais se irão se romper porque mesmo querendo seguir em frente e deixar esse amor apenas nas minhas melhores recordações não seria possível ate mesmo se eu morresse também.''
                 Drake
                                                                                                                                   
continua...


Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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