MAIS UMA VEZ ESTOU NA CAMA PELA QUAL ANSEIO DORMIR ETERNAMENTE desta vez, acordo sem a companhia doce e enérgica de William. Tento suprimir a decepção que sinto ao ver o lado da cama, onde nós dois se amamos, vazio sem vestígios dele. Ás vezes, por tudo parecer tão perfeito eu me pergunto se é real. Se tudo isso é verdadeiramente uma realidade. Ainda embalada em um lençol branco, eu levanto e me dirijo ao banheiro. No espelho está um bilhete de William, eu ansiosamente leio-o.
Saí, já volto. Amo-te meu baby.
William.
Eu pressiono meus dedos por onde a caneta passou, suas palavras estão lá, marcadas no papel, coladas por um silêncio, e deixadas com amor. Subitamente me vem uma lembrança, sua pergunta intimidadora: ‘’Você não tem medo que eu á mate?’’ Balanço a cabeça expulsando essa pergunta pra longe dos meus pensamentos, enquanto eu escuto a batida da porta da sala.
-Stephanie? – ele murmura, buscando-me.
-Estou bem aqui – eu murmuro alto o suficiente para me certificar que ele ouviu.
Sua aparência mesmo depois de horas intensas de exercícios físicos continua maravilhosamente enlouquecedora. Hoje faz frio e ele foi correr com uma blusa moletom, e com seus tradicionais fones de ouvido branco.
-Como foi á corrida? – eu pergunto, enquanto sua testa enruga-se.
-Perturbadora. – ele confessa com seu olhar de predador.
Milhões de pergunta borbulham em minha cabeça. Perturbadora? Como assim, ele adora correr... Isso o alivia. Outra forma de ele relaxar é comigo, claro. Mais mesmo assim a corrida devia ser um tranquilizante natural e não mais um problema... Ou uma perturbação.
-Como assim perturbadora? –eu sussurro, tentando ser a mais cautelosa possível.
-Ok, vamos fingir que eu e você não sabemos aonde tudo isso vai nos levar! E durante apenas um segundo nós vamos nos concentrar na mentira de nossas ações. –ele disse com os olhos atentos.
-Eu ainda não consigo acompanhar sua linha de raciocínio - eu entrego.
-Pois, bem. Primeiro: eu Stephanie, quero muito te matar, usufruir de toda a adrenalina possível que sua morte vai me render. Porém, há algo dentro de mim, um buraco que seja que está impedindo que eu o faça. Segundo: eu te amo demais pra te deixar no perigo, nas mãos de quem pode te matar brincando.
-E por terceiro? – eu me intrometi. – Eu o amo! E isso importa para você, quer dizer, minha opinião importa pra você?
-Claro que sim. Importa muito mais do que á minha própria! – ele responde sinceramente.
-Então me deixe decidir o que eu quero – eu esbravejei.
-O que seria? – ele pergunta, enquanto seus olhos perdem o tom de caçador desumano.
-Ficar com você... – eu respondo e emendo outra palavra junto. –Para sempre.
-Você tem certeza disso? Talvez depois não dê para voltar atrás. –ele me disse numa calma assustadora.
-Eu não vou! – prometi.
Suas mãos livres de qualquer ameaça, a não ser de sua força, buscam-me ansiosamente, e retiram o lençol que embalava meu corpo nu. Ele olha perigosamente para meu corpo, de cima á baixo, seus olhos percorrem cada mínimo centímetro dos meus e sua boca anseia pela minha. Seus lábios frios se encostam à minha pele quente, tradicionalmente febril... Expulsando o calor imediatamente como um vento corriqueiro.
Seguindo o vestígio de pólvora em minha labareda interior... Que explode dentro de mim, tornando meu sangue quente como a larva e minhas veias como um vulcão ativo. Seu corpo é como o gelo que... Enlouquece enquanto mata deixando-nos inconsciente... Ou viciados. E o meu é a junção dos dois: fogo e gelo; mata enquanto enlouquece e reduz á cinzas quando é enegrecido pelo prazer das minhas curvas.
Nosso beijo é como mel para as abelhas e como sangue para o tubarão... Essencialmente mortal... Destrutivo...
Alucinante. Nosso amor é carnívoro, ama á carne de um e do outro, idiota talvez esta chula comparação, mais é de ambos os corpos que vivemos. Como parasitas que sobrevivem da vida alheia.
William pede que eu me deitasse apoiada em seu corpo que estava atrás do meu. Minhas pernas formam um L como suas mãos fortes apoiando-a em sua palma, os beijos continuam sobre meu pescoço, e nossos movimentos são contínuos e prazerosos e partimos para o prazer inevitável... Nosso particular calor ‘ como se não houvesse sol’ houvesse apenas o calor dos nossos corpos que irradiava para fora de nós em forma de um suor insuportavelmente quente... Fatal como um veneno expelido a fim de neutralizar a presa.
-Quero mudar de posição – William pede descaradamente. –Qual você quer? – eu pergunto maliciosamente.
-De quatro. – nossa! De quatro? Nos nunca fizemos isso.
Obedeci afinal ele era meu e eu era dele, estávamos sobre quatro paredes e ele me dominara de um modo estranhamente vicioso. Sobre meus ombros eu pude ver seu corpo se estreitando perto do meu, sua forma encaixando-se em mim e nosso prazer voltando à ênfase que estava.
William apoderou-se dos meus cabelos agarrando como se fosse uma corda... De salvação ou de punição; os estalos que nossos corpos faziam ao se chocarem deixavam-me apuradamente excitada, louca. E ele rosnava de prazer que parecia um leão pronto para desfigurar sua presa com seus dentes afiados. Seus lábios novamente faziam linhas tempestuosas, descontroladas... Frágeis. Em meu corpo sentia que minha pele estava rasgando-se á cada contato violento de nossas peles...
Embora eu estivesse me sentindo como se tivessem aplicado em mim alguma droga que mudasse de uma forma surpreendente o meu sistema nervoso, deixando o prazer á flor da pele literalmente.
Minha pele branca se tornava em alguns pontos na minha coxa; vermelhos com o pressionar das mãos de William, seus longos dedos deixando mim o seu insubstituível rastro... Seu toque, sua leve mordida, seus lábios pressionando-se sobre os meus, e a gravata em punho pronto para me matar...
-Você é minha Stephanie! – ele alcança o meu ouvido e sussurra.
-Eu sei! Sou tua! – eu admito novamente.
-Você foi feita perfeitamente para mim, sobe medida, cheiro, e tentação.
-Fui? – eu pergunto. Enquanto suas mãos deixavam as minhas.
-Sim, e isso não é bom. – Ele disse francamente.
-Por quê? – eu pergunto.
-Porque eu me torno seu escravo sexual, meu baby. Sou louco por cada mínimo espaço do seu corpo, - ele brinca e sorri o meu mais dos prediletos sorrisos – Embora já tenha o principal comigo. –ele olha fixamente para mim.
-E qual é o principal? – eu pergunto confusa.
-O seu coração meu baby.
-Isso você já tinha antes mesmo de me conhecer. – eu sussurro e meus lábios vão de encontra com os seus, encaixando-se. Meu coração, meu corpo, no silêncio mortal mostraram-me que eu era dele e ele era meu.
Este texto saiu das minhas publicações, então o publiquei aqui novamente.
|