Clandestina, Nome: Angélica Maria Amorim
Episodio de hoje: A vingativa.
Começo de tudo - Primavera de 1999
Tudo começou depois de minha primeira relação sexual. Eu perdi a virgindade depois de casada, meus pais adoravam o meu marido, aquele desgraçado. Ele acabou com a minha vida. Ele me traiu, tirou tudo o que eu tinha. Família, casa e o meu emprego. A minha história não é digna de um livro mais foda-se, nem mesmo pensei nisso.
É primavera de 1999 estou fumando um cigarro que encontrei na rua, que um bêbado deixou cair depois que ele mesmo desabou embriagado no chão. Quero morrer, quero morrer! Eu digo quase que gritando para mim mesa enquanto outro homem em um prédio próximo grita; - Cala boca sua vadia! Eu procuro de onde vem o som. –Vai se ferrar! Seu merda! Eu exploro minhas palavras como se elas fossem esmurrar a cara do idiota que me mandou calar a boca. Eu não encontro ninguém que queira meus serviços hoje. Por isso, vou ter que ir para casa mais cedo. Droga! Eu continuo com os meus melancólicos palavrões.
Espero sentada em um banco o ônibus passar, mentalmente reconto os centavos que estão jogados dentro da minha bolsa. Ok, eles servem pra alguma coisa, pelo menos servem para pagar a maldita passagem de volta pra casa. O ônibus finalmente chega e eu corro para pega-lo ansiosa para ir para casa, tomar um banho e comer alguma coisa. Escoro solitariamente a minha cabeça no vidro, meus pensamentos passam por entre as preocupações que me afligem o dia inteiro.
Contas, e mais contas e por fim contas de novo. Vejo enquanto o ônibus para no sinal vermelho, mulheres superelegantes, refinadas e ricas. Homens que as escolhem para namorar, casar e ter filhos. Hipócritas! As escolhem porque tem dinheiro, se fossem pobres nem olhariam para elas. O ônibus continua seu percurso, eu distraidamente acabo cochilando com a cabeça escorada ainda no vidro. De repente ele para e algumas pessoas vão apressadamente descendo, então eu me toco que minha parada é essa também. Levanto despreocupadamente, pé por pé descem os degraus do ônibus. E pronto, cheguei. O ponto de ônibus que eu desço dá certinho na minha rua. Em direção para minha casa, meus olhos espreitam uma silhueta masculina escorada na parede perto da porta e então a surpresa e a raiva vem de imediato. É o filho da puta do meu ex-marido.
(Todos os fatos e nomes são meramente ficcionais)
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