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HISTÓRIA DE CINCO ROSAS
Cinco Rosas
MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS

Resumo:
Poema inspirado no conto homônimo do livro INTERMÉDIO LOGOSÓFICO, de Carlos Bernardo González Pecotche (RAUMSOL).



                         Florescia uma roseira,
                         num parque, em belo jardim,
                         em meio a dálias e cravos,
                         jacintos e um jasmim.

Tão formosa e bela planta,
cinco rosas nela havia.
A mão do homem dentre todas,
as mais belas escolhia.

                         Um casal enamorado,
                         em gesto de eterno amor,
                         desprendeu do tenro talo
                         a obsequiosa flor.

Aquela rosa murchou,
com carinho foi guardada
dentre as prendas mais queridas
da menina enamorada.

                         Junto à roseira um vaidoso
                         passou, retirando u’a rosa
                         e a colocou na lapela,
                         indo embora todo prosa.

Não bem a rosa murchou,
perdeu a finalidade,
no lixo ele a jogou,
não mais convinha à vaidade.




                         Beijando a terceira rosa,
                         a mãe sofrida a pegou,
                         nas mãos do filho inerte
                         em pranto a depositou.


Foi achada a quarta rosa
entre as mãos de um suicida.
Cena triste dolorosa.
Epílogo de uma vida.

                         Em seu talo a quinta rosa
                         sempre ali permanecia
                         para contar essa história,
                         nos anos que renascia.

Perguntaram à quinta rosa,
- por que não conta você
a sua história também,
nesse eterno florescer?

                         Turbada a flor legendária,
                         revelando o seu sofrer,
                         - sou a alma deste corpo,
                         em constante padecer.

Nem todas as minhas rosas
têm elas igual destino,
nem posso levar a culpa
de tão cruel desatino.

                         _______

                         O pai não pode ter culpa,
                         por filhos haver gerado,
                         que não souberam o seu nome
                         conservar e tê-lo honrado.


Sempre por aparências
é temeroso julgar.
Há muitos segredos íntimos,
que as flores vêm a guardar.

                         ***
                              


Biografia:
Advogado especialista nas áreas comercial e tributária. Foi consultor jurídico da ACMINAS – ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS. Sócio do CUNHA PEREIRA & ABREU CHAGAS – Advogados Associados. Curador Especial nomeado por Juízes Federais e Estaduais. Atua junto aos TRIBUNAIS SUPERIORES. Assessor do SIM – INSTITUTO DE GESTÃO FISCAL. marcoaureliochagas@gmail.com
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