SEGUNDA VEZ
MALU D´OLIVEIRA
Era uma noite fria de 10 de Dezembro de 1880... Um casal caminhava pelas ruas á noite, cada qual feliz, pois, estavam noivos e o casamento seria ser no inicio do novo ano que logo entrava:
-Richard... Se pudesse agora eu parava o tempo agora!
-É? Por quê?
-Pois, esse é um momento muito especial para mim... Depois de tanto namoro, conhecimento de ambas as famílias finalmente vamos nos casar!
Richard não falou nada, deu um lindo sorriso e a beijou... Na mesma hora um homem mal encarado viu o lindo brilhante reluzente no dedo de Débora e logo apontou a arma para o casal... Seu noivo tentando defende-la acabou morrendo da única bala que tinha na arma do ladrão... Débora gritava pedindo socorro... E era nesses 30 anos passado que ela em sua casa na fazenda que seus pais deixaram de herança... Olhando diante da janela do seu quarto à noite... A mesma noite fria de 30 anos atrás.
Era 10 de Dezembro de 1910... Fazia 30 anos que Débora perdia Richard e depois de um ano e meio do acontecido ela se casara com um conde podre de rico que era 15 anos mais velho que ela e que faleceu a dois anos de infarto... Deixando apenas Francine sua única filha que entrara no quarto para busca-la:
-Mãe... O jantar está na mesa!
-Eu já estou indo meu bem!
-Ok! Não esqueça que meu namorado o Carlos vai jantar conosco... Ele está ansioso para conhecê-la!
-Eu sei! Já vou... Vou retocar um pouco a maquiagem!
Débora dava um breve sorriso para filha e sentava na sua penteadeira para pentear e retocar maquiagem, mas, sua vontade naquele momento era apenas ficar a lembrando de um passado que não poderia ser mudado.
Ao descer as escadas ela vai até a sala de jantar e senta na cabeceira da grande mesa de 20 lugares e ao lado esquerdo sua filha sentara sua filha e as empregadas já estava quase terminando de arrumar a mesa... Trazendo e levando coisas, colocando os talheres:
-Então minha filha? Onde está esse tão belo rapaz que você tanto fala?
-Ele estava aguardando... É muito tímido!Carlos venha! Minha mãe quer conhecê-lo!
Ao entrar na sala de jantar Débora já a lembrava de mais de 30 anos atrás quando trouxe Richard para sua família conhecê-lo e também reviveu tudo que havia tido com ele, pois, o moço que entrava na sala era igual a ele sem tirar e nem por e com a mesma idade que ele havia morrido naquela mesma noite fria de agora.
Débora deixava evidente que estava pasma com a volta súbita do seu passado:
-Mãe... Esse é Carlos Montenegro!Filho do grande cafeicultor da Fazenda Montenegro... Ele acabou de se formar no Rio e voltou para cá para ficar com a família.
-Sim... Claro!Muito prazer!
-O prazer é todo meu!
E ele se sentou para conversar com as duas... Mas, quem falava era apenas Francine e seu noivo. Débora apenas o observava de cima á baixo, mexendo apenas sua colher de sopa em rotação dentro do prato fundo de louça... Ao acabar o jantar ela falou algumas palavras com o rapaz e sua filha e ao se despedirem ela deu um grande abraço em Carlos o mesmo que ela dava no Richard há 30 anos atrás.
Depois foi ao escritório e ficou um bom tempo em meditando em tudo que aconteceu... No dia seguinte... Ela foi ao encontro na confeitaria de um grande amigo e advogado da família Dr. Picatelli:
-Desculpe a demora!
-Não se preocupe Débora! Você é uma mulher ocupada eu compreendo, mas, queria saber o porquê me mandou uma mensagem para minha secretária me solicitando com tanta pressa, o que houve?
-Eu trouxe um papel com um nome, tome!
-Carlos Montenegro! Eu conheço o pai dele é um grande fazendeiro que trabalha com café.
-Eu sei... Ele é noivado da minha filha se comprometeram ontem mesmo! Mas, ele é idêntico ao meu antigo noivo o Richard, lembra-se dele?
-É muito pouco! Ele morreu há tanto tempo!
-30 anos! Lembro-me dele como fosse ontem que tivesse acontecido tudo... Mas, eu quero que você investigue tudo sobre ele: Família, data de nascimento, histórico de vida e tudo mais que conseguir... Por favor, preciso muito tirar uma grande dúvida minha.
-Ok... Mas, você disse que ele é igual ao Richard... O que você suspeita? Que ele seja o filho dele?
-Talvez... Não sei... Por isso conto com você... Para me tirar essa dúvida, sei que pode me ajudar!
-Claro cheri! Eu sou seu fiel escudeiro, não se preocupe!
E Dr. Picadelli falou isso pegando na mão de Débora... Acabado a conversa ela voltou para a fazenda e ficou em seu escritório fazendo seu orçamento com o pensamento em Carlos e tentando imaginar o porquê de tamanha semelhança e quando vê em sua porta Carlos havia chegado de sorrateiro e estava olhando para ela:
-Desculpe-me! É que a empregada me falou que Francine foi á cidade que logo ela chega e resolvi então esperar por ela!
-O que faz em meu escritório?
-Perdão! É que eu não via ninguém e fui andar pela casa para não me sentir tão sozinho!
Débora então se levantou e delicadamente chegou perto de Carlos que ainda continuava de pé na porta... Passou a mão esquerda delicadamente em seu rosto e depois lhe deu um beijo na boca e em seguida o abraçou:
-Richard... Por que voltar-se tanto tempo depois? Agora que estou velha e com rugas no rosto? Por quê? Por quê?
Carlos não entendia o que Débora queria dizer...
(CONTINUA...)
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