UMA NOITE QUALQUER
MALU D´OLIVEIRA
Num dia comum de trabalho como outro qualquer, um grupo de uma pequena produtora estava numa casa alugada para gravar um trabalho de publicidade e claro como em todos os lugares havia os iluminados e os apagados, quero dizer que no grupo havia o assistente de diretor de fotografia e havia uma moça, Ana, para ser exato que apenas segurava o grande microfone... Ela olhava o assistente sempre tentando estuda-lo, parecendo uma médica que olha para seu paciente na cama. Seu olhar percorria todo seu corpo e vistoriava seu comportamento, quase nunca falava com ele... A não ser profissional e a única coisa que sabia com consistência era seu nome: Vitor.
Passando mais uns dias e mais uns trabalhos, Ana viu que precisava se mexer, pois, ela tinha um propósito muito grande pela frente e então foram para casa que aluga para comerciais fazer mais um trabalho de publicidade e param depois de umas 2 horas para um breve café. Foi então que apenas a microfonista do espetáculo foi em direção sorrateira do bambam do Vitor e bem devagar com seu dedo indicador esquerdo tocou 3 vezes de leve seu ombro esquerdo. Ele que tomava um café com a mão esquerda enquanto lia o roteiro do comercial se virou para trás:
- O que deseja?
Ana que era mais fechada que uma ostra fez cara de assustada... Mas logo tomou coragem:
-Eu... Eu queria falar com você em particular! Pode ser agora?
-Pode claro! Vamos para uma saleta que tem aqui, sei que ninguém vai lá mesmo, mas, tem que ser rápido daqui 7 minutos começamos tudo de novo!
-Tá claro!
Ambos foram à saleta Vitor era mandão profissionalmente, mas, foi um cavalheiro ao abrir a porta e deixar Ana entrar primeiro... Ela sorriu em agradecimento e quando ele fechou a porta, se virou para ela:
-Bem, espero que esse desperdício de tempo seja para algo útil!
Vitor se sentou confortavelmente na poltrona e esticando seu braço esquerdo no sofá e seu direito em suas pernas cruzadas... Ana que se sentou em outra pequena poltrona, logo olhou para ele nervosa:
-Eu... Em primeiro lugar queria que soubesse que te admiro... Você é tão enérgico, tão... Competente...
-Obrigado! É só isso?
-Não! É que queria que você me ajuda-se!
-Ah claro “tava demorando” em que exatamente?
-Eu... Quero que você transe comigo, só uma única noite!
Vitor não acreditou no que ouvia e começou a rir sem parar achando que tudo aquilo parecia mais uma pegadinha:
-Me fala linda!Onde estão as câmeras, ou, seu café estava misturado com uísque, faça-me o favor!
Vitor se levantou e já ia saindo da saleta quando, Ana se levantou rápido e pegou em seu braço esquerdo:
-Olha eu sei que isso é um absurdo para você mais... Um dia você vai me entender, é uma única noite e depois prometo que nunca mais me toco no assunto e você pode fingir que essa ação nunca aconteceu!
-Eu faço se você pagar!
-Eu pago, eu pago sim amanhã eu trago o dinheiro!
-Tá pelo menos eu ganho um cachê extra!
Vitor saiu da saleta sem entender nada e foi continuar seu serviço, mas, ao mesmo tempo ele se sentia como um garoto de programa iniciante, sem experiência e com medo de falhar e Ana que nem conseguia olhar mais para ele, se sentia com medo, mas, muito confiante que seu desejo iria ser satisfeito. No dia seguinte, na produtora, no fim da tarde... Vitor toma um café e fica bem perto da mesinha quando vem Ana com um envelope:
-Olha tá aqui o dinheiro! O que consegui receber essa semana!
Vitor olhou para ela insatisfeito, pois, havia se lembrado de toda a história novamente e viu seu braço esticado com o envelope e sabia que seu salário não era muito... Olhou para a janela em sua frente e depois para ela:
-Olha eu faço de graça, Ok? Basta dizer onde e quando!
Ana se iluminava toda com um leve sorriso, quando Vitor continuava tomando seu café e olhando para a janela:
-Pode ser amanhã ás 10 da noite naquele hotelzinho perto da esquina das Cruzes?
-Claro!
-Está bem... Mas antes só mais uma coisa... Você tem AIDS, Sífilis ou algo do gênero?
Vitor já zangado coloca com brutalidade o copo vazio de café no lixo e falou alto que todos da produtora se assustaram:
-Dá uma analisada no material de noite, vê se está no seu gosto!
Vitor saiu pisando duro até sua mesa, enquanto Ana estava assustada e chateada por fazer aquela pergunta imbecil... Em sua mesa o grande assistente e quase diretor como ele se descrevia socialmente gostou bem lá no fundo da proposta de Ana, pois, era uma moça que não passava dos vinte e bonita, mas, o jeito de fazer o convite e a pergunta foi demais para ele, mas, mesmo passando a mão no rosto foi no local combinado e lá no hotel da esquina da Rua das Cruzes ele entrou e falou logo no nome da Ana, a moça logo se a lembrou e disse que ela o esperava no quarto 25 e deu a cópia da chave do quarto... Chegando lá ansioso abriu a porta e viu que era um quarto de classe média, mas, logo viu Ana com uma blusinha sem manga de renda rosa e calça jeans e sapatos salto baixo e quando o viu, logo soltou um sorriso maravilhoso, Vitor vendo tudo aquilo se aproximou dela e a pegou delicadamente nos braços:
-Demorei?
-Não, sabia que ia chegar logo!
-Ok! Bem já que estamos aqui vamos começar... Não se preocupe não vou te machucar, você deve ser virgem pelo visto, né?
-É... Não nego sou sim!
Vitor deu uma rápida risadinha e pensando contigo “Tô fud...”, mas, quando tudo começou bem calmo... Vitor abriu devagar os botões da blusinha de Ana e o resto vocês devem imaginar. Quando tudo acabou os dois já estavam deitados na cama e Ana ali tão quieta olhando para o guarda roupa que tinha ali no quarto:
-Você está quieta! Eu fiz algo de errado?
Ana se virou para Vitor e sorriu e disse ao passar a mão em seu rosto:
-Não fez tudo certo! Não se preocupe!
Mas Vitor viu que a mão direita da moça quase não se mexia mais, achou aquilo estranho, mas, não quis perguntar nada. Com o desejo satisfeito, ambos foram para sua casa, à última cortesia do Vitor foi levar Ana para sua casa. No dia seguinte, ambos na produtora trabalharam e fizeram como o combinado não falaram mais do assunto... Ana não parava mais da parar naquela noite, mesmo que quiser-se parar, mas, no fundo não queria.
Passando mais alguns dias Ana sabia que continha a doença (ELA) e que não podia retardar o processo e nem para-lo sabia que logo iria ficar que nem uma estátua e logo todos seus membros não mexeriam mais... Mas se sentia triste por esse lado e satisfeita no outro por ter feito tudo que quis logo depois que foi ao médico se demitiu e ficou em casa esperando ocorrer o que já esperava... Mais alguns meses se passando e Vitor não via mais Ana, ele ficava encucado, pois, querendo ou não já tiveram um contato profundo e foi até o chefe perguntar o que houve.
Sabendo que Ana se demitiu perguntou o endereço da casa dela e no fim do expediente foi lá saber o que acontecia quem abriu a porta foi a mãe de Ana, Dona Carmem que gentil acomodou o homem em sua casa e falou que sua filha se demitiu pela doença degenerativa que tinha e claro que Vitor se assustou e queria ver um pouco ela... Carmem ponderou durante alguns segundos e concordou... Ao entrar no quarto de Ana, e a viu de cadeira de rodas em sua cabeça parecia um filme surreal:
-Filha! Um amigo seu da produtora está aqui, vou deixa-los a sós para que possa conversar em paz!
-Obrigado!
Então Vitor compreendia o porque Ana pedia aquela coisa tão mirabolante, pois, sabia que iria ficar presa em seu próprio corpo para sempre, ela só quero sentir um pouco o gosto de um amor que claro não convencional, ele pegou uma cadeira e sentou-se perto dela:
-Ana... Eu sinto muito!
Ana conseguia dar um sorriso muito frágil, mas, apenas ainda movia o indicador esquerdo o mesmo que o cutucou para chama-lo para transar com ela, e Vitor vendo isso via que ela tinha uma lista com todas as letras do alfabeto:
-Esse deve seu modo de comunicar, bem... Vamos fazer assim eu vou falando as letras aquela que você mexer o dedo eu coloco no papel, ok? Vamos começar!
Ana não podia dizer que não, né? Mas entendeu tudo e assim fez... Vitor falou diversas vezes letra por letra e até que ela só queria dizer apenas uma frase: Eu amo você! Na hora que leu isso depois de quase 15 minutos para sair essa pequenina frase viu que aquela noite que parecia uma noite qualquer que ele transava com uma garota qualquer era uma noite que se formava em grande enlace eterno...
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