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Procuram-se amoladores XVI
Pandora Agabo

Fazia duas semanas que Bárbara estava sendo a filha dos sonhos de Estela. Em casa, sempre colocando seus deveres em dia, passando os finais de semana fazendo exercícios ou assistindo televisão. Sim, era um sonho. Mas Estela gostaria de entender o que havia acontecido.

— Por que você quer que eu diga isso pro Alexandre?

— Ai mãe, só diz. Ou eu tenho que estar morrendo ou ele simplesmente não aceita que eu não quero ficar na rua.

— Já é a terceira semana seguida que você não quer sair pra rua com ele. Aconteceu alguma coisa?

— Não mãe! - disse impaciente, pois aquela não era a primeira vez (e nem foi a última) que sua mãe tentava sondar a resposta do real motivo para que Bárbara tenha parado de ir pra rua com Butão - Eu só não quero ir.

Estela não engoliu aquela conversa. Alguma coisa devia ter acontecido, até porque ir pra rua com Butão sempre foi a coisa favorita da vida de Bárbara. "Talvez ela só esteja crescendo", concluiu por ora, apenas para não estar perturbada na hora em que tivesse que dar a notícia ao Butão.

— Pois é, Alexandre. Ela ta meio indisposta.

— Indisposta? - Butão sabia que Bárbara o estava evitando.

— Sim. E é verdade, a semana inteira ela estava molenga pra ir pra escola, sabe? Tenho que levar essa menina pro médico.

— Hum. - ele não estava convencido e deixou isso bastante claro - Manda melhoras pra ela.

— Pode deixar. - sorriu educadamente.

Butão virou as costas pra Estela e foi andando em direção à calçada. Percebendo que Estela já havia fechado a porta, ele parou de andar e ficou olhando pra janela do quarto de Bárbara. Ele tinha certeza que ela estava com algum problema com relação a ele, pois as últimas vezes em que eles estiveram juntos, Bárbara estava irritadiça, brigando com ele por qualquer motivo e voltando pra casa aparentemente chateada. Mas agora era ele que estava chateado. Por que não dizer qual era o problema em vez de fugir? Não havia nada que o irritasse mais que covardia.

Agachando-se, Butão pegou uma pedra de tamanho mediano e tornou a se colocar em pé, ainda olhando para a janela de Bárbara. "Indisposta". Ele meneou a cabeça. "Molenga pra ir pra escola". Ele a viu voltando pra casa no dia anterior, ele sabia que era mentira e que ela estava muito bem.

Butão tremia de raiva. Ele apertou o punho, ainda com a pedra na mão e somente após sentir sua pele machucada, ele abriu a palma e deixou a pedra cair.


Este texto é administrado por: Sabrina Queiroz
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