Hoje andando na rua, vi algo que ma chamou bastante atenção.
Diante daquelas pessoas que passavam de um lado para o outro, avistei uma caixa que estava ali, no chão, suja, parecia velha, não era muito grande, tinha mais ou menos o tamanho de uma caixa de sapato. Achei estranho, todas as pessoas que passavam, ninguém notara sua presença. Foi então que criei coragem e me aproximei da caixa, desconfiado olhei em volta de mim para certificar, de que realmente a caixa estava desprezada. E me perguntei: - Onde está seu dono? Mas tudo continuava do mesmo jeito, as pessoas passando e ninguém olhava para a caixa velha jogada ao chão. Então, eu agachei, peguei a caixa botei nos braços e sair caminhando, andei para encontrar um lugar mais calmo onde pudesse ficar só eu e a caixa misteriosa.
Já não estava mais me contendo de tanta curiosidade para saber o que havia dentro da quela caixa. Quanto mais eu andava, uma imaginação sem fim tomava conta do meu inconsciente. Comecei a pensar um monte de coisas, quando me dei conta, já tinha andado tanto, parecia nem ter saído do lugar. Parei, e decidi abrir a caixa. Sentei no banco de uma praça, coloquei a caixa ali ao meu lado e fiquei olhando para ela um bom tempo, imaginando tudo que eu poderia imaginar no momento. Minha felicidade era tanta, nem se quer sabia ainda o que havia dentro da caixa.
Eu era só uma criança, parecia que tinha acabado de ganhar um brinquedo novo, completamente encantado com o objeto mágico. Na verdade, o que eu queria era não abrir nunca aquela caixa, e continuar sonhando, imaginando coisas que nunca pensei um dia imaginar antes. Olhei para o céu, para as árvores, para os pássaros, para as pessoas, tudo estava em movimento. Sorria, pulava de um lado para o outro, sentindo o vento forte que se desfazia em meu rosto, as nuvens todas se faziam sorrir para mim. As pessoas passavam, me olhavam desconfiadas sem mesmo saber o motivo de tanta alegria que me consumia.
Aquela surpresa boa, e que por alguns minutos tudo seria revelado. Peguei a caixa botei novamente de baixo dos braços e andei mais um pouco para encontrar um lugar tranquilo. Quanto mais andava, mais minhas imaginações e sonhos tomavam conta de um "Eu" desconhecido. Curioso, tentei sentir seu peso, balancei a caixa três vezes e coloquei meu ouvido em cima da tampa para ver se ouvia algo se movendo la por dentro. A caixa era tão leve que parecia não ter nada dentro dela, apenas sonhos e imaginações, talvez esse seria o real motivo de não querer abrir a caixa e continuar sonhando com um mundo onde tudo parecia mais feliz e alegre.
Chegou um momento que não pude mas conter minha vontade, meu desejo era tão grande em desvendar a realidade daquele segredo. Sabia que não podia o resto da vida, carregar aquela caixa de um lado a outro e viver em um mundo só de sonhos.
Os minutos finas se aproximavam, um sentimento que eu não sei explicar tomou conta de mim, foi então que parei, me sentei na calçada da rua, pus a caixa ao chão, coloquei minhas duas mãos em cima da tampa, fechei os lhos, respirei fundo e fui abrindo bem lentamente. Cada vez que suspendia a tampa segurando forte, minhas pulsões não cessavam de se confundir com meus sonhos. Chegou o momento, em que a vida real tomou conta de mim, sentir algo em meu rosto, ao abrir os olhos cair para trás, de dentro saiu uma esfera de luz pequena e muito forte. Aquela luz intensa ficou sobrevoando na minha frente por alguns segundos e voou até o céu e desapareceu.
O que eu aprendi com essa história, é que a gente nunca deve desprezar nossos sonhos, ele pode estar em qualquer lugar dentro de cada um de nós.
(Guto Mendez).
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