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CAUSOS DO HERMETTO, O MATADOR. - Labatut
Labatut
Marcos Damer Simas

Resumo:
A segunda parte da saga do audaz herói brasileiro Alfredo Hermetto. Dessa vez ele enfrentará um dos monstros mais perigosos do folclore nordestino. O labatut. boa leitura a todos e aqueles que desejarem mandar algum comentário, por favor, o façam nesse email abaixo. marcosdamersimas@gmail.com

LABATUT

     Eu até consideraria isso uma afronta se não fosse tão terrível. Aqueles olhos vermelhos, aqueles bigodes, aqueles dentes grandes, enfim, esse causava tremor e medo em algumas pessoas. Não em mim! Eu, Alfredo Hermetto, o maior matador de tudo que podia coexistir com a raça humana, eu, jamais sentiria medo.
     A batalha foi difícil. O piso de madeira e bem encerado da casa de dona Francisca dificultava a perseguição. A vontade era de matar junto o desgraçado que inventou essa desgraça que da brilho em madeira. Oh troço que deixa chão escorregadio. Voltando. Ele logo que me encarou teve uma péssima sensação, sabia que iria morrer. Coisa triste deve ser ter sua vida passando diante de seus olhos comigo correndo atrás de alguém. É morte na certa. Sabendo que estava encurralado, não teve outra chance senão avançar contra mim. Com sua violência e truculência, ele correu. Então eu corri. Corri não por medo, lógico, mas para tornar o evento mais emocionante. Seria fácil demais se eu ficasse ali naquele momento. Enquanto disparava daquele ser, dona Francisca gritava histericamente, - Mata Hermetto, Mata ele – aquilo incendiou meus instintos. E então eu corri mais. E corri mais ainda quando meu revólver caiu no chão. Desgraçada seja a garota que deixou meu cinto mal afivelado. Vocês devem pensar, - Hermetto tendo tempo para estar nos bordéis? Mas com que tempo ele ainda namora se sua vida é matar e matar os mais terríveis monstros do mundo. Se sua coragem inacabável e seu senso de ajudar os outros é mais importante que tudo. Como esse homem, o mais destemido do mundo consegue? É fácil amigos. EU sou tão galã e sedutor que elas chocam-se umas nas outras para estar comigo. Elas correm atrás de mim, mas; nesse momento eu estava correndo. Enfim, já que meu revólver de confiança estava estendido ao chão, só me restava a invenção de Gonzaga.
     Gonzaga era um amigo muito especial, pois era inventor e desenvolvia armas novas para mim. O difícil era que só conseguiria apanhá-las em minhas campanhas pelo nordeste, pois para esse camarada sair de sua terra só se o mundo estivesse indo pelos ares. Seu último projeto era um novo revólver. Um que era carregado por baixo do punho e podia levar mais balas. Ao todo eram treze. Batizou o invento de “pistola”, pois segundo ele, o nome da mulher com quem tinha tido sua última noite de amor era Janaína Pístola, uma italiana. Aí já viu, homens que não são tão bonitos como eu e ainda por cima não tem muitas mulheres a seus pés, encantam-se com pouca coisa.
     Voltando à perseguição. Já que meu fiel revólver me deixou a ver navios, restou-me a tal pistola. Não deu outra. Ao sacá-la, descarreguei suas balas a esmo no desgraçado. Foram treze malditos disparos, treze furos pela casa, um lustre vitoriano quebrado, dois vitrais estilhaçados e finalmente um morto no chão.
Eu nunca havia visto um RATO daquele tamanho. Se facilitasse, era maior que o lobisomem que eu havia matado em São Gonçalo. O bicho ainda agonizava no chão quando fui conferir a morte. De faca na mão terminei o serviço. Agarrei o safado e levei até dona Francisca. Com o peito estufado, cheio de orgulho e satisfeito, pois havia exterminado mais uma abominação da face da terra. O difícil é compreender o porquê de certas pessoas serem tão mal agradecidas com seus salvadores.
     A velha chorava e eu logo pensei - certeza; é de emoção – mas não. Era de raiva. Não posso acreditar que ela ficou brava. Ora, como matar um animal selvagem daqueles sem causar danos. O pequeno poodle ficou na frente dos disparos por vontade própria e ainda, como eu iria enxergar o lustre se estava de costas fugin... Aliás, dando mais diversão a caçada. Gente ingrata. Além de me escorraçar de sua casa não me pagou e ainda por cima fez com que eu levasse o danado do rato. Pelo menos ele daria uma boa sopa depois que eu tomasse uma cachaça em alguma taberna da vizinhança.



     Eu já tinha visto gente esquisita, mas os moradores de Apodi eram demais. Nunca tinha visto uma cidade inteira hibernar durante a noite. Sempre ouve tiroteios, gritos, algazarras, bêbados - diga-se de passagem, que por muitas vezes juntei-me a eles – e meretrizes. Ah sim, todas as cidades tinham meretrizes a dar com um pau. Algumas com pauladas na cara mesmo e outras, bem... Vocês já devem estar imaginando.
     Se não fosse estranho não seria um lugar onde eu poria meus pés. Apodi realmente precisava de uma sacudida, pois uma taberna fechar às 17 horas e as 18, ao começar a cair à noite, a cidade estar deserta, isso sim poderiam ser considerados como prelúdios do fim do mundo. A primeira noite passou em branco e eu fui dormir são, mas na segunda eu não repetiria o mesmo erro.
     Logo depois do meio dia e eu já estava no Domdom, uma taberna que vendia a melhor cachaça da cidade.
     Enchi a cara, de forma preventiva, lógico, afinal, ao cair da noite eu não estaria mais disposto a continuar procurando em vão por algum meio de embriagar minha mente. Além do mais, o homem chamado Alisberto, que me enviara a carta pedindo socorro não havia me encontrado ainda. Talvez fosse pelo fato de eu ter chegado dois dias antes na cidade. Isso era irrelevante.
     Outra coisa que me deixava inquieto era o fato de não ver crianças com ranho escorrendo pelo nariz correndo pelas ruas. Era comum ver os pequenos roubando frutas das tendas, derrubando os adultos, fazendo coisas que só crianças sabem fazer como ninguém.
     Enquanto a cidade trancafiava-se, eu perambulava sozinho pelas ruas. De garrafa em punho e com altos brados de guerra, eu cambaleei até o piso gelado da frente da prefeitura. Não há cama melhor para um bêbado solitário do que o bem e velho chão. Nada pior também do que ser acordado no meio da noite, às 20 horas, a chutes. Qualquer um haveria de ter cavado sua sepultura antes de fazer o que fez, mas bem, Alisberto sabia o que fazia naquele momento. Rebocado por um braço, ele me levou até sua choupana que ficava no centro da cidade. Era uma choupana se comparado ao palácio do governo, mas bem mais ajeitado do que muita coisa que eu já havia dormido. Não que eu reclamasse do chão, mas sim, era bem melhor. Achava eu, no auge da minha inocência que ele me deixaria dormir como um rei a noite toda. Sim, passou-se da meia noite quando ele exterminou com qualquer chance de que meus olhos permanecessem fechados. Um balde com água tem muito valor na hora de acordar alguém. Reitero, qualquer outro haveria de morrer em minhas mãos se fizesse isso. Mas eu não seria mal agradecido como aquela velha alma sebosa que me enxotou após eu ter matado o seu rato.
     - Acorde Hermetto. Desculpe minha indelicadeza com o seu despertar, porém foi o jeito mais eficaz que encontrei depois de várias tentativas.
     Minha cabeça doía como nunca e aquela visão de um homem com um sobretudo em pleno sertão nordestino me enojava mais ainda. Logo, vomitei em seu tapete. Nunca por causa da bebida, isso jamais era um motivo para tal, logicamente foi a sopa de rato da noite passada.
     - Olha, Alisberto não é? Você subjugou a minha paciência com isso. Mas não há problema, nada que uma de suas garrafas não resolva.
     - Hermetto. Se não fosse por sua fama, eu não teria nem me prestado a escrever aquela mensagem. Enfim, preciso de sua ajuda. Há um Labatut nessa região. Ele deve aparecer dentro de alguns minutos. Ele vem toda a noite em busca de crianças para alimentar-se. Deve ter notado a falta de nossos pequenos por aqui não é mesmo? Ou a bebida o impediu disso também.
     - Eu devia arrancar seus dentes seu safado. Só não o farei porque estou meio que “cansado”. Mas não recusarei o pedido de ajuda, ainda mais que o problema envolve crianças. Conte-me, o que é um Labatut?
      - O que? Você não sabe o que é um Labatut? Eu perdi meu tempo.
     - É lógico que sei seu boçal. Só estava testando seus conhecimentos.
     - Eu espero que você saiba mesmo Hermetto. Sua fama também o precedeu com relação ao que você aprontou em São Gonçalo. Todos sabemos o que você fez com as portas da igreja e sem falar que tentou matar o coronel De jesus. O único motivo para você estar aqui é matar esse Labatut. Precisamos de sua ajuda. Infelizmente.
     Safado, nem fiz meu trabalho ainda e já estava sendo mal agradecido. Era hora de levantar algumas informações.
     - Diga-me mais. Esse tal Labatut – se isso desse errado eu estaria ferrado – é como os outros?
     - É lógico. Existe algum diferente?
     - É lógico que não Alisberto. Mas como eu nem conheço você direito, preciso saber se você não é o tal Labatut. Por isso estou perguntando. Se isso for uma cilada, seu...
     - Você está me acusando? Por acaso você está me acusando Hermetto?
     - Não! Eu não estou acusado ninguém. Só quero que você me de mais informações. Como que vou matar esse Labatut se não souber como ele ataca. Cada bicho com sua mania, não é mesmo?
     - Hermetto, eu não estou afim de confusão, por enquanto. Diga-me, como o matamos? Já tem mais de uma semana que ele vem roubando nossas crianças.
     - Bala de prata, é lógico. Bala de prata mata tudo.
     - Se eu não tivesse tentado isso ainda eu até aceitaria seu concelho, mas eu já tentei.
     - Como assim tentou? Você por acaso caça?
     - Sim.
     - Mas eu sou o único matador. Que diabos é isso?
     - Você acha que é o único Hermetto. Somos muitos espalhados por esse país. A única diferença de mim para você é a experiência. Você já vem de uma família de matadores. Eu Tornei-me um matador por necessidade. Não podemos esperar até que você venha ao nosso socorro sempre. Hermetto. Já passa da hora. Olhe por entre as cortinas. Ele passará aqui.
     Se já não bastasse ter um gnomo martelando minha cabeça de dentro para fora, ainda teria que esperar pela boa vontade do Labatut cruzar por essa rua. Não se fazem mais monstros como antigamente mesmo. Até isso eles têm hoje em dia. Horário. Onde já se viu monstro ter horário. Ele pagaria com juros essa indelicadeza.
     Duas horas da manhã. Sim, maldita duas horas da manhã. Ele apareceu e com toda a minha esperteza, não vi quase nada. Apenas as pernas de um boi. Uma silhueta de homem na parte de cima, chifres, essas coisas que monstros gostam de ficar se aparecendo. Logo após ecoou pelas ruas vazias um grito estridente. O animal havia, ou estava fazendo uma nova vítima. Bem que podia ser dona Francisca, aquela velha desgraçada.
     - Vamos Alisberto, não temos tempo à perder. Vamos matar esse safado.
     - Você está louco Hermetto? A essa altura ele já devorou mais um. Se sairmos agora seremos os próximo.
     - Ninguém vai me devorar. Já você... Bem, espero que não.
     Com aquela cara típica de pessoas sem o mínimo de confiança, Alisberto, com muita desconfiança, me seguiu aos trancos e barrancos. Tive que lhe empurrar por todo o caminho. Além de medroso ele era preguiçoso e também sem confiança. Enfim, não tinha o que era preciso para ser um matador. Chegamos até o centro da cidade, velho e imundo, e podíamos ver aquele bicho sinistro abaixado, tecnicamente devorando alguém, ou algum bicho. Aproximamo-nos devagar, com todo o cuidado do mundo e quando menos esperávamos o Labatut urrou. Gritava como um bicho faminto e raivoso e bravo e feio e fedorento e sinistro. Eu não pensei duas vezes. Corri como nunca na minha vida. Eu não iria ser devorado hoje. Já Alisberto... Ele teria que correr também. Mas tentou ser herói. Conclusão: Virou patê de Labatut. Eu avisei a ele, gritei: - Corre diabo, Corre logo! Deixa esse bicho ai! – Ele não ouviu, talvez porque sua cabeça estivesse dentro da boca do bicho, mas, enfim... Ele morreu mesmo.
     Quando cheguei na casa do Alisberto, ou melhor, finado Alisberto eu sabia que teria dificuldades com aquele bichão. Nunca em toda minha vida eu tinha visto ou ouvido falar daquela praga, mas... Aquele nome não era estranho. Labatut, labatut. Eu já ouvira aquilo antes. Quando me lembrei, eu tinha certeza. Tava era todo lascado.
     

Labatut era o nome de um bastardo de um português que tinha vindo para o Brasil em outras épocas. Reza a lenda que ele era tão ruim que quando morreu nem o diabo o quis no inferno e então ele havia encarnado nesse bicho desgrenhado e comia gente desde então. Gente pequena. O safado gostava era de criança, pois tinha a carne mais macia. Eu ia arruma uma arapuca para ele e ia ser essa noite mesmo. Afinal, bicho alimentado é bicho com sono. E nada melhor do que mata um Porcão desses pelas costas.
Revirei a casa do Alisberto, finado, e encontrei o disfarce perfeito, mesmo que isso fosse contra a minha dignidade. Eu ia era me vestir de criança, mesmo que aquela roupa fosse feia demais. Que criança em sã consciência usaria aquilo? Outro fator muito importante não podia ser deixado para trás. Seria muito mais fácil enfrentar o monstro tendo tomado uns goles. Lógico, não por medo, JAMAIS por medo e sim porque a noite estava meio fria e tal e coisa e a pinga ia dar uma esquentada. Vocês não pensaram que eu estivesse com medo, não é? O outro passo seria encontrar o esconderijo do safado. Não seria difícil, pois o rastro de sangue que ficou na rua ia longe.
Depois de vestir-me com aquela roupa horrível, ajeitar meu cinto com minhas armas e deliciar-me com um pouco de pinga, parti para minha empreitada. Nessa noite eu voltava para a cidade com mais um troféu e ia mostrar em praça pública o corpo daquele miserável. Ou, não. Faltava apenas um detalhe: Como matar? Bala de prata, só podia ser isso. O que não morre com um tiro de bala de prata?
Parti com audácia ao encontro do safado. Já era por volta das quatro horas da manhã quando achei a caverna que ele morava. Ficava na chapada do Apodi. Um buraco fedorento e desorganizado, sem requinte nenhum. Convenhamos se vai morar mal, pelo menos mantenha uma dignidade. De passo em passo eu fui me aproximando, devagar e sorrateiramente. Ouvindo gritos e urros e lamúrias. O troço ia ser feio, já dava para perceber que o bicho sabia que iria morrer. Quando saltei à sua frente de arma em punho eu vi: Mas que diacho era aquilo?
Com as mãos apertando a barriga, o Labatut se debatia contra as paredes da caverna. Corria e chorava. Estava tendo uma indigestão! Mas olha só, não é que o Velho Alisberto Para algo iria servir. Ele era tão ruim que nem para comida servia. Mais um minuto e pronto: Lá estava no chão, o Labatut morto. Nem me esforcei. Bem, não foi só a indigestão. Ele sabia que eu viria atrás dele, sabia que estava condenado. Morreu de indigestão e de medo. Quando fui apanhar o bicho pelos pés, tive uma surpresa. O desgraçado se mexeu. Com um salto mortal eu fui para atrás de uma pedra e apontei meu revólver na direção do safado, as balas de prata não iam falhar naquele momento.
Meu pavor foi maior ainda quando o bicho meio que se levantou e sua barriga abriu-se de dentro para fora.
     Misericórdia, o Labatut havia engolido o Alisberto por inteiro e o canalha não tinha morrido. Lá de dentro ele matou o bicho e pasmem, foi com álcool. Álcool e uma caixa de fósforos. Alisberto queimou o estômago do bicho de dentro para fora. Lógico, ninguém acreditaria nisso e então nós resolvemos levar o tal do safado para a praça juntos. Lógico que eu também tinha matado ele. De medo de mim. Ora, se não fosse por mim ele jamais teria saído de lá.
     Chegamos à praça e já eram seis horas. O povo saia de suas casas em direção a seus trabalhos e pasmados viram o matador e o Auxiliar carregando o bicho de um olho só e chifrudo de arrasto. O caso das crianças desaparecidas havia chegado ao fim. O labatut estava morto, dona Francisca me olhava torto ainda e os demais comemoravam o fim do bicho.
     Eu iria embora logo. Não sem antes conhecer algum bordel de Apodi.
     Já ao raiar do dia eu estava a caminho de alguma nova aventura. Na região sul, alguns moradores de várias cidades estavam com medo de um cavaleiro montado que roubava ovelhas. Logo, Hermetto, o matador estaria lá. Destemido e bravo. Pronto para eliminar mais um alvo.


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