Mamãe estava com o rosto sangrando e o olho todo machucado, foi onde ele acertou o soco, tirei uma meia e estanquei o sangue, minha mãe chorava muito, eu a abraçava sem conseguir derramar uma lagrima. Ninguém nos ajudava parecíamos criminosas, então, começamos a caminhar em direção onde estava meu pai.
Ao chegarmos nos deparamos com uma visão chocante. Tinham umas pessoas também chocadas com o que viam, tinham além do meu pai dois homens que eram da cidade em mais sete insurgentes, na minha indignação perguntei se eles não sabiam que eles eram trabalhadores e homens de bem:
- "Conhecíamos seu pai e os outros, sabíamos que eram trabalhadores e não insurgentes, mas ficamos com medo das tropas do governo".
Falei com grande indignação:
-"Vocês deixaram homens inocentes serem mortos?"
- “Não podemos fazer nada, tivemos medos, eles são sanguinários." – diziam com um olhar de medo e arrependimento.
- "Seus covardes, olhem por que um dia podem ser vocês..." Minha mãe intervém e me diz para ficar quieta, já que não podíamos fazer nada mesmo.
Era revoltante, a minha vontade era de gritar e matar quem tivesse na minha frente, ver meu querido pai sendo tratado com um criminoso, o pior foi julgado, condenado e executado sem ter direito a defesa
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