Tentáculos apertam meu coração, correntes prendem o meu corpo, uma mordaça tampa minha boca e uma venda cobre os meus olhos.
Meus irmãos se encontram na mesma situação, todos estão presos aos grilhões da opressão, mas não entendo, todos dizem que são livres.
Enquanto os demônios sentam nos tronos do poder e com o açoite nos rasgam o espirito, nós sorrimos com a ideia de liberdade, sorrimos por sabermos que não somos escravos.
Somos tolos, somos escravos, pão e circo nos são dados enquanto exaltamos aqueles que nos devoram.
Nosso deus, a televisão, nos vende o modo de vida que devemos ter, um que não incomode os monstros que vivem do suor do nosso esforço, pagamos com a nossa alma, numa bandeja de prata entregamos nossa integridade.
Somos fruto das diretrizes da alienação, ela nos roubou de nós mesmos, nossa personalidade é forjada em um programa de televisão.
Mas o pulso ainda pulsa, ainda há sangue nas nossas veias, ainda há uma luz na escuridão.
Levantemo-nos e lutemos, eles podem ofuscar algumas estrelas, mas não uma constelação inteira.
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