Dois olhos finalmente se cruzam.
É como se fosse duas paredes se chocando, duas estrelas se estilhaçando na vastidão do Universo, é dois seres apenas se encontrando.
Vidas. Dais quais não podemos saber. Duas criaturas, imperfeitas, porém, perfeita uma para outra.
Duas respirações em mesma sintonia, duas peles cujo toque as leva para o encontro das galáxias.
Um rosto com semblante de anjo, e uma pele com o toque de veludo.
Duas crianças, porém jovens adultas, que no balançar da noite, se tocam lentamente com a sintonia da leve canção do ar.
Duas pessoas, cujas vidas a levaram até aquele simples cruzar de olhos. Duas vidas, que jamais imaginariam encontrar seus verdadeiros encaixes de óculos.
Dois corações que batem aceleradamente pelos vasos sanguíneos que transportam uma única substância: o amor.
Duas bocas se abrem em um pequeno sorriso e logo em seguida, se dispersam pelo meio da multidão.
Dois seres perdidos que choram pela perda do outro.
Dois puros imperfeitos que choram sem a perfeição do outro.
Duas vidas que se cruzaram sem nem ao menos finalizar seu amor.
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