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Hackers
Wellerson Araujo

Hackers
Afinal, hackers são bons ou maus?

Um hacker é uma pessoa que desenvolve programas de computador por prazer. Para ser aceito como tal, ele precisa ser reconhecido pelos outros. Os códigos tecnicamente bons desenvolvidos por eles são compartilhados com os outros. Essas atitudes de doar o que tem de melhor e colaborar com a solução de problemas é que fazem um hacker conhecido e aceito pela comunidade.
O termo foi desvirtuado pela mídia e por algumas grandes companhias de softwares que queriam coibir as duas principais características dos hackers: a liberdade para fazer o que quer e o compartilhamento do que foi feito. A maioria dos criminosos, invasores de sistemas de informação, não são hackers, pois não desenvolvem códigos, no máximo aprenderam a manipular algumas ferramentas de intrusão que estão disponíveis na Internet. O problema é que esse desvirtuamento levou muitos jovens a acreditarem que para ser hacker é necessário ser um cracker, uma pessoa que quebra códigos de segurança para realizar invasões.
Uma coisa é certa, a inteligência hacker está a serviço da liberdade e da colaboração, não é por menos que a maioria deles usa e desenvolve softwares livres, também conhecidos como softwares de códigos-fonte abertos (isto é, qualquer desenvolvedor pode fazer alterações nele).


Ser hacker é crime?

Não. Ser hacker é ser um estudioso de códigos de programação que somente atua por livre e espontânea vontade, com grande capacidade e inteligência para resolver problemas e encontrar soluções tecnicamente consistentes.


Os hackers trazem algum benefício para a sociedade?

Claro que sim. O sociólogo Manuel Castells, em seu livro A Galáxia Internet, relata que a rede mundial de computadores foi criada pela junção de quatro culturas: a dos acadêmicos, a dos empresários inovadores, a das comunidades virtuais e a hacker. A Internet foi até agora uma rede aberta, principalmente pela influência dos hackers, que queriam construir uma rede livre na qual todas as demais pudessem se ligar. Outra grande invenção que seguiu essa linha foi o chamado protocolo http (hyper text transfer protocol — protocolo de transferência de hipertexto), que permitiu a existência do modo gráfico na rede, gerando a Web.
Ao invés de agir como Bill Gates e outras pessoas que têm como objetivo controlar seus inventos e lucrar, Tim Berners-Lee, o criador da Web, distribuiu sua criação para que todos pudessem usá-la. Isso viabilizou a rápida expansão da world wide web. O movimento de software livre, que defende o compartilhamento do conhecimento tecnológico e possui milhares de programas desenvolvidos dessa forma, foi iniciado por um hacker chamado Richard Stallman, na época pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Portanto, os benefícios da postura, da ética e da cultura hacker são imensos.


Ser hacker é uma profissão? Se sim, em que tipos de funções e empresas ele pode trabalhar?

Ser hacker não é uma profissão. Mas toda a profissão pode ter seus hackers, ou seja, pessoas de alta capacidade que trabalham por prazer. Em geral, o termo ficou restrito à área de tecnologia da informação, mas um hacker pode trabalhar em qualquer área de uma empresa de softwares ou de redes de informação.
Que tipo de vida um hacker leva?

Uma vida baseada na liberdade, na vontade de sempre aprender algo novo e no prazer de compartilhar aquilo que aprendeu. O hacker acredita que o conhecimento é um bem comum da humanidade. Por isso, devolve para a sociedade aquilo que criou.

Resumidamente, o que consta no código de ética de um hacker?

Podemos resumi-lo em dois princípios: a liberdade para criar o que gosta e a colaboração. Por isso, a maioria deles usa, desenvolve e defende softwares livres.
Outro ponto importante está no conhecimento e aperfeiçoamento de sua capacidade e autonomia. O hacker não se prende a títulos; seu maior mérito está em doar sua capacidade para solucionar problemas complexos que estejam em seu caminho. O conhecimento está na sua base ética, pois ele precisa disso para ser livre. Um hacker é aquele que realmente sabe fazer e não aquele que diz que sabe fazer.


Hacker tem algo a ver com vírus, cracker e spyware? Se sim, de que forma?

Um vírus é um programa auto-executável escondido dentro de outro programa ou arquivo. Alguns são obras de hackers mal-intencionados, mas outros são feitos por pessoas que se dizem hackers, mas não são reconhecidos por essa comunidade, pois não produzem com qualidade. Vários vírus e spywares (programas que se instalam no seu computador para espionar e obter informações, tais como sites visitados e senhas, entre outros) só são possíveis porque a maioria das pessoas ainda usa um sistema operacional que auto-executa tudo que lhe for enviado, quebrando as regras de segurança mais elementares. Isto faz com que uma pessoa com um certo conhecimento em informática possa criar programas de intrusão nesse sistema operacional falho, o que não significa que ela seja um hacker. Elas podem ser consideradas crackers, quebradores de códigos com finalidades criminosas.

Ouvi falar que há hackers maus que, após cumprirem pena, acabam trabalhando para o “lado bom”, ajudando a polícia. Isso realmente acontece?
Realmente existem casos de hackers que usavam seus conhecimentos para atividades criminosas e deixaram o crime, passando a colaborar com a área de segurança informacional e a proteção de redes.


O que se ensina numa escola de hackers?

O Hackerteen, o primeiro curso de hackers que eu conheço, ensina segurança de redes, empreendedorismo e ética hacker. O curso ensina que a segurança é um processo, nunca um produto (exemplo: antivírus ou firewall) que você adquire e não precisa mais se preocupar com ele. Qualquer grande solução de segurança lógica poderá ser superada e, por isso, o hacker deve ter o espírito de aprendizado contínuo e profundo. A qualidade técnica do curso, que avança bastante na área de softwares, é elevada.


É verdade que existe até curso superior para hackers no exterior?

Não conheço. É muito importante esclarecer uma coisa: a cultura hacker é meritocrática. O título não vale quase nada, vale o que se é e o que se faz. Um curso não cria um hacker, ele precisa ser reconhecido pela comunidade. Para isso, ele deve colaborar na solução de problemas de segurança, alertar sobre falhas em softwares que permitam a invasão de pessoas mal-intencionadas nas redes ou computadores ou colaborar no desenvolvimento de algum software livre. Se essa colaboração for genial, com códigos escritos de elevada qualidade, é sinal que ele tem talento e, portanto, será reconhecido como um hacker pelos demais.


Biografia:
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