Sinto falta de um lugar.
Um santuário.
Um templo.
Um lugar onde
comungamos orações
pela perenidade
de nossas vidas.
Vidas essas,
entrelaçadas pelo tempo
e pelas trilhas das horas.
Seria este lugar meu coração?
Sim, um lugar no coração.
E dentro dele,
em minhas orações,
ainda tento compreender,
e talvez não devia tentar,
mas só aceitar,
porque o sol só cruza
o universo infinito
durante as horas do dia
e a lua segue sua trilha
na escuridão da noite.
Essas perguntas conturbam o espírito.
Em que mundo, em que universo de luzes,
sol e lua poderão, uma vez, uma vez só,
andar de mãos dadas
no céu de estrelas cadentes?
Se não há resposta para esta pergunta,
não há também esperança
de que um dia tudo possa ser diferente.
E no mundo das estrelas,
os astros vagam sós,
cada um em sua trilha,
mesmo se encontrando
no fim ou no início
das horas do tempo.
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