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Tarde demais
Maria

Sempre é tempo de começar de novo. Por mais difícil que a situação se apresente. Por mais doida que seja a dor. Seja lá qual for seu motivo, doença, desesperança, amor...

Encantada com o mundo
que se me apresentava
confundi o sonho de mil horas
com a realidade de viver.

Enquanto eu sonhava a vida
corria silenciosa
e plena a rodopiar
ao redor de mim
e eu nem ao menos percebi.

Nascida e criada no medo de ver
a realidade da vida para não sentir a dor,
toda minha vida fechei os olhos
para o que achava podia
me ferir e magoar.

Se era amor, nem via,
se era dor me afastava
para não me ferir.

Ansiosa em curar as feridas dos outros,
nem ao menos percebi a que crescia
dentro de mim.

Solícita em cuidar da alma
e do espírito cansado dos aflitos
e combalidos pela vida,
esqueci de cuidar
de meu próprio coração.

Não cuidei de mim.
Esqueci de viver
e esqueci que era alguém.

Doei-me completamente
para o outro.
E quando fui me encontrar
não mais me achei.

Já tinham me levado embora.
Cada um arrancou o pedaço que quis
e carregou consigo.

Sobrou trapo e nó.

E iniciei a me procurar.
Coloquei anúncios em jornais
e placas na beira da estrada:

Procura-se por mim.

E vaguei a procurar.
Busca eterna.
Rodopiando e rodopiando
e sempre voltando
ao ponto de partida.

Queria dizer algo mais
mas não sabia o que queria dizer.
E nesta busca eterna,
encontrei-me com o avesso de mim.
Encontrei-me comigo mesma.

E quando me achei,
já era tarde demais.
Faltava um pedaço de mim.



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