O vento vem,
toca meus cabelos,
leva meus pensamentos.
O vento vem brando,
cálido,
sem reservas de ontem.
O vento fala canções
que ficaram esquecidas,
que foram jogadas
nas bordas da vida
e colocadas num canto
escuro do coração.
E nas ondas deste vento
navego igual garça
de asas soltas
e de plumagem azul de luar.
Um navegar manso
e sem direção.
Um navegar sem medo
de ganhos e perdas.
E segue o vento.
Incansável
na corrida do tempo.
Sempre traçando
novas trilhas
e deixando marcas
por onde passa.
Marcas de nódoas de dor
ou marcas de toques de amor.
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