Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A BONECA DE SOPHIA - PARTE II
TERROR
EMANNUEL ISAC

Ao chegarem em casa, Sophia correu para mostrar ao pai o presente. Marcelo olhou a caixa e perguntou para Norma onde conseguiu dinheiro para comprar aquela boneca. Norma narrou o acontecimento para Marcelo, até chegar no episódio que levou Sophia a ganhar a boneca:
          
          - Ninguém dá nada de graça, ainda mais uma boneca como esta! - Disse ele ainda desconfiado;
          - O fato é, que não gastamos um centavo com o presente dela! - Respondeu Norma levantando e entrando no quarto.
          Marcelo ficou olhando a filha que começara a abrir a caixa, para tirar a boneca. Sophia puxou a boneca e ao tocar nela, exclamou:

          - Pai! A boneca está quente!
          Marcelo foi até Sophia e pegou na boneca, verificando o que a filha falou. Pegou na boneca e assustou-se;
          - Norma! - Gritou pela esposa
          - O que foi? - Perguntou ela surgindo na porta do quarto;
          - Você já tocou nesta boneca?
          - Ainda não!
          Marcelo estendeu a boneca para Norma, que caminhou e a tomou de suas mãos. Norma ao tocar na boneca e apertar o corpo emborrachado, arrepiou-se:
          - Pare..., parece com..., gente!
          A boneca tinha o corpo macio como se fosse de um ser humano. Norma examinou a boneca juntamento com Marcelo, tirou a roupa, olhou cabelos, olhos, enfim, tudo!:
          - Eu nunca vi uma boneca assim! - Norma vestiu a boneca e Sophia a puxou de suas mãos, subindo para seu quarto.

          Norma e Marcelo já se preparavam para dormir, quando ela, como era costume, passou no quarto de Sophia para ver se a filha já estava dormindo. Parou na porta do quarto, ao escultar Sophia falando com alguém:
          - Mamãe briga comigo! Ela não vai deixar...
          Norma abriu um pouco a porta e olhou pela fresta; Viu quando a filha estava sentada de frente para a boneca, conversando como se fosse com uma pessoa. Imediatamente, Sophia parou de falar:
          - Com quem você estava falando Sophia?
          - Com minha amiga!
          - E falavam sobre o quê? - Norma entrou no quarto e sentou na cama, ao lado da filha;
          - Ester pediu segredo!
          - E quem é Ester? - Perguntou Norma para a filha;
          - Minha amiga! - Sophia puxou a boneca para seu colo;
          - Ah! A boneca! Você deu o nome da filha da velha senhora que lhe deu a boneca?
          - É que ela não gosta que chame ela pelo seu nome de verdade! - Sophia alisava o cabelo da boneca;
          - E qual é o nome verdadeiro dela?
          - Ela pediu para eu não falar, é segredo!
          - Tá bom! Mas agora é hora de dormir! - Norma não ligou muito para o que a filha falou, deitou a filha na cama e a cobriu com o lençol.
     
          Colocou a boneca na cadeira ao lado da cama de Sophia, deu um beijo na filha e saiu do quarto. Ao apagar a luz, Norma olhou para a cadeira e teve a impressão que a boneca estava olhando para ela. Assustou-se quando viu os olhos da bonecas brilharem em um vermelho sangue intenso. Rapidamente acendeu a luz e fixou o olhar na boneca, para sua surpresa, ela estava com a cabeça virada na direção contrária, olhando para a parede e não para a porta!

          Sophia descobriu o rosto e olhou para a mãe, que estava parada na porta, olhando para a boneca:
          - Mamãe?
          - Volte a dormir Sophia, não foi nada não! - Norma voltou a desligar a luz e puxou a porta devagar, olhando para a boneca.

          Norma fechou a porta do quarto e saiu, Sophia olhou para a boneca e viu quando ela lentamente começou a virar a cabeça na direção de onde Norma estava. Sophia puxou o lençol e cobriu a cabeça fechando os olhos com medo...                                      

          No dia seguinte ao acordar, Norma foi até o quarto da filha. Encontrou Sophia ainda dormindo, mas ao olhar para a cadeira onde tinha deixado a boneca, a encontrou vazia. Olhou por todo o quarto, até que resolveu suspender o lençol de Sophia; encontrou a boneca abraçada à Sophia. Assustou-se quando pegou a boneca pelo braço para retirá-la da cama, sentiu uma pulsação; largou a boneca que caiu em cima de Sophia, a despertando;

          - Porque colocou a boneca na cama Sophia? - Perguntou ela;
          - Boneca? - Sophia olhou para o lado e viu a boneca;
          - Eu não coloquei, ela me pediu pra deitar comigo porque estava com frio!
          - Chega Sophia! Já está na hora de parar de inventar que suas bonecas é que pedem as coisas! Já lhe falei que lugar de brinquedo, é na prateleira! - Norma pegou a boneca e colocou na cadeira de volta, pois ela, por ser grande, não cabia na prateleira dos brinquedos.
          - Levanta que tá na hora de ir pra escola!
          Norma saiu do quarto nervosa. Não por ter brigado com a filha, mas sim, pelo fato daquela boneca mexer com seus nervos.

          Após colocar Sophia no ônibus que a levava para a escola, Norma voltou para casa e começou a arrumá-la. Estava de folga na segunda-feira e aproveitava para deixar a casa em ordem. Marcelo havia saído para fazer alguns biscastes, como de costume e Hélio, seu outro filho, já tinha ido para a aula de karatê.

          Após ajeitar a parte de baixo da casa, subiu para o andar de cima. Arrumou seu quarto e o de Hélio, indo em seguida para o quarto de Sophia. Esqueceu-se da boneca e começou a limpá-lo, quando abaixou-se para limpar embaixo da cama de Sophia, encontrou a boneca deitada de barriga pra cima e com os braços segurando nos lastros da cama! Seu susto foi tão grande que bateu a cabeça na cama, ferindo-a e fazendo pingar algumas gotas de sangue no chão.

          Falou alguns palavrões e retirou a boneca de debaixo da cama, se perguntando como ela foi parar naquele lugar. Jogou-a em cima da cama e foi tratar do ferimento. Ao voltar para o quarto, encontrou a boneca no mesmo lugar, mas agora, parecia que ela estava com um sorriso no rosto; tentou lembrar se tinha observado aquela expressão no rosto da boneca – nada! Molhou o pano no balde com a água que trouxera, e quando se abaixou para limpar o piso onde estava sujo de sangue; o encontrou completamente limpo!

          Norma arregalou os olhos, e foi levantando devagar o tronco. Ao chegar a visão na altura da cama e ao olhar pra cima dela, a boneca estava com a cabeça virada em sua direção, com os olhos arregalados, e com a expressão do rosto séria! Norma caiu sentada para trás, olhando a boneca. Levantou-se, continuando a observar a boneca e saiu do quarto.

x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x           

          Marcelo chegou para almoçar, e Norma colocando o seu almoço falou:
          - Tem alguma coisa estranha com essa boneca!
          - Como assim, estranha?
          - Não sei! Toda vez que deixo ela em uma posição, a encontro de outra forma!
          - Você deve estar cansada e não observa direito como a deixa! - Marcelo respondia sem dar muita atenção no que Norma falava;
          - Eu sei muito bem como deixo as coisas! E essa boneca me deixa nervosa toda vez que chego perto dela! - Norma passou as mãos pelo corpo, como se estivesse com frio;
          - Esquece isso Norma! É só mais uma boneca como outra qualquer!
          - Hoje, quando fui arrumar o quarto de Sophia, a encontrei de baixo da cama, sendo que eu a deixei em cima da cadeira...,
          - Ora Norma, Sophia deve ter colocado ela embaixo da cama e você...,
          - Deixe eu terminar – Interrompeu ela;
          - Eu me assustei e bati com a cabeça na cama, ferindo ela aqui – Norma colocou o dedo no lugar, mostrando para Marcelo;
          - Tirei a boneca de lá e quando voltei para limpar o chão, não encontrei mais uma gota de sangue;
          - Sei, o sangue evaporou-se? - Marcelo fazia a cara de desdém;
          - Não sei! Eu levantei a cabeça para olhar para a boneca e ela estava me olhando com uma expressão tão séria, que parecia até alguém com raiva me olhando.

          Marcelo escultou a mulher, sem procurar interrompê-la novamente. Norma lembrou a ele o dia anterior quando Sophia retirou a boneca da caixa e ele próprio viu que ela tinha alguma coisa de estranha. Marcelo disse que ao terminar seu almoço, iria dar uma olhada na boneca.

          O ônibus da escola chegou pontualmente às 11:50hs. como sempre! Sophia entrou correndo em casa e disparou escada à cima, para o quarto, em busca da boneca. Norma subiu atrás dela e resolveu parar na porta do quarto novamente, para ver o que Sophia iria fazer:

          - Hoje a professora passou muito dever e eu não vou poder te levar lá! - Norma escutava calada;
          - Não! Isso dói! Faça isso não! - Norma olhou pelo canto da porta entreaberta;
          - Tá, eu te levo então! - Norma entrou no quarto e perguntou para a filha:
          - Sophia? O que você está fazendo? - Sophia assustou-se acabou derrubando a boneca no chão;
          - Nada!
          - Como nada? Você estava falando novamente com a boneca? Pra onde você vai e o que está doendo?
          - Eu não vou... pra lugar nenhum e... não dói nada! Mas foi ela que começou a falar comigo primeiro! - Sophia falava com a mãe com o rosto virado;
          - O que é que você tem no rosto e que marca é essa em seu braço? - Norma observou a marca roxa no braço de Sophia;
          Sophia começou a chorar. Norma sentou na cama e abraçou a filha, mas quando olhou para o rosto dela...

EMANNUEL ISAC

Número de vezes que este texto foi lido: 52852


Outros títulos do mesmo autor

Poesias GUERREIRA EMANNUEL ISAC
Poesias REENCONTRO EMANNUEL ISAC
Poesias SILÊNCIO EMANNUEL ISAC
Poesias S O L I D Ã O EMANNUEL ISAC
Poesias MINHA METADE EMANNUEL ISAC
Contos FETICHE EMANNUEL ISAC
Poesias I N C Ó G N I T O EMANNUEL ISAC
Contos O MENINO DO PARQUE - PARTE I EMANNUEL ISAC
Contos O MENINO DO PARQUE - PARTE FINAL EMANNUEL ISAC
Poesias QUE SENTIMENTO É ESSE? EMANNUEL ISAC

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 110.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 69070 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57970 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 57621 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55893 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55206 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 55171 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 55060 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54946 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54930 Visitas
Coisas - Rogério Freitas 54907 Visitas

Páginas: Próxima Última