Ambiguidades?
Paradoxos?
Do que se trata afinal?
Revogou ou não revogou?
Numa ocasião Cristo disse que não veio revogar o Velho Testamento (Mateus 5.17).
Já em outra afirmou o oposto, dizendo que o Velho Testamento durou até João Batista (Mateus 11.13; Lucas 16.16).
Aí veio o autor da epístola aos Hebreus afirmando expressamente o seguinte, se referindo aos dois testamentos:
“Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda.” (Hebreus 8:7)
“então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. “ (Hebreus 10.9)
Como a Palavra de Deus é a verdade, não pode conter paradoxos, ambiguidades, na afirmação de um mesmo fato.
Devemos então procurar compreender a exatidão destes significados.
Em primeiro lugar, o próprio Deus falou pelos profetas do Velho Testamento que a forma da aliança que fizera com Israel seria revogada com a vinda de Cristo, e no seu lugar entraria em vigor uma nova aliança, que seria confirmada com o sangue que Ele derramaria na cruz (Veja bem: aliança, e não o conjunto das Escrituras do Velho Testamento).
Por isso, nem um jota ou til das Escrituras do Velho Testamento seria revogado por Deus, porque toda a revelação que ali fizera de Si mesmo, é de crucial importância para a aprendizagem da Sua vontade e caráter, pelas pessoas de todas as épocas da humanidade.
Deus passaria a ser gracioso, misericordioso, com os pecados e transgressões, na nova dispensação da graça que seria inaugurada a partir de Jesus.
Liberaria o povo com Ele aliançado, do cumprimento de todas as exigências civis e cerimoniais da Lei de Moisés, que se aplicavam exclusivamente aos israelitas, na antiga dispensação.
Assim, o período e as revelações daquela dispensação durariam somente até João Batista, de quem nosso Senhor afirma ter sido o último profeta do Antigo Testamento.
Dali em diante, o próprio Cristo revelaria diretamente não apenas a vontade de Deus, como também a Sua própria pessoa divina (Heb 1.1-3), porque Ele faz parte da trindade divina (Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo).
Configura portanto um grave erro, desprezar e negligenciar o ensino do Velho Testamento.
O cuidado que se deve ter, ao estudá-lo, é saber distinguir as ordenanças que ele contém, que já não são mais aplicáveis no tempo do Novo Testamento, da dispensação da graça, como por exemplo, as punições previstas contra as transgressões da Lei; apresentação de sacrifícios de animais; distinção de alimentos puros e imundos; cerimônias e ritos religiosos típicos daquela aliança antiga, como por exemplo as festividades fixas – páscoa, pentecoste, tabernáculos etc, inclusive as prescrições relativas ao dia de sábado; dentre tantas outras, que foram efetivamente revogadas pelo próprio Deus, desde que Cristo morreu por nós na cruz.
Heb 1:1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
Heb 1:2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
Heb 1:3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,
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