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Cores do Amor
Lise Grace

Cores do Amor
                             Por Lise Grace

Capítulo 1


A casa de Guilherme estava em festa. Era casamento do irmão mais novo, Anselmo. Nina sabia que iria ser uma noite difícil por que toda família dele estaria presente. Resolve ir bem ao fim da tarde pensando ser ao mesmo tempo em que Guilherme chegaria do plantão no hospital. Ele combinou com ela ao telefone a que horas chegaria em casa. Ao chegar à rua da casa dele, percebe que há muitos carros estacionados e tem dificuldade em estacionar o seu carro.
Ao entrar na casa é recebida pela mãe de Guilherme que a cumprimenta secamente e a leva para sala onde estão reunidas as primas, tias, amigas e tantas pessoas que Marina não consegue gravar o nome. Não percebe que Catarina, a afilhada sai da sala assim que a vê e sobe as escadas que leva ao segundo andar.
- Nina querida, como você está? Muito trabalho? Pergunta a avó de Guilherme.
- ola D. Gemima, tudo bem. Bastante trabalho na escola, mas estou vou bem, obrigada. E a senhora, como vai?
Desse momento em diante, Nina trava um conversa de quase uma hora com a vovó Mima. Quando pede licença, vai ate a sogra e pergunta por Guilherme. A sogra responde dizendo que ele já havia chegado e estava no quarto. Nina resolver ir lá em cima ver o noivo, porque ainda faltavam algumas horas para o jantar do casamento.
Ao chegar à porta do quarto, bate de leve chamando por Guilherme. Nina entra no quarto e Guilherme sai exatamente neste momento do banheiro com uma tolha enrolada na cintura, o dorso nu e os cabelos molhados. Antes dos dois falarem qualquer coisa, olham para a cama e percebem que Catarina está deitada nela. Nua.
Depois do choque, Nina é a primeira falar: - hã, bom, acho que vou deixar vocês dois sozinhos.
Guilherme também sai do choque e diz: - amor, por favor, não é o que você está pensando.
- ah, não? E o que os meus olhos veem, também não são o que estou vendo? Como você pôde?
- Nina, Nina, por favor. Deixe-me explicar. Fica onde você está! Não saia daí!
- não, não. Eu não preciso ver isso, passar por isso. Pelo amor de Deus, dá licença! Sai da minha frente, Guilherme. Sai! – diz ríspida.
Guilherme não lhe dá ouvidos e fala autoritário: não! Você fica!
- Catarina, levanta da minha cama. - Ele puxa a coberta deixando-a desnuda. Guilherme fala mais alto: - eu falei pra levantar da minha cama, ou eu arrasto você pelos cabelos. Anda, levanta agora e vá se vestir.
- Gui, (espreguiça Catarina), vem cá. Estava tão bom o nosso momento. Porque você tinha que levantar? O que ela está fazendo aqui? – olha pra Nina com desdém.
- não seja por isso querida, já estou de saída.
- não seja ridícula Catarina, Nina, você fica!
Guilherme já de calça, mais ainda sem camisa anda em direção ao lado da cama que Catarina está deitada e a puxa pelo braço.
- ai, você está me machucando. Me larga, seu bruto.
- estou perdendo a paciência com você, Catarina. Ou levanta e se veste e sai da minha frente, ou te arrasto até o corredor do jeito que está.
- você é um bruto – choraminga Catarina. Até uma hora atrás... – não teve, e não terá nenhuma hora atrás – corta Guilherme alterado. Ao falar novamente, sua voz assume uma doçura.
- O que você pensa que esta fazendo, Catarina? O que deu em você para entrar no meu quarto enquanto eu estava no banheiro e deitar-se na minha cama nua? ta louca? Preste atenção, menina. Eu jamais iria fazer isso com você. Eu cuidei de você enquanto era pequenina, penteei seus cabelos... Sou como seu pai ou irmão mais velho. Eu jamais a machucaria dessa forma, Catarina. Eu a amo, mas como irmão. Seu corpo não me atrai, sabe por quê? Porque você é uma menina pra mim. Agora se levante e saia da minha cama. E nunca, nunca mais faça isso de novo. Entendeu?
Nina resolve agir, fica com pena da menina que agora tem um ar envergonhado no rosto. Nina se sente com vergonha por ela.
- Guilherme, eu... Eu acho melhor vocês conversarem. Eu vou descendo. Já vi demais por hoje.
- Meu amor, fica. Por favor. Guilherme pega o telefone e interfona pra mãe. – mãe, pode vir aqui no quarto, por favor? Sim, agora. Obrigado.
Catarina ao ouvir Guilherme chamar a mãe, diz: - não, tio, a tia Grace não.
Guilherme responde: - bom, se foi mulher pra entrar no meu quarto sem bater, tirar a roupa e querer me complicar, então vai ter que ser mulher pra enfrentar as conseqüências dos seus atos.
Dona Grace bate na porta do quarto e diz: - filho? Posso entrar?
- Viu? É assim que se faz Catarina, Guilherme ironiza. – entra mãe, por favor.
Dona Grace entra no quarto e fica atônita com o que vê. Olha de um pra outro. De Guilherme pra Marina, de Marina pra Catarina.
- o que esta acontecendo aqui, Guilherme?
- bom, dona Grace, o Guilherme vai explicar à senhora o que aconteceu. Com licença. - antes que Guilherme tentasse impedi-la, Nina sai do quarto.
- filho, estou esperando.
- Catarina, mamãe ta esperando. Conta você ou conto eu?
- filho, não vai me dizer, que... – mamãe, por favor. Nunca pense uma coisa dessas de mim – corta Guilherme enojado. - Catarina? - insiste Guilherme.
- Tia, me desculpe. - Começa Catarina - eu... (começa a chorar). Dona Grace faz menção de ir até ela e Guilherme a segura. – deixe mamãe. Deixe que ela conte tudo.
- Eu amo o tio gui. Meu amor é de verdade. Não é de brincadeira. Sempre o amei e vocês todos sabem disso. Eu não sei o que ele viu naquela ne..., naquela mulher.
- Catarina... Cuidado... – vocifera Guilherme.
- É verdade - grita Catarina. Ela não é mulher pra você, ela não te ama como eu te amo. Eu sim, sou mulher pra você.
- Para, para agora e fala pra minha mãe o que você fez, antes que eu te expulse daqui. – grita Guilherme.
- filho, calma. – não, mãe. Não vou me acalmar. Essa maluca quase acabou com meu namoro. Se é que Nina vai entender isso tudo. Essa família de malucos. Anda garota, fala logo! Fala – se altera Guilherme.
Catarina então, conta como viu quando Nina chegou e resolveu pregar uma peça nela e queria que ela visse e pensasse que ela e o tio Gui tinham feito amor. Relata tudo aos prantos.
Dona Grace chama a atenção da afilhada de forma tão dura que fez a jovem chorar mais ainda, enquanto Guilherme já vestido anda de um lado pra outro no quarto como um leão enjaulado rosnando. Para e diz com o dedo em riste para Catarina:
- Quando eu voltar, não quero vê-la aqui no meu quarto, está entendendo? Nunca mais olha pra mim, dirija a palavra a mim, esqueça que eu existo. Mãe, quando ela sair, peçam para trocar a roupa de cama. Obrigado. - vou ver onde Nina está – Guilherme sai do quarto.

Capítulo 2

Ao chegar a sala é rodeado pelas primas, tias, querendo atenção. Ele da um olá para todas enquanto olha em volta procurando por Nina.
Chega perto da avó e diz: - Mima, você viu a Marina?
- oi meu neto preferido. Vovó não viu não. - Está bem, mima. Te amo, tá? - Ele beija a testa da avó.
- filho? - Oi pai, responde Guilherme. - Marina, foi embora. Eu a vi descendo as escadas chorando, a levei para biblioteca; achei que tinham brigado. Ela não entrou em detalhes e apenas me disse que precisava ir. Pedi que ela se acalmasse um pouco. Dei-lhe um copo de água e então foi embora.
O que está acontecendo, rapaz?
- pai, depois te explico, ta? Obrigado. - responde Guilherme tenso e aliviado ao mesmo tempo.
- e o jantar do Anselmo? Seu irmão vai se casar amanha e você precisa estar no jantar, sabe disso.
- ok, pai. Eu vou estar aqui. Prometo.
No momento que D. Grace desce as escadas, Guilherme sai do escritório do pai e vai para o seu quarto no segundo andar, agora sem a presença da Catarina, percebe que os lençóis foram trocados. Ele pega seu terno do jantar da noite e vai para seu carro e segue em direção a casa da Nina. Durante o caminho, liga várias vezes para o celular dela que não responde nenhuma de suas chamadas. Ao chegar a casa de Nina, fica aliviado por ver o carro dela na porta.


Toca a companhia e quem o recebe é o Sr. Colombo, pai dela.
- olá, meu rapaz. Como está? Entra, entra.
- Nina está, Sr? Pergunta apreensivo Guilherme.
- sim, ela está. Mas acho que não seria bom ir lá em cima agora. Ela está com a mãe. Entrou por aqui feito um furacão chorando, não querendo falar com ninguém. Ficou trancada mais de uma hora até que a mãe conseguiu entrar. O que aconteceu, vocês brigaram? – perguntou bem sério Sr Colombo.
- por favor, será que posso ir vê-la? Só preciso vê-la, falar com ela um pouquinho – diz Guilherme apreensivo.
- está bem, sobe lá. Só não sei se ela vai querer te receber.
- obrigado. Obrigado Sr.   

Sr Colombo havia sido coronel militar e a postura dele muitas vezes dava medo por causa de seu olhar sério e sua aparência sisuda. Somente a filha e a mulher conseguiam fazê-lo sorrir.
Guilherme sobe as escadas com o coração batendo forte. Nina não respondeu a nenhum de seus inúmeros telefonemas desde que saíra da casa dos pais.
- amor, sou Guilherme, posso entrar? Guilherme bate na porta do quarto dela.
- Não. - é a reposta que vem do quarto. – por favor, Nina, deixe-me falar com você meu amor, por favor...
Guilherme está encostado com a testa na porta e os braços estendidos nos umbrais quando a porta se abre repentinamente quase tirando- lhe o equilíbrio.
Dona Ivelise, mãe de Nina, abre a porta e olha bem dentro dos olhos de Guilherme dizendo: - o que está acontecendo Guilherme? Por Nina está assim?
– por favor, D. Ivelise, deixe-me conversar com ela.
- Está bem, entre. – D. Ivelise sai do quarto fechando a porta.
- meu amor, por que você foi embora? Pedi que me esperasse - Guilherme se aproxima dela que está em pé olhando para fora da janela do seu quarto sem nada ver.
- por favor, não me toque – diz Nina.
- por quê? Pergunta Guilherme. - Posso saber por quê?
- E ainda me pergunta? Eu quero distancia de você, da sua ninfeta assanhada e sua família doida. Desculpe, mas eu não tenho mais condições. Não da mais pra continuarmos.
- não tem mais condições? Condições do que, Nina? O que está me dizendo?
- É isso que ouviu, Guilherme. Estou terminando nosso relacionamento.
- O quê? Como assim? Não! Você não pode fazer isso, Nina!
– não posso? Quem disse? Eu tanto posso como estou fazendo. Eu percebi que não me sinto preparada pra ser sua mulher, não tenho condições emocionais, são muitas coisas contra e eu quero levar uma vida mais tranqüila, sem muitos traumas. Eu não quero chegar em casa e ver sei lá quem dessa vez, deitada na nossa cama. Realmente, estou fora!
- Nina você não tem esse direto. Não pode terminar nosso relacionamento baseada nisso. Você é minha, entendeu? Minha! - Diz Guilherme nervoso.
- fala baixo, por favor. Não quero assustar meus pais. – ralha com ele.
Guilherme anda de um lado para o outro passando as mãos nos cabelos. Fazia assim sempre que ficava nervoso. Para e diz:
- Nina... Nina meu amor, porque isso agora? Por que ta agindo assim? O que aconteceu? Você não tem certeza do meu amor? Porque se for isso, queiro que saiba que eu a amo, amo demais. Não sei mais viver sem você. – ele tenta se aproximar dela que recua.
- Não! Fique onde está!
- Olhe bem nos meus olhos e diga que nunca me amou, que nunca gostou de mim, que sente nojo de mim. Diga, diga! – diz Guilherme desesperado.
- sabe muito bem que não é isso, Guilherme. Sabe que não é assim.
- então o que é? Qual é o problema? Porque se você me ama e eu te amo, então porque estamos tendo essa conversa?
- você não entende, não é? Diz Nina olhando para ele.
– entender o que Nina? – pergunta Guilherme ansioso.
- vocês homens não veem como nós, mulheres vemos. Vocês só veem o aqui e o agora. Nós vemos tudo. Você nunca percebeu como seus pais, sua família me trata? Nunca viu que sempre é forçado nosso relacionamento? Está tão alheio que nem vê essas coisas, Guilherme. Muitas vezes tive de engolir sapo, e não sei mais o que, pra poder estar com você. Já peguei sua família, sua cunhada, sua ninfetinha e até mesmo sua mãe falando mal de mim, da minha pele, do meu cabelo. Ah, Guilherme, me desculpe, mas cansei. Cansei mesmo.

Guilherme olha pra Nina atônito, sem saber o que dizer. – porque nunca me disse essas coisas? Porque nunca conversamos sobre isso, Nina?
- porque eu achei que estava no início, que eles ainda não me conheciam, que iriam mudar. Mas não foi assim. Estamos a quase dois anos juntos e o tratamento continua o mesmo. Eu não posso forçar sua família gostar de mim, Gui, porem hoje foi a gota d’água. Por isso digo que acabou. Não posso mais. Esta me matando isso.
- Nina... Nina. Eu não consigo acreditar que eles tenham sido tão falsos com você. Até o Anselmo? A Mirna...? – pergunta incrédulo.
– não, eles não. Seus irmãos são pessoas maravilhosas. – responde Nina.
- meu amor, me perdoe. Perdoe-os... eu realmente não sei o que dizer...
- sim, tudo bem. Só que...
- só que quer terminar comigo por causa deles? Nina estamos noivos! Você vai casar comigo, eu vou ser seu marido e não eles.
- Guilherme, você nunca ouviu falar que quando casa, casa com a família junto? Eu iria casar com você e com sua família também.
- iria? É isso mesmo que ouvi?
- Sim, é isso mesmo. Aqui está à aliança que me deu, e nestas caixas estão todos os presentes que me deu ate aqui.
- eu não quero essas coisas. Eu não quero nada disso. Eu quero você! Quero só vc! – responde Guilherme numa calma que estava longe de sentir.
Nesse momento, o telefone celular de Guilherme toca. É a dona Grace, sua mãe. – oi mãe. Sim, pode falar. Ok. Não esqueci, eu sei do jantar. Sim, eu sei, ok. Sim, estou com ela. Bom, não sei. Vou ver. Ok. Beijo. Tchau. – Guilherme para momentaneamente sem saber o que fazer, continua olhando pra visor do celular, sem direção.
Sem saber o que esta fazendo, ele senta na beirada da cama da Nina e fica olhando o vazio. De repente como de um clique, vira pra ela e diz: - você pode ir ao menos comigo ao jantar? Só mais uma vez.
Nina respira fundo e diz: ok. Vou ao jantar e depois não nos veremos mais. Eu sinto muito. Mas é preciso ser assim. Agora, por favor, desça pra eu poder me trocar. – diz ela.
Guilherme não responde nada apenas olha para, ela e sai do quarto.

Continua...

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