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Cores do Amor
Capítulo 3
Lise Grace

Capítulo 3

Guilherme está com o coração dilacerado sem saber o que fazer quando vê a descendo as escadas, num vestido azul petróleo traspassado na cintura. Fica impressionado como ela está linda.
- Guilherme? Guilherme? Podemos ir? – Nina está diante dele olhando-o e percebe que ele está com a cabeça em outro lugar.
- Nina, você está linda... eu, eu... não sei o que dizer.
- obrigada. Você também está muito elegante nesse terno.
Guilherme se aproxima e coloca uma pulseira de ouro no braço da Nina.
- hã, Guilherme, eu não posso usar isso. Não mesmo. Não depois do que conversamos lá em cima.
- Nina, eu já havia comprado pra você antes mesmo de saber disso tudo. Por favor, não recuse. Magoar-me-ia, se fizesse isso.
- esta bem. Quando terminar o jantar, devolvo.
Guilherme respira fundo com o comentário de Nina, sem ainda conseguir processar todas as informações que ela falou mais cedo sobre sua família, sobre a maneira como a tratavam. Estava absorto em seus pensamentos.
Dirige sem dizer uma palavra. Chegam a casa dele e ele abre a porta para que ela saia do carro.
Ao entrarem na casa, ele instintivamente aperta a mão dela firme como se estivesse transmitindo força.
- obrigado - sussurra no ouvido dela.
Nina está elegantemente vestida num vestido traspassado na cintura com uma sandália em tom verde musgo, carteira na mesma cor da sandália e jóias douradas. Fez uma maquiagem leve acentuando apenas os olhos com tom mais escuro e arrematou com uma presilha de lado nos cabelos cacheados. Estava linda. Quando entraram, sentiu que algumas pessoas olhavam para eles e principalmente as mulheres.
Dona Grace veio recebê-los efusivamente na porta como se eles tivessem estado longe muitos meses. Nina sorrir por dentro. Que ironia do destino. Lá estava ela novamente naquela casa que havia saído poucas horas antes. Com educação, cumprimentou a todos os presentes e foi levada para a mesa de jantar. Sentou-se ao lado direito do noivo e desatou uma conversa agradável com Anselmo. Sente o olhar de Guilherme o tempo inteiro sobre ela. Ele não desvia o olhar. Aquilo já a estava incomodando. Olhou para ele com uma sobrancelha arqueada. Ele sustentou-lhe o olhar e sorriu no canto da boca em resposta.
Quando o jantar terminou, todos foram jogar uma partida de onze, outros de dominó, xadrez, uno. A sala de estar se transformou em um salão de jogos. Os jogos eram interessantes e atraia a atenção de todos. Como não queria ficar todo o tempo com Guilherme, Nina fez dupla com o primo dele, Luca. Divertiram-se e riram bastante porque ele ganhou algumas partidas.
Guilherme chegou perto de Nina e disse: - se divertindo no jogo? Percebi que não para de sorrir pro Luca – alfinetou-a ele.
- o jogo está agradável primo, devia vir jogar com a gente.
– obrigado, mas não. Respondeu ele.
Nina resolveu que era hora de acabar com o jogo porque a chegada de Guilherme tinha interrompido o momento de prazer.
- ok, Luca, obrigada por jogar comigo, o jogo foi ótimo, mas tenho de ir embora.
- ah, não, fica vai, vamos jogar mais uma partida.
- não vai dar. Jogamos outro dia. Tenho de ir mesmo.
Nina se volta para falar com Guilherme, mas ele vai em direção ao pai, Carmelo Schultz.
Olhando em volta, da de cara com Catarina, que sorri com desdém para ela. Nina retribui acenando levemente a cabeça. Vira a cara para o outro lado. “Menina insuportável”. Pensa ela. Como havia bastante gente no jantar, resolve apenas falar com Anselmo e a noiva Francis, que ela já ia embora. Se despediram e Nina saiu sem ver Guilherme. Quando já estava no portão da casa chamando um taxi pelo celular, ouve a voz de Guilherme em tom grave atrás de si.
- posso saber aonde a senhorita vai?
- estou indo pra casa, responde calmamente virando-se para ele.
- e posso saber por que não me chamou?
– porque não queria incomodá-lo. Procurei-o e como não o encontrei, achei melhor pegar um taxi.
Nina percebe que Guilherme está chateado porque ele a olha de forma dura.
- Guilherme, eu..., bem...
- o que Nina?
- bom, posso realmente ir de taxi. Não precisa se incomodar. - Agora eles conversam como se fossem dois estranhos. Guilherme não lhe dá atenção e caminha em direção a rua onde está o seu carro, um Honda Civic preto.
- por favor, entre no carro. – diz ele em tom de comando. Nina detestava quando ele fazia isso com ela. Quando lhe dava ordens. Para não suscitar uma briga, resolve entrar no carro dele quieta.
Ela percebe que o clima está muito difícil entre eles. Decide ficar calada. Ele também não fala nada. Ambos estão envolvidos em seus pensamentos.
Ao chegar à casa da Nina, ninguém sai do carro. Nina sente lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ao dar um soluço, Guilherme vira para ela e diz: - meu amor, meu amor... Tenta se aproximar e Nina recua mais pra perto da porta. Ela sente Guilherme enrijecer.
- Guilherme, por favor, não.
- porque Nina, por quê? O que você quer que eu faça? – pergunta ele angustiado. – porque está fazendo isso com a gente? Eu a amo demais e não consigo mais viver sem você. Por favor, me fala que tudo o que me disse mais cedo, foi um engano, que nós vamos superar tudo isso e ficar juntos.
- desculpa Guilherme, mais eu não posso. Não consigo. Eu amo você, mas...
- mas...
- mas não tenho estrutura emocional pra aguentar sua família. Você iria ficar chateado comigo então, por que eles são seus parentes, e nós iríamos brigar e então acho melhor encerramos por aqui. Aqui está a pulseira que me deu esta noite. Não posso ficar com ela. – Nina tira a pulseira do braço e coloca na mão do Guilherme.
- Nina eu não consigo entender.
- desculpe, desculpe. Nina sai do carro soluçando.


Capítulo 4

Guilherme fica um instante parado e então começa a socar o volante e sente lagrimas de desespero rolar pelo rosto. A sensação de impotência é grande. Não entende como sua família pôde fazer isso com ele? Como puderam desprezar a Nina? Como puderam ser tão falsos? E tudo o que ele havia aprendido dos pais sobre dignidade, igualdade racial e etc...
Volta pra casa e com está sem animo, resolve ir direto para o seu quarto. Não conseguiria olhar na cara de ninguém e não queria estragar a noite do Anselmo e da Francis.
Chegou o dia do casamento e ninguém, nem mesmo seus pais, lhe perguntaram o porque Nina não estava com ele. Ele não conseguia acreditar que além de Anselmo e Mirtes, seus irmãos, seus pais não sentiram a ausência dela. Compreendeu mais uma vez que tudo que ela falara era verdade.
Por sua vez, Nina contou para os pais que havia rompido com Guilherme, sem entrar em detalhes.
Os pais, sabendo que alguma coisa a mais tinha acontecido, resolveram não fazer muita pressão e acharam melhor aguardar quando Nina resolvesse falar. Mas ela preferiu guardar silêncio.
Depois de algum tempo, ela informou aos pais, que saiu uma transferência para ela em Petrópolis e que iria mudar para a cidade. No início os pais ficam muito tristes, mas acharam melhor que ela se afastasse, pois ela andava muito triste desde que havia rompido com Guilherme há dois meses.
Após Nina ter ido morar em outra cidade, Sr. Colombo é diagnosticado com uma doença grave no coração e quem o atende por coincidência é o Dr. Guilherme Schultz, cirurgião cardíaco, ex namorado de sua filha. Ele é especialista no assunto e um cirurgião muito conhecido.
- ola, Sr Colombo – saúda-o com entusiasmo, o medico.
- ola, meu rapaz, com tem passado?
- levando a vida, Sr. Levando a vida.
Sr. Colombo percebe que Guilherme está bem mais magro do que se lembrava e com uma aparência precisando de cuidados.
- O Sr terá que fazer um tratamento longo e vamos fazer de tudo para impedir que seja preciso passar por cirurgia. Vou acompanhar o seu caso, e com sua ajuda e de Dna. Ivelise, creio que teremos sucesso. Seu caso é um pouco grave. É preciso seguir as recomendações que darei, e ficará bem, ok?
- ok, meu jovem. Obrigado por me acompanhar nisso. Fico mais tranqüilo sabendo que é você, uma pessoa da famí... Opa, desculpe. Não foi minha intenção
- tudo bem, Sr. Colombo, eu ainda sinto muito a falta dela. Ela não imagina o quanto. Ela está bem? – retruca Guilherme suspirando.
- sim, está. Como diz você, está levando a vida. Mora em outra cidade agora.
- ah é? Onde? Hã, desculpa, Sr. Não é da minha conta.
- tudo bem. Bom, obrigado por tudo mais uma vez, doutor. E nos vemos mês que vem.
- por favor, não precisa me chamar de doutor. Me chame de Guilherme. Afinal, somos amigos.
- tudo, meu rapaz. Se assim vc deseja... ate breve.
- ate mais.
Quando Sr Colombo sai da sala, Guilherme afunda na cadeira da sua sala com o coração aos pulos. Ver o pai da Nina mexeu com os seus brios. Oito meses haviam se passado desde a ultima vez que a vira, mas ela não saia dos seus pensamentos. Todos os dias, pensava nela e ver o Sr Colombo hoje só despertou mais uma vez esse sentimento. Então ela mudou pra outra cidade. Sentiu o coração apertado. Sua Nina tinha ido embora.

Nina sabia que seu pai não estava bem de saúde. Imaginou que havia um problema. Sua mãe não contava nada, desconversava toda vez que ela perguntava como ia o pai. Também não falavam nada sobre o medico que o estava tratando. Decidiu esperar um tempo. Resolveu que no mês seguinte que iria ver o pai, iria tirar uma licença do trabalho e dessa vez saberia de tudo.

Guilherme resolveu cuidar do pai de Nina em casa. Assim evitava o transtorno dele ir ate ao hospital e ele poderia estar perto de Nina, mesmo ela não morando mais na casa. Ele se sentia bem lá. Era como se ela ainda estivesse ali. Tinha a foto dela em vários cômodos da casa. Todas as vezes que vinha ver como o Sr. Colombo estava, ele ficava um tempo olhando para as fotos de Nina. Uma vez roubou uma que colocou na cabeceira da sua cama no seu apartamento.
Sua presença na casa já estava se tornando rotineira. De vez em quando, almoçava com a família, levou o Sr Colombo ao estádio para assistir uma partida de futebol, assistiam jogos em casa. Quando não estava de plantão ou em cirurgia, sempre que podia estava com os pais dela. Era como estivesse presente. Seus pais estranharam um pouco a ausência dele, mas como não faziam perguntas, ele resolveu não dizer nada.

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