O dia de hoje não passará de lembrança
Da minha vida desperdiçada.
Por ele passarão inutilmente as horas,
Como passaram por mim os dias vazios,
Como se não fossem absolutamente nada.
Hoje não passa de um dia qualquer
Da minha vida desperdiçada.
Como passaram as horas por todos eles,
Também passaram eles por mim, sem sentido,
Sem dizerem absolutamente nada.
Enfim, dias defuntos, da vida cansada,
Onde os pés descalços
Buscaram inutilmente construir
Com os seus próprios passos
A mínima estrada;
Que não há;
Nunca houve;
E que agora sei,
Jamais haverá.
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