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A HIENA QUE NÃO SABIA RIR
HIENE
Ismael Monteiro

Resumo:
É uma estorieta da hiena que aprendeu a rir.

A HIENA QUE NÃO SABIA RIR


Era noite. O vento soprava as folhas caídas no chão. Tudo era triste. Por um momento parecia que o mundo desabara. Neste cenário nada aprazível apareceu Teodora. Ela era uma hiena da cor cinza escura. Um bicho todo desengoçado segundo falavam outros animais. Era uma hiena diferente, enquanto as outras de sua raça viviam rindo, talvez por sua forma ridícula, ou por sentir cócegas à toa, Teodora nunca ria. Por isso, ela era motivo de chacota das outras hienas, por andar sempre com o rabo entre as pernas e viver se esgueirando de todas. Entre os humanos isso também acontece. Tem gente que não ri nem mesmo se ganhar na loteria.
     Era comum entre as hienas o concurso do riso solto, no qual aquela que risse mais acaba ganhando algum prêmio. Nesse concurso tudo era festa, tinha uma hiena que contratou um macaco sagüi para lhe fazer cócegas o tempo inteiro. Outra tomou uma garrafa de vinho para rir mais. Outra, era masoquista e fazia questão que todos pisassem o seu trazeiro gordo para tentar rir. Uma comprou uma revista de humor, outra fez um tratamento psiquiátrico, outra foi no programa Silvio Santos, e assim por diante. O ser humano também faz uma porção de coisas para ser alegre, mas nem por isso ri. Outros acham que rir é falta de respeito ou caçoada.
     Voltando às hienas, no concurso do riso solto, haviam quinze bichanas inscritas, cada uma fazendo alguma coisa para que todos rissem. Valia tudo, uma hiena beijou um cavalo na boca, outra fazia piruetas no ar, outra encheu a boca de balas e tentou falar chinês. Uma imitou Barak Obama no dia do enterro de Bin Laden. Outra imitou um porco. Outra imitava a nossa presidenta e andava de ré. Tudo aquilo realmente era digno de muito riso.
     De repente, chegou a vez de Teodora. Foi quando o juiz do concurso lhe fez uma pergunta: Onde nasceu Castro Alves? Teodora era muito culta. Era mais conhecida como rata de biblioteca. Ela imediatamente retrucou: Ele nasceu em Cabaçeiras. Num acesso de riso, Teodora repetia Cabaçeiras, cabaç..., caba..., e quá, quá, quá. Não parou mais de rir. O riso era tanto, que todos desconfiavam que aquele dia foi o único dia em que Teodora riu na vida, não parava mais. O juiz mandou que alguém segurasse a bichana para fazer que ela parasse de rir. Tudo em vão! Ela continuava rindo desmesuradamente! Foi então que uma anta que assistia tudo aquilo falou: - Tragam uma pá de jardineiro, para que possamos bater nas suas costas e dar aquele tchan.. Feito isso, Teodora toda arrebentada finalmente parou. Olhou a todos e disse, eu também sei rir! Agora ninguém me segura mais! Salvem os políticos! As múmias! Os presidentes e ex-presidentes! Nunca mais vou parar de rir! Fica clara a lição: todos precisamos de um motivo bastante forte para rir.


Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
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