" Sou início e fim, meio das coisas, achado de luzes, perdido em lampejos.
Se sou, sou parte. Se tenho a posse, sou dono; se me falta é porque não ganho, se tenho é porque me sobra.
De sombras permeio igualdades,e se não me faço rei de povo nenhum é porque não tenho terras e semeio a discórdia entre os claros e escuros. sou a borda e o vôo. tenho rainhas fogosas e pajéns de cama. sou a guarda e o pão.
Guerreiros imponho a minha porta e venço os inimigos apenas quando sonho que sou príncipe de galenas e mares desfeitos na areia.
Sou assim. sempre de guarda, sempre afoito, modelado em medo. espero a sombra dela para fazer a minha.
Espero os lábios delas para tentar ser feliz. mas qual! felicidade eu só compro. vou às esquinas sem vida e na balança da vida, faço a prosa e o verso.
Faço o sexo e pago.e por isso, sou o início e o fim, sou o início do nada, da espera e da tristeza, de entender as estrelas só quando o dia tende a cair.
Sou isso, sou aquilo, rezo por zeus - deus dos aflitos.
Não há fim,nem pouco princípio, não existe igualdade e quando de perdão eu peço, dizem à ventorola: "lá vai o homem se seis moedas e duas tristezas"!
|