Há dias em que vejo meus vinte um anos dissecados,
Imprimidos, decompostos em um segundo ou em fragmentos menores desse tempo, como que resumido todas as atividades, esforços, estudos e prazeres da minha vida em poucos e supérfluos acontecimentos, desde o nascimento em relação ao grande mistério.
Digo que não sinto inveja da vida despreocupada dos demais e afirmo isso negando-me.
A incessante busca de desvendar o desconhecido:
a minha riqueza é minha miséria, minha grandeza é minha angústia esses são os culpados por ter essa ainda estranha sensibilidade de saber agora o verdadeiro sentido daquela máxima a muito conhecida.
Quero saber o que estou fazendo aqui diante desses livros com um lápis e uma borracha na mão. Enquanto, boêmios, vagabundos, bêbados e crianças a brincar descobrem os mais recônditos segredos da vida e estão anos luz a frente dos pobres filósofos e cientistas. Enfim,.....
Há uma lagrima que cai no chão a cada verso em que escrevo
E não fosse eu uma pessoa limitada de capacidade
diria ser um novo Maikoviski, sou sonhador não?
Atentem, agora, para a vida dos maiores escritores
Maiakoviski, Dostoieviski, Dante, Álvares de Azevedo, Virginia Woolf e Choucer. Todos tiveram tristes fins de vida. E....
Há uma lágrima que cai no chão a cada linha que escrevo
Triste não? O verdadeiro poeta é um homem sofredor
Expõe idéias encadeadas e apresentam realidades de sua dor
Que não são bem apenas dor
E colocam a culpa das moiras nos sentimentos do amor. E.......
Há uma lágrima que cai a cada verso que leio
E não apenas lagrimas caem, mas sonhos
Que invertem e transformam-se em pesadelos
Quando se observa que os nossos projetos de vida
Perdem-se no vento, pois nossa existência é como uma pluma
Que se desfaz com uma simples lufada de vento
E,
Há lágrimas que caem a cada verso que escrevo
Lágrimas essas que não são bem de dor
Não são apenas de amor
Explicam um pouco da complexidade humana
Essa máquina às vezes perfeita às vezes imperfeita, às vezes insana
E,
Há uma sorrizo rizo que cai a cada verso que escrevo
E a cada estrofe que faço me causa espanto
De perceber que nossos maiores doutores da literatura
São crianças, bêbados, pobres e pessoas desequilibradas
Que conseguem extrair da literatura, da natureza as verdades
mundanas
Há um pouco de vida em cada verso que escrevo
Assim como compartilho sentimentos com todos leitores
A que vêem este tormento
A cada linha que traço com esse lápis em riste
A cada verso
Existe um pouco de vida
Todo homem bom é maldade
Todo poeta romântico é realidade
Toda maldade é humanidade
Toda humanidade tem um “q” animalidade
Há lágrimas de suor que caem no chão a cada passo
Suor dignificante que mostra
o cansaço daquele capitalismo
que é legado do fracasso de Marx
Sonhar, um dia, viver em sociedade justa
Essas lágrimasferem o rosto ao caírem no chão
Denunciam tristeza, incerteza e miséria
Nos aponta a incapacidade do ser
DE APENAS SER.....
Hoje mais que ser
Devemos pecar
Para permanecer devemos parecer
Vida é significante de ser humano
Humanidade é seu significado?
Quem é o que?
O que é quem?
Viver é sobreviver
Comer é tirar o pão do próximo
Beber é tirar a água do semelhante
Desigualdades (normalidade)
Pobreza (banalidade)
Desprezo
Indiferença
Morte
fim?
Gerações vão, gerações vêm a terra jamais se desfaz, pois sempre permanece. Os dias vêm e vão, caem as noites passam-se os dias, passam-se os meses, passam-se os anos, passam-se os séculos e os milênios e a terra fica modificada, mas fica......
O tempo muda.....
O tempo se muda .....
o homem não muda,
e..., no entanto diante o outro, muda,
posto que seu tempo muda.
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