De quatro em quatro anos é sempre a mesma ladainha. É mensalão pra cá, quem vai ganhar a eleição pra lá, comentários descuidados, desinteressados e interesseiros a respeito dos resultados de investigações que vêm à tona devido a memória precisa dos políticos, que resolvem soltar o verbo só quando lhes conveêm, e que não deixam escapar uma oportunidade de posar de santinho do pau oco para conquistar mais meia duzia de votos ao mensionarem um ato negativo de seu “saudoso colega” de profissão. Durante esse período, somos bombardeados por uma enxurrada de notícias políticas pelas mídias, como eleitor confesso que, às vezes fica até difícil dissernir o que é verdade e o que é mentira em relação às notícias vinculadas às eleições.
Outro dia ouvi um um senhor conversando com um amigo num barzinho com um homem com traços de meia idade. - Está cada vez mais complicado ser eleitor no Brasil. - Pois é vi na TV ontem todos os políticos que estão concorrendo a presidência já estiveram em algum momento de sua vida política foram alvos de especulações, investigações ou CPIs. Se pudessemos fazer uma limpa nos órgãos do executivo, acho que sobrariam poucos para contar a história. Agora é impressionante o poder que o marketing exerce sobre povo. A propaganda conseguiu mais uma vez iludir o povo com a imagem de bom moço de alguns políticos que mesmo roubando deus e o mundo dos trabalhadores em outros épocas, e mesmo assim, coinseguiram recuperarar a imagem de mocinho honesto. Não ouvi o resto da conversa, pois tive que terminar de beber aquela coca-cola que um dia ainda me mata e pegar o ônibus para não me atrasar para o serviço. Mas não interessa o que eu estava fazendo. A verdade é que essa conversa me fez perceber a força da propaganda no convívio social. Ferramenta indispensável essa, e porquê ela é tão indispensável para a política? Bom, peguem um operário com suas manias e simplesas e cortem a sua barba, seu cabelo, seu bigode, coloquem um terno e uma gravata, aí estimulem ele a falar um discurso preparado por assessores que saiba misturar promessas de iniciativas políticas e ditos populares de efeito, sabendo demonstrar muito bem o interesse e a identificação desse político com a realidade do povo brasileiro, pronto aqui está 60 % do caminho andado para que essa pessoa se torne um político eleito pelo povo. Mas alguém vai perguntar, mas e os outros 40%, onde ficam, bem esses 40% ficam por conta do carisma, da imagem e um pouco de apoio financeiro partidário que nenhuma política se sustenta só de ideias. O caso é que a propaganda faz a força, (mais que a união); porque sabe convencer, ludibriar, iludir o eleitor com promessas de ações políticas que serão desempenhadas no período de vigência do governo desses políticos. O problema é que estranhamente não se desvincula mais política de partidarismo. A política perdeu seu sentido primeiro, hoje é a política que está a serviço dos partidos, e não os partidos que estão a serviço da política. Muitos, sem sucesso, ainda procuram as causas para esse problema. Essa constatação seria engraçada e embaraçosa, para um país que se diz tão democrático, se não fosse mais triste e frustrante. E o que se conseguiu disso, a banalização da inversão de valores políticos em busca de um país mais digino para todos de se viver! . Não gostaria de ser ufanista, saudosista ou qualquer (ista) de adjetivo que me vierem apregoar futuramente, mas, por vezes, é bom lembrar dessas coisas, já que é justamente a propaganda através de seus dingos, frases de efeitos, jogos de imagens , abraços de políticos de um mesmo partido com seus sorrizos amarelados que conquista, encanta o eleitor e parece que implanta um chip no cérebro de cada um em que está gravado o nome dos partidos. A função da propaganda não é prejudicial, nunca disse isso. O que é prejudicial é uso dela, entende. O que complica tudo é a forma como essa ferramenta é usada. Os candidatos não perdem tempo em atacar mais diretamente ou indiretamernte os defeitos ou falhas de discurso de partidos adversários nas propagandas políticas, enquanto se esquecem de que deveriam propor uma campanha e sem acusações aos demais partidos, proporcionando uma disputa não esqueçam (política e não partidária) saudável e limpa. Nem todos os políticos são assim, mas vamos e venhamos que um bucado de políticos fazem isto, não é ! Ontem no intervalo de almoço do serviço uma colega me perguntou: - E então já dessidiu vai votar no PT ou PMDB, achei estranha a pergunta, não que eu pense que essas siglas sejam só siglas, não são, existe todo um significado, um ideal por trás da fundação desses partidos, mas, naquele momento, parecia que o PT e o PMDB soavam na pergunta como a personificação de dois candidatos. Como se todas as pessoas que trabalhassem no PT, no PMDB ou em qualquer outro partido tivessem os mesmas condutas e os mesmos objetivos políticos. Não a dúvida de que a democracia brasileira andou, deu passos largos desde o início da decada de 90 com o fim da Ditadura militar e o período de redemocratização, mas é preciso avançar, os partidos políticos sérios e principalmente os eleitores precisam ler nas entrelinhas, serem críticos, diferenciar disputa política de disputa partidária. O eleitor precisa compreender que a propaganda, acima de tudo, deve ser um ferramenta de auxílio de divulgação de ideias políticas e não uma arma partidária ludibriadora de promessas falsas, afinal todo mundo sabe que a propaganda é alma do negócio!
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