Amiga distante que há de chegar
Por favor, toma meus braços aos teus
E dançaremos valsa alexandrina de doze compassos
Entre as estrelas
Entre os montes
Por toda a terra mansa que hei de afoguear
Com a chama do teu ventre.
Não afoba o tempo para não zangá-lo
Pois é ele quem te reserva ao meu querer.
E dessas coisas místicas que envolvem água, terra, ar e as horas
Tu deverias saber
Que delas não se deve gozar
A não ser a elas próprias.
E quando chegares que sejas minha e só minha. Exaustivamente para mim.
E ordenarás ao Sol que floresça no horizonte
E queimarás teu dorso a Apolo
Oh Vênus Calipígia!
Serás meu agora, num intenso torpor meneante
Serás meu depois, num dado amor póstumo
Pois hei de repousar em teu seio
Meu último carinho ao teu consumo.
E quando quiseres a serenidade é só pedires silêncio ao céu
E se tu vires querubins a rodeio não te assustes
Pois eles vêm a arrastar a noite consigo
Em gotas escuras a se espalhar no ar e nas notas que anunciam
A chegada da Lua, que vem te adorar.
Terei de usar-te, guardar-te, exibir-te, encantar-te, acalentar-te
Para que sejas vibrante e renasças a cada dia
A fim de encurtar a dor que me causaste
Enquanto a te esperar vivi em agonia.
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