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SÃO CARLOS, 06 DE FEVEREIRO DE 2010
NOBRE SENHOR PRÓ-REITOR DE PÓS GRADUAÇÃO BERNARDO ARANTES TEIXEIRA
PREZADO SENHOR PATRONO NELSON PRUDÊNCIO
QUERIDO SENHOR PARANINFO OSMAR DOS SANTOS
ESTIMADOS PROFESSORES HOMENAGEADOS GLAUCO NUNES SOUTO RAMOS E SELVA MARIA GUIMARÃES BARRETO
NOBILÍSSIMA SERVIDORA HOMENAGEADA MARIA DOS ANJOS
CAROS COLEGAS,
SENHORAS E SENHORES,
Quatro anos reservaram este momento. Foi, no ano de 2006, que os pais aqui presentes se emocionaram ao receber a notícia: “Pai, Mãe, passei!” “Federal!” “Educação Física!” E, deste episódio triunfante, veio, para muitos de nós, a despedida do lar aconchegante e a oportunidade de iniciar efetivamente nossa vida adulta, morando sozinhos na bela e acolhedora cidade de São Carlos. Partimos e deixamos vocês aflitos tantas vezes, tamanha a preocupação por nos afastarmos. Nos primeiros meses, as mães, ainda inseguras, chegavam a ligar para nos lembrar da blusa e do perigo de nos resfriarmos. Quando voltávamos para casa já vinha a sentença: “Como você está magro, meu filho, não tem comido direito?”. Mal sabiam elas que, quatro anos depois, ostentaríamos vários quilos a mais. É o peso do saber.
Falo hoje, convicto deste triunfo, em nome de pessoas honradas, que, durante esse período acadêmico, levaram com muita responsabilidade as suas vidas, buscando seus objetivos por meio de muito estudo, é claro, e também, como não é segredo, com muita socialização. Para não dizer festa. Tive, falando pessoalmente, a oportunidade de estudar três dos meus quatro anos de universidade com essa turma. Não sou original dela, sou agregado. E muito agradeço aos meus amigos e amigas que me receberam com todo o carinho, a ponto de poder falar em nome deles! Pessoas brilhantes, idéias promissoras, estudantes ávidos por mudar substancialmente a realidade na qual estamos inseridos. Meus parabéns a vocês!
Amici fures temporis. “Os amigos são ladrões do nosso tempo.” Conhecemo-nos ao acaso, quando o destino quis que nos juntássemos. Rimos, choramos, brigamos. Mas foi um tempo de perpetuar amizades, tempo de nos apaixonarmos derretidamente, tempo de nos tolerarmos.
Ao olhar para cada um aqui presente dói algo muito forte lá dentro. Porque amanhã não nos veremos mais na sala de aula, não nos saudaremos mais no fim da tarde, não nos despediremos mais ao final da noite. Para onde foram meus queridos amigos?- hei de pensar. O dever os chama. Vão, cada um para onde a necessidade indicar. Mas lembrem-se: com aquela ternura que nos permeia o coração, que a saudade é para sempre.
Igualmente inesquecíveis são os nossos professores, aqueles que foram mestres em tempo integral, atentos em resolver as nossas dúvidas, conselheiros na nossa jovem certeza inconseqüente. Em geral, esses catedráticos aos quais me refiro faziam crescer duas idéias onde só costumava crescer uma.
Cito William Arthur Ward, que diz: "O professor medíocre conta. O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor inspira."
Não nos resta dúvida: agora nesta data que encerra a graduação, cabe o nosso agradecimento efusivo, pela genialidade e pela sua paciência.
Esta data é muito bem ilustrada pelo seguinte poema:
Ocasião de despedida
E de pensar inquietante ao futuro que chega, dessa plenitude que se faz confesso:
Quão bons foram os momentos, nesta academia que agora nos despede.
Quão belo é o bosque, que agora se faz distante.
E que imensos pensamentos nos uniram
E quão farto é o nosso amor.
Lançamo-nos ao mar proceloso
Do amanhã.
Olhemos, irmãos meus, para trás e recordemos
Nas fotografias
A infinda saudade
A eterna felicidade!
(Aquiles Rapassi)
Paulo Freire diz que “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”
Somos educadores agora. Protejamo-nos do pensamento fácil, do lugar comum, da aceitação de um futuro de conformismo. E sempre com a presença e a prática da Ética. Enaltecemos uns aos outros quando empunhamos a luta pela transformação permanente, pela esperança fecunda quando vemos surgir uma educação libertadora. Sim, nós podemos. A omissão no processo educacional dos homens reflete dores e perdas à sociedade.
Tenho certeza, ao falar em nome de tão nobres formandos, que estaremos todos voltados a incentivar o pensamento reflexivo, a criatividade, a instigar o conhecimento e a evolução, tanto individual como a universal.
Vamos ao encontro do sucesso, sem temer as dificuldades, ao som das nossas glórias, com o saudosismo de ontem, prontos para a guerra de hoje, ansiosos pela paz do amanhã.
Nosso estudo exige prática. É chegada a hora gloriosa!
O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcançável.
Para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade. (Victor Hugo)
Muito obrigado!
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