Joga-te aos lençóis e dança, na luxúria, tua dança em espírito.
Pois que venho a deitar sobre ti, dançarina.
E te consumo, em fogo meu, dos teus pés
Ágeis
Aos teus lábios
Rubros
Que mordem, marcam, escrevem teu nome no meu peito.
Teus dentes são a grafia, tua língua a tinta, meu corpo
O papel sedento.
Poetisa de movimentos sobre o palco dança agora
E sobe em meu corpo
Cola teus seios em minha boca
E cala
O gozo que fantasio.
Antes de partir afogo-me entre tuas coxas
Agarro-te a carne
Não sei se és a vida ou a morte
Mas algo me chama.
E tu me sufocas em tua castidade
E puxa os fios de meu cabelo
Enquanto libertas
Ainda que tardia
A lascívia que te devora.
Teu pecado agora é fundires
Meu espírito ao teu.
Nasceste naquela noite
Nela viveste
E morreste nela.
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