Quando nos vemos diante de alguma situação que exige de nós uma resposta para as mais variadas perguntas que surgem diante da complexidade humana e universal, que é a inter-relação de tudo que existe no universo, na maioria das vezes, nos fundamentamos em pensamentos e teorias prontas, idealizadas e propagadas por outros, que trazem até nós, segundo eles, as respostas para nossas perguntas, de acordo com as suas doutrinas de vida. Porém, não podemos esquecer que as verdades não são absolutas para todos de um mesmo modo.
Num primeiro momento, quando somos “colhidos” por alguma crença ou doutrina, paramos com as perguntas que antes nos atormentavam e exigiam uma resposta, mas, agora, a resposta está pronta. A nossa inteligência, a confiança, a visão própria, não existe mais, foram afogadas pelas respostas mastigadas e cuspidas de cima para baixo, por pessoas que, normalmente, usam do medo para manter os fiéis seguidores de suas seitas e crenças. É inacreditável como existem religiões que pregam um Deus opressor, que castiga e que mata todos àqueles que se opuserem às suas verdades. O medo sempre está à frente das maiores liberdade do ser humano, medo de errar, medo de perguntar, medo de pensar diferente, medo de agir diferente, e quando nos damos conta temos medo de livrar-nos de crenças que destroem, separam e prendem o pensamento, e a própria vida do homem; e com tudo isso, continuamos sem perguntar, e nossas perguntas continuam sendo respondidas pelas crenças, que sempre dizem levar todos a Deus com suas verdades, segundo elas próprias.
Segundo as inúmeras crenças existentes no mundo, para estar com Deus basta ter uma religião e, para crer, também é preciso ter uma religião, ou seja, é preciso estar preso a dogmas, rituais e outras obrigações muitas vezes alienantes. Analisando as religiões e seitas cristãs dessa forma, por exemplo, fica difícil aceitar essas opressões, uma vez que, Jesus veio ao mundo para quebrar toda e qualquer forma de opressão. A liberdade é a palavra que sintetiza, de forma simples, a presença de Deus em cada ser humano.
Como cada pessoa tem dentro de si conflitos existenciais, ela busca algo maior que si para se apegar e, a partir desse apego, passa a se sentir importante, pois segundo alguém ou alguma crença, ela é criatura sagrada e cuidadora da criação.
Ao analisarmos as palavras de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, podemos ver que as crenças e religiões fazem tudo, até mesmo serem contrárias ao próprio Deus. As religiões e crenças matam o “eu”, e assim, a vida de seus fiéis seguidores, para reproduzir suas idéias e valores. Jesus veio ao mundo para dar liberdade aos oprimidos, aos cativos, dar vista aos cegos, fazer os surdos ouvirem e os mudos falarem; as religiões vieram ao mundo para repreender e oprimir, fazendo daqueles que eram livres, cativos de suas ideologias; vieram para cegar as pessoas fazendo-as enxergar apenas seus dogmas; vieram para fazer com que as pessoas não ouvissem seu próximo, não aceitando às várias verdades existentes no mundo; vieram para dizer o que as pessoas podem ou não falar, pois se alguém disser algo contra alguma religião, está condenado, pelas próprias religiões, ao fogo do inferno.
O encontro com Deus, o conhecer a Deus, o falar com Deus, o conhecer à verdade, pois Deus é a verdade, (“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”), acontecerá quando cada pessoa encontrar-se com si mesma, com seu próprio “EU”, sem dogmas, rituais ou adorações prontas.
Em nenhum momento Jesus disse que, o caminho, a verdade e a vida, seriam alcançados através de crenças e religiões, até por que, Jesus, fez o que fez não pertencendo a nenhuma religião. O que Jesus tinha era a liberdade para dizer e fazer o que ELE queria, porque tinha autoridade por viver àquilo que ele falava, já que era um grande conhecedor da palavra divina. Hoje, as sagradas escrituras foram escritas para cada pessoa, sendo assim, cada indivíduo tem, dentro de si, a fórmula para conhecer a Deus, pois no “centro” da palavra DEUS, se encontra o “EU”.
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