Do pó fui formado,
Ao pó retornarei.
Desde criança fui criado
Na temperança.
Na adolescência
À esperança fui apresentado.
Vivi como fui ordenado.
Sobrevivi graças a cada sonho
Que após cada dia é concebido.
Quando voltar a ser pó
E for estudado pelos meus semelhantes
Irei juntar-me ao pó da terra, poucos
Irão me diferenciar.
Destes que estão a se decifrar.
Sou como o vento,
Mesmo estando em lugares diferentes
E distintos
Ainda sou o mesmo.
Embora o vento seja sentido pelo cego
E por aquele que o estuda, mas não o compreende.
Assim sou eu.
Ainda que esteja protegido
Pelo sonho concebido
E protegido
Por este caixote lacrado.
Breve o caixote será extinto.
Meus sonhos
Poderão ao menos ser
Passados de geração à geração,
Assim como a cobiça de Adão.
O caixote ao pó se fundirá
E comigo em um se tornará.
E se o planeta se acabar
Quem poderá ao pó todo estudar?
A mim é dado um parecer.
Um sonho talvez vá se restabelecer.
Seres eternos me assistem.
O maior dentre eles me reanima.
Sonhos tornam a ser a minha sobrevivência.
O desejo de jamais ser esquecido
Pois na luta de dentro de minha mãe
Não fui vencido.
E não serei como aqueles um milhão
Que jamais existiram.
Do pó fui criado
Mas em mim o Sonho Eterno
Será e permanecerá restabelecido.
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