MAL- ME- QUER
Vivi nas entranhas de uma grande pedreira.
Galhinho mirrado uma florzinha de quando em vez.
O sol escaldante, esquecido da chuva, agradecido ao orvalho.
A dar-me brilho nas manhãs, desbotado, murcho, despetalado.
Sem afago, desajeitado ninguém me queria.
O Uirapuru se equilibrou em mim para amar e quer a lua.
Levando-me para uma frondosa floresta.
O gotejo da chuva, ar fresco do dia e da noite.
Ao dia salpico do sol, À noite respingo da lua dando brilho as grandes árvores.
Eu o Mal-me-Quer, junto aos meus torne-me um arbusto forte. Florescendo em tons: rosa, amarelo, branco... Até me tornar as cores da pedreira onde muito tempo estive. Desgastada ninguém me quer
Quem me dera ser um Bem - me – Quer...
|