no ocaso da dor,
procurando restos
de meu passado,
engasgada pelo vento
que foge da mata,
forjada a ferro e correntes,
sobrevivo neste mundo
pálido e sufocante.
não tenho camaradas
para me acompanharem
neste café de pura solidão.
corro alada qual carro
em direção do vazio e do nada,
costurando minha saudade,
torta e aconchegada
na solidão de dois nomes.
sonolento meu tormento
e desencanto por tanto sofrer
em pranto triste, o descaso
aparado pela indiferença,
pousada na loucura
provocada pelo delírio
e pela urgência de querer.
enxugo minhas lágrimas,
sem pudor ou acanhamento,
pois o choro é doce
e alivia a alma, deixando
o corpo saudável...
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