Se nem as luzes se entendem, que dizer de nós espíritos viventes? Espalhamos tanta dor e sofrimento, tanta alegria e alento.
Existe coisa mais doída, mais louca do que isso? Nas horas vagas do dia me perco em pensamentos de como poderia ser o mundo se a gente não fosse assim tão, tão contemplativo diante da vida que flui incansável.
Nada fazemos para mudar a situação em que vivemos? Nosso mundo jaz no vazio? Para onde essa vida vai nos levar?
Perguntas que a gente se faz, respostas a se buscar.
As luzes não se entendem, os homens não se compreendem. Arraigados os seus mais nobres sentimentos se submergem nas águas das vaidades, das vontades de destruir e da ânsia eterna de ter e mais ter, e só ter, sem viver.
Quando vejo que nem as luzes se entendem mais, sinto-me carregada pela culpa. Culpa de ser o que sou. Sou um caquinho do nada que se fez e tornou gente. E acha que tem lugar para morar entre as almas puras de ternura e límpidas do pecado que atormenta o coração de mim mesma.
Um lugar que é recanto de paz e doçura para inspiração da alma, já cansada de trilhas de dores caminhar.
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