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POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA!
ANDRE MANSUR BRANDAO

Quem precisa de polícia? Eu preciso! Você que, neste momento, lê essas palavras, também precisa de polícia. Ou melhor, todos precisamos da polícia em nossas vidas. Vou descrever um fato que ocorreu na última quarta-feira, 18 de julho de 2012, envolvendo a mim, minha família e quatro policiais militares. É muito importante para mim contar esse fato pessoal para, a meu ver, dar uma “segunda opinião” sobre a chacina envolvendo a polícia militar paulista, que tomou conta dos noticiários desta semana.
Eram cerca de 19 horas. Eu estava em uma consulta médica com minha mãe, que recentemente sofreu uma cirurgia. De repente, recebo uma ligação, vinda de minha esposa que, muito nervosa, informava estar trancada num dos banheiros de nosso apartamento, devido ao disparo do alarme, associado a ruídos vindos do hall do elevador.
Alarmes disparam por qualquer motivo, mas ruídos assustadores, vindos de um lugar totalmente hermético, frequentemente acessível somente a quem tem a senha, gera, realmente, um grande pavor em quem está cercado no último andar de um prédio.
Pois bem, saí correndo da consulta, enquanto simultaneamente acionava o 190, para chamar a PM. Cheguei em casa em cerca de 7 minutos e sinceramente nem pensei muito: dirigi-me à portaria principal, com o objetivo de ir direto à minha casa. Nem pensei se poderia haver ladrões no hall do elevador, ou nas escadas, ou, Deus me livre, até mesmo se minha residência tivesse sido invadida por bandidos. Abri a porta do prédio e já ia começar a subir quando quatro policiais militares desceram velozmente de uma viatura, fortemente armados, correndo em direção ao prédio.
Odeio dizer que, se a PM não tivesse chegado, eu iria subir sozinho, o que seria um erro, mas quem pode impedir um pai, um homem, de defender sua família? Mas repito, minha atitude teria sido totalmente errada!
Identifiquei-me aos policiais como a pessoa que tinha acionado o 190 e iniciamos a subida ao meu andar. Dois policiais subiram comigo no elevador. Os outros dois iniciaram uma incursão pelo hall de escadas, com vistas a evitar a ocultação ou a evasão de eventuais invasores.
Quando chegamos ao hall de meu apartamento, no momento em que eu ia tentar entrar em minha casa, um dos policiais segurou-me e disse: “- Vamos na frente!”. Aquele homem que iria entrar antes, arriscar-se a ser baleado (no meu lugar) possivelmente era pai, marido, filho de alguém. Por um salário que certamente não valeria qualquer risco, ele colocaria sua vida como escudo e adentraria em um local do qual ele poderia nunca mais retornar vivo. Por mim! Por minha família! Por puro ideal!
Após vários minutos, que mais pareceram horas, os policiais concluíram que a casa estava “limpa”. Olharam por detrás de todas as cortinas, em todos os cantos. Liguei para minha esposa e familiares que ainda estavam escondidos no banheiro. Pedi que aguardassem, até que o segundo grupo de policiais desse o prédio todo como seguro.
De repente, surgiram os outros dois policiais conduzindo, educadamente, um técnico da empresa de elevadores. Ele tinha sido o causador não somente do disparo do alarme, mas o autor dos ruídos que geraram toda a operação.
Situação sob controle, os quatro policiais recusaram gentilmente tomar qualquer bebida ou sentarem-se para descansar, alegando estarem de serviço. Abracei minha família e agradeci a Deus, por não ter sido nada grave e, principalmente, agradeci a Deus pela presença daqueles policiais em nossas vidas.
Recentemente, um prédio situado há pouco mais de cem metros do nosso foi vítima de traumático “arrastão”, quando todos os moradores foram assaltados. Mas lá, os moradores não tiveram a chance de chamar a polícia, a não ser depois das pouco mais de quatro horas que duraram o assalto. Isso mesmo, mais de quatro horas em poder de bandidos armados e motivados a fazer qualquer coisa.
Quando acima referi-me a uma chacina envolvendo a PM, ironicamente não me referi às lamentáveis mortes provocadas pelos policiais e sim à generalização que a mídia tem feito, crucificando, sem dó, uma fantástica corporação, que é motivo de muito orgulho para nós brasileiros.
Policiais não são bandidos, são heróis! Entre a sociedade e os bandidos, abaixo de Deus, somente existe a polícia, que deve ser respeitada como corporação, pois atos de exceção não podem produzir tão cruel julgamento por parte da imprensa, com tamanha repercussão na sociedade.
Sou pai, sou marido e sou filho. Transmito toda a minha solidariedade e respeito aos familiares das vítimas que morreram naquelas operações. Mas os fatos têm de ser apurados, de forma isenta e responsável, sob pena de, aí sim, promover-se uma execução sumária dos policiais envolvidos e, principalmente, da corporação Polícia Militar. E tudo isso escondido sob o mando de uma pseudolegalidade.
Talvez, após uma rigorosa apuração, conclua-se que, de fato, as operações pudessem ter sido conduzidas de forma mais prudente, não atabalhoada, evitando-se as mortes. Talvez, após a frieza e equilíbrio de um julgamento, com todas as garantias do devido processo legal, possam ser os autores condenados. Mas nada nega o fato de que um policial tem, às vezes, menos do que uma fração de segundo para decidir.
Quando tomei conhecimento das mortes em São Paulo, imediatamente vieram em minha mente a imagem dos heróis que “limparam” meu apartamento e que me ajudaram tanto, quando imaginei minha casa sendo assaltada. Uma pergunta não me saiu da cabeça e talvez nunca sairá: e se o técnico de elevadores, que tinha tido uma conduta tão imprudente (entrar em um prédio, sem aviso, e adentrar num andar privativo, sem autorização), tivesse sido baleado pelos policiais, ao manusear um celular? Seriam, aqueles mesmos policiais, heróis ou bandidos?
No combate ao crime, existe um breve momento, muito curto, mas que pode representar a diferença entre a vida e a morte. Quantas vidas de policiais militares já não terão sido perdidas em operações de enfrentamento, quando celulares não são celulares e sim armas automáticas?
Pensem nisso, antes de atirarem, sem pensar, contra os homens de bem, que arriscam suas vidas o tempo inteiro, enfrentando o que a sociedade tem de pior, para manter-nos seguros, para proteger nossas vidas. Pensem bem antes de atirarem contra a Polícia Militar. Ela é o que nos separa dos bandidos. Não são homens: são heróis! São policiais!

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