Hoje ao olhar aquelas fotos antigas, ao mergulhar nas lembranças mais profundas da minha mente eu me vi pensando em você e naqueles momentos onde eu sentia uma enorme felicidade por estar ao seu lado vivendo tudo aquilo. Mas sabe, por incrível que pareça, eu não senti saudades. Senti um vazio e percebi que aquele ao meu lado não era você de verdade, aquele sorriso que por tanto tempo foi meu porto seguro era tão falso quanto toda aquela felicidade que eu acreditava sentir. Eu te amei, não serei mentirosa, e amei muito. Me apaixonei tão intensamente que fechei os olhos para o mundo e só enxergava você e o “nosso amor”. Fiquei cega por tanto tempo para não perceber o quanto você me fazia mal, o quanto aquela felicidade que eu criei era doentia e frágil. Foi doloroso abrir os olhos e me deparar com o caos, porém foi preciso para que eu pudesse entender que antes de te amar eu precisava aprender a me amar, eu precisava aprender que antes de me jogar de cabeça é preciso ver se não vou cair em pedras que irão me machucar. E eu chorei muito pra aprender, sofri por dias e noites até chegar ao momento que, olhando as fotos perdidas no fundo daquela gaveta que não mexia faz tempo, eu não sentia mais nada ao pensar em você. E por isso, querido passado, eu só tenho que agradecer a você por ter sido o pior amor da vida, pois com você aprendi que antes de deixar alguém entrar no meu mundo, eu preciso saber se não estou expulsando a pessoa mais importante que habita nele: eu mesma!
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