Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
O doce e amargo sonho
O filme de ontem
Paulo Valença

Resumo:
Na calçada, Guará ao vê a casa grande sendo demolida, se lembra das cenas de quando trabalhava na guarita, como vigilante dessa residência. Cenas que lhe marcaram a vida.



A casa grande foi demolida. Em seu local estão erguendo um edifício. A guarita ainda permanece. Guará parado na calçada analisa tudo, lembrando-se.
Naquela guarita, passou noites e noites... O Dr. Salomão (seria mesmo o seu nome?) chegando tarde da noite no carro importado cinza possante, macio. Após estacionar o carro saltava, com uma adolescente.
A lourinha com o medalhão dourado. A moreninha... E o escândalo depois. O desaparecimento das jovens. A dedução policial de que o sumiço delas tinha a ver com o tráfico de moças enviadas para o exterior, a serviço da rede de prostituição. A droga dominando-as, convencendo-as a partir, em busca do sonho de ser modelo. O doce e amargo sonho! As manchetes dos noticiários. E o colega Israel sendo assassinado ao sair de casa, por dois motoqueiros. O corpo no leito, ensangüentado do Dr. Salomão na casa à beira-mar, paraíso do sossego para o sexo e o consumo de drogas. Ele, Guará, descolocado, sua luta para retornar ao mercado de trabalho. O emprego de guarda do Transporte de valores... Tudo como se fosse um filme assistido, vivido, sofrido.
- Assim é a vida. Tudo passa.
O desabafo baixinho e de repente se lembra do velho do terceiro andar do prédio na calçada oposta, que ficava na cadeira de rodas à janela, olhando para fora. Xeretando, na ocupação de enfermo aposentado.
A janela está fechada.
Guará se afasta. No céu azul o sol de luz muito clara banha a rua, a construção que substitui a casa grande, as criaturas que se cruzam nas calçadas, os veículos na cena movimentada. Tudo seguindo uma ordem de prosseguimento. Haja o que houver, o mundo não pára, tem a própria marcha.
- É isso aí, seu Guará!
Fala de novo, gracejando. Dobra a esquina e na outra um pouco adiante, pega o ônibus, que parte em velocidade. Sim, o melhor mesmo é procurar esquecer o passado, o filme de ontem.

Lu Dias BH disse:
Paulo Valença O escritor dos contos curtos.
Você é o escritor de seu tempo.
















Biografia:
Paulo Valença é autor paraibano premiado nacionalmente com seus livros de contos e romances; Pertence a várias Instituições Literárias; Consta de diversos sites; Vive em Recife/PE.
Número de vezes que este texto foi lido: 52977


Outros títulos do mesmo autor

Contos AS FERAS DA SELVA Paulo Valença
Contos CÍRCULOS DO SILÊNCIO Paulo Valença
Poesias A FUGA DA LUA Paulo Valença
Contos QUANDO O SINAL FECHA Paulo Valença
Contos A MORTE DO VAMPIRO Paulo Valença
Contos A Mão que castiga Paulo Valença
Contos O FILHO PERDIDO Paulo Valença
Contos REFÚGIO DOS AUSENTES Paulo Valença
Poesias Testemunha Silenciosa Paulo Valença
Contos Esquina da Fatalidade Paulo Valença

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 41 até 50 de um total de 50.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Na areia - Ana Mello 53483 Visitas
"Fluxus" em espanhol - CRISTIANE GRANDO 53479 Visitas
Jéssie - PauloRockCesar 53477 Visitas
O Profeta de Deus... Mestre Maçom - Cesóstre Guimarães de Oliveira 53476 Visitas
TEMPO DE MUDANÇA - Regina Vieira 53466 Visitas
Os outros mesmos rostos - Bruna Longobucco 53459 Visitas
Descobrir a Arte - Douglas Tedesco 53458 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 53455 Visitas
A RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E ARTE, CULTURA E NÃO-CULTURA - ELVAIR GROSSI 53448 Visitas
"Fluxus" em português - CRISTIANE GRANDO 53444 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última