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A gente se vê por aí
Edineyalison Wallas

Ângela Cristina Dantas
Bruno Pereira da Silva
Carla Cristina dos Anjos
Cristóvão Albuquerque
Eliane Silverstone da Silva
Pedro Augusto de Alcântara Filho
Priscila Almeida dos Santos

          Essa era a lista de alunos graduados em Administração de Empresas no ano de 2007. Na placa de mármore e vidro, logo abaixo do nome dos recém-formados, havia a seguinte frase de impacto: “Longo é o caminho para aquele que não sabe aonde vai”.
          Os alunos que concluíam nesse semestre não haviam começado o curso juntos: uns tinham desistido e retornado para concluir, outros foram reprovados várias vezes e outros simplesmente decidiram não se formarem cedo demais. As quatro garotas e o C. Albuquerque se enquadram nos dois primeiros perfis, os dois outros rapazes, em todos. Aqueles dois eram os únicos que se conheciam há algum tempo, tinham algo em comum, eram amigos. Portanto, não era de se estranhar que quisessem comemorar esse momento único na vida de uma pessoa: a formatura. Afinal, fôra um longo e doloroso caminho chegar ao final da nem sempre agradável caminhada acadêmica.
          Como não havia espírito de grupo entre os formandos, não houve cerimônia alguma de colação de grau, ou pelo menos não souberam se houvera. Mas os dois amigos não podiam passar em branco uma data tão marcante, afinal de contas, tudo era motivo para se comemorar.

          Tocava a campanhia, onze da manhã. Quem seria a essas horas? Levantou meio fatigado. Passou primeiro na cozinha para pegar um energético na geladeira, caminhou para a sala. Não gostava de atender a porta, mas a empregada estava doente e pedira o domingo de folga. A cozinheira? Ela bem que poderia abrir a porta. Mas também não estava em casa. Preparara o almoço e fora para casa, era domingo, dia de meio expediente. Seus pais, foram para o “flat” na praia, passavam todos os finais de semana ali. Chegou à porta, era Bruno:
          -- Vim te acordar.
          -- E conseguiu, entra.
          -- Com licença doutor Pedro...
          -- Vai se foder. Já disse para não me chamar de Pedro. Um dia desses eu fico com raiva de você, mesmo.
          -- Estressa não. Tô só brincando.
          Bruno P. da Silva não tinha família rica. Na verdade, era filho de comerciantes que trabalhavam de sol a sol para poderem pagar os estudos e a alimentação dos filhos. Ficara amigo de Pedro Augusto durante o primeiro período da faculdade, em um papo sobre futebol e mulheres. Apesar do esforço dos pais, Bruno não gostava de estudar, escutava as palavras de Pedro com grande admiração e sempre tendia a fazer e pensar as mesmas coisas que seu amigo. Pedro Augusto não gostava muito dele, mas como moravam perto, era a figura que sempre estava por perto e pronto para agitar nas noitadas e tardes de churrasco e cerveja.
          -- Tá preparado pra hoje à noite?
          -- Queria poder dormir um pouco mais.
          -- Se você quiser, eu posso vir mais tarde.
          -- Não, tem nada não. Já que eu tô acordado, vamos começar os trabalhos logo cedo. Vamos à praia. Deixa eu tomar uma ducha lá em cima.
          -- Eu espero.
          Bruno sentou-se no sofá e ligou a televisão:
          “...e o Governo ainda procura soluções para essa onda de violência que já ultrapassa os limites das capitais e chega aos interiores...”
          -- Que saco – pensou. Mudou de canal, sexo explicito, isso sim é que é notícia.
          Esperou cerca de quarenta minutos. Pedro Augusto desceu as escadas em dois grandes pulos.
          -- A gente vai pro apartamento de vocês?
          -- Tá doido!? Eles já me deram grana, dá pra hoje e amanhã, eu acho. A gente vai lá pra aquele bar do mirante que fica perto da boate, pra entrar no clima da noite.
          Foram.

          Em poucos minutos chegaram ao bar, Pedro adorava testar o motor de seu carro. O lugar parecia mais um hotel de luxo que um bar propriamente dito, sentaram. Pedro pediu duas doses de “Jack Daniel`s”. Em cinco minutos, outras duas doses. Dava pra ver boa parte da praia dali, observavam a paisagem enquanto conversavam:
          -- Cara, me arrepio só de pensar que eu vou ter que trabalhar. Acordar cedo agora, antes das nove... Se bem que a vice-presidência não é um cargo tão ruim na empresa. Mas ter que ir pra lá todos os dias, não sei não.
          -- Pense pelo lado positivo: você vai ser meu chefe; vai ganhar bem...
          -- Mas meu pai vai ser o meu chefe. Não gosto de ser mandado, gosto de mandar. Ele disse que não vai mais me dar dinheiro, somente o meu salário. Mas um dia o velho bate as botas e eu vou ser livre para voar.
          -- Pode crer. – silêncio – Olha aquela gata ali na praia!
          -- Onde?
          -- Ali sentada, – apontou com o dedo – olhando pro mar.
          -- Gostosinha. Mas não dá pra mim não. Quero coisa melhor, e hoje à noite você vai ver. Vou foder gostoso com a mais gostosa daquela boate. Vou fazer tudo com ela, vou encher a boca dela de porra, vou fazer o cú dela sangrar.
          -- Pode crer.
          Beberam ali mais algumas doses. Cada vez mais o intervalo entre as doses era mais longo, não queriam se embriagar antes de chegarem à boate, pra começar é bom estar sóbrio. Ao fim da tarde foram à casa de um amigo traficante comprar cocaína e alguns comprimidos. Na casa desse, só uma carreira pra cada, estavam com pressa, já havia anoitecido. Chegaram os dois na casa de Pedro Augusto:
          -- Ei Augusto, tenho que ir em casa pegar uma grana, trocar de roupa e avisar os velhos que vou passar a noite fora, inventar uma desculpa.
          -- Teus pais pegam muito no teu pé. Liga pra eles e diga que você vai dormir aqui em casa porque a gente,... a gente vai assistir uns filmes. Você pode vestir uma roupa minha mesmo. Quanto ao dinheiro, não liga pra isso não, eu te empresto.
          -- Pode crer.
          Tomaram banho e trocaram de roupa, jantaram: uma torta de camarão e vinho tinto seco.
          Saíram às dez e meia. Mas antes:
          -- Pega a cocaína aí na bolsa.
          -- Pega aí ó.
          -- Você sabe, o pó só é bom antes da parada. Durante, o comprimido é mais foda.
          -- Poder crer.
          Cheiraram.

          Quando chegaram à boate, não havia muita gente, sentaram-se em uma mesa no bar com musica ao vivo que ficava quase em frente à boate, mais uma sessão de “Jack Daniel`s”. Observavam as beldades que entravam na boate, uma mais linda que a outra, parecia um desfile de moda, só que ali as modelos tinham carne, adoravam carne. De repente, uma loirinha se aproximou:
          -- Oi. Vocês têm fogo? – Olhou incisivamente para Pedro Augusto.
          -- Oi, gata. Tenho sim, tá aqui. – respondeu Pedro.
          Abriu a bolsa e retirou uma carteira de cigarros, ascendeu, dois tragos:
          -- Obrigado.
          -- Por nada, estou à sua disposição pra qualquer coisa, pode acreditar.
          -- Eu acredito.
          -- Eu me chamo Augusto, vice-presidente da “Soft File eletrônicos”, você conhece? Esse é meu vizinho, Bruno.
          -- Oi, Bruno. Muito prazer, Augusto. Já ouvi falar dessa empresa sim.
          -- Então, é da minha família.
          -- Vocês vão entrar?
          -- Quando chegar mais gente.
          -- Entrem logo. Talvez quem vocês procuram já esteja aqui. Até logo. – Piscou e sorriu para Pedro Augusto, tinha um semblante maroto de virgem no cio.
          -- Puta que pariu! Essa vadia tá a fim de dar mesmo. As mulheres são muito fáceis hoje em dia, às vezes não tem nem graça. Mas também, eu sou gostoso mesmo. – sorriu cinicamente.
          -- Você vai pegar essa aí? Ela bonita pra caralho. Ela te cantou, mas tem uma cara de cabaço danada.
          -- Não cai nessa não cara. Essas daí fingem virgindade que é pro cara ter coragem de chupar a buceta, elas não me enganam não. Mas essa daí, só pelo jeitinho de anjo, com aqueles cabelinhos lisos e loiros, fiquei excitado só de ouvir ela falar.
          Realmente, se tratava de uma linda mulher. Aparentava uns vinte pra vinte e dois, um pouco menos de um e oitenta de altura e não era gorda, nem magra: corpo perfeito, a mulher perfeita.
          -- Mas tu vai pegar?
          -- Vou ver. Pode haver outras melhores. Mas também não sou obrigado a pegar só essa aí. Dou uma com ela e depois posso pegar outra, e outra, quantas quiserem dar.
          -- Mas hoje tem que ser diferente, você disse: é formatura.
          -- É mesmo. Hoje ela tem que sofrer. Vou levar ela pra chácara, não é tão longe assim, o carro corre. Lá ela pode gritar a vontade, ninguém ouve. Vamos entrar, tô quase gozando.
          Entraram. Pedro tirou um êxtase e deu pra Bruno, outro depois pra ele, começaram a dançar, ou algo parecido. Tudo brilhava nesse momento, parecia neon. A música se misturava com as luzes e a fumaça, as pessoas pareciam anjos brilhantes, cores vivas, principalmente o branco. Não sentiam as pernas, nem os braços, nem a cabeça, nem o corpo inteiro. Sentiam tudo e não sentiam nada, não havia pessoas na boate, apenas luz, luz muito clara, agitada, era Deus, estavam no céu. Havia vento, frio, calor, gritavam. Uma mão caiu forte sobre o ombro de recém vice-presidente, era a loirinha. Começaram a dançar: nos instantes primeiros um pouco afastados, a música os aproximou, se beijaram. As mãos, as pernas, os dois corpos se confundiam com a seqüência de luz e a fumaça, não via-se muita coisa. Depois de alguns minutos:
          -- Pega um drink pra gente.
          -- Porra, que doideira. Vamos pegar uma mesa. Cadê o Bruno?
          -- Não sei. Ele tava aqui agorinha. Olha ele ali, se deu bem.
          -- Não foi só ele não.
          -- Vamos pegar a bebida.
          No balcão:
          -- Me dá duas doses de “Jack Daniel`s”.
          -- Infelizmente não temos, senhor.
          -- Que merda de lugar é esse que não vende whiskey!?
          -- Vendemos uísque, senhor. Mas no momento não temos jequi denius.
          -- O que é que você tem de melhor aí?    
          -- Temos Cavalo Branco, senhor.
          -- “White Horse”? Que droga. Me dá duas doses duplas desse daí então.
          Pedro virou seu copo de um só gole, pediu outra. A loirinha deu um curto gole, não costumava beber. Quando Pedro tomara quatro doses, a garota havia tomado apenas metade da primeira.
          -- Vamos voltar pra pista. – Ordenou Pedro.

          -- Tá a fim de um doce?
          -- A fim de quê?
          -- Um comprimido, ácido.
          -- Só se for agora.
          Colocou a mão no bolso, só havia mais um comprimido:
          -- Toma essa metade aí.
          Dançaram mais alguns minutos. A loirinha pegou no pênis de seu ficante e confessou:
          -- Já to cansada dessa festa.
          -- Eu também, vamos dar uma volta.
          Saíram.
          -- Tá a fim de dar um rolê de carro?
          -- Andar de carro?
          -- Não. Ir pra algum lugar de carro.
          -- Conheço um lugar especial perto daqui, não tem ninguém, é na praia.
          -- Transar na praia é? Faz tempo que eu...
          A loirinha o puxou pelo braço se dirigindo para a orla. Em menos de dez minutos estavam lá. Pedro tentara objetivar que deveriam pegar seu carro, mas a garota afirmara que não andava de carro com bêbado no volante, foram a pé mesmo.
          Se amassavam e se beijavam, Pedro tirou a camiseta.
          -- Calma seu safado, a gente ainda não chegou.
          -- Mas não tem ninguém olhando.
          -- Vem comigo.
          Chegaram a um lugar escuro. Ela tinha razão, ninguém iria àquele lugar àquelas horas. A loirinha se aproximou e, com as mãos apertando firmemente as nádegas do administrador, fazia seu pênis relar em sua genitália. Disse, falando-o ao ouvido:
          -- Sabe!? Desde pequena tenho uma fantasia sexual e nunca ninguém teve coragem de realizar.
          -- Fantasia? Também tenho uma fantasia: comer você de quatro.
          -- Tô falando sério. Sou sua, mas primeiro você realiza a minha fantasia, depois eu faço o que você quiser.
          -- Jura que faz?
          -- Tudinho.
          -- Tá combinado. Você quer fazer o quê?
          -- Tá vendo aquele tronco ali?
          -- Onde?
          -- Ali, quase dentro dàgua.
          -- Que merda é que você quer fazer com um tronco?
          -- Não é isso que você tá pensando não. Desde que li o livro “A Escrava Isaura”, me fantasio como sendo uma filha de senhor de escravos, e no meio da madrugada, fazendo sexo às escondidas com algum que estivesse de castigo no tronco. Eu me arrepio toda só de pensar.
          -- Você tá doida? Quer me amarrar num tronco? Escrava Isaura não era uma novela?
          -- É só de brincadeira. Eu passo um lenço nas suas mãos para fazer de conta que é uma corda. Qualquer coisa é só você tirar.
          -- Tá bom então.
          Foram até o tronco. Esse ficava dentro d`água. Só podia ser visto com a maré baixa, a maré alta deixava-o completamente encoberto. Nesse momento a maré subia, mas não subiria tão rápido que o casal não pudesse satisfazer-se. A garota pediu para que ele se encostasse ao tronco e colocasse as mãos para trás, enquanto isso afirmava que iria chupá-lo até ele pedir misericórdia. Ele respondeu que era mais resistente do que ela imaginava.
          -- Por que você não solta essa bolsa?
          -- Porque preciso dela.
          Nesse momento, Pedro sentiu algo estranho, algo frio em seus pulsos, não era um lenço, eram algemas.
          -- Mas que merda é essa!?
          -- Calma. Não confia em mim não? Pra parecer de verdade você tem que estar imóvel. – Amarrou seus pés.
          -- Me tira daqui sua louca, isso não tem graça não.
          -- É aí que você se engana. O divertido é exatamente isso: Você agora é meu escravo, assim como fui sua escrava por anos.
          -- Do que você tá falan...
          Andréa não o deixou terminar. Segurou seu maxilar inferior e o empurrou para cima, imobilizando a cabeça de Pedro e impedindo que abrisse a boca:
          -- Você não lembra de mim? Não lembra não, né? Se lembrasse, não seria tão burro de estar aqui. Lembra da aposta com seus amigos na conclusão do ensino médio? Acho que você não lembra de mim, mas da aposta tenho certeza que lembra!
          Pedro lembrou-se. Era a garota com quem havia transado no natal em que concluíra os estudos, antes de entrar para a faculdade. Apostara uma grade de cerveja com os amigos que transaria com uma virgem antes do natal, ganhou o prêmio. Não conseguia se mover, a garota era mais forte que parecia, estava totalmente indefeso. Ela, sem tirar a mão do rosto do rapaz, enfiou a outra em sua bolsa dependurada ao pescoço e retirou uma agulha com uma linha branca.
          -- Sabe!? Você fala demais. Mas não vai mais abrir essa sua boca imunda, não nessa vida. – Segurou mais firme o rosto do rapaz, esse sentia uma forte dor no pescoço. Andréa começou a costurar a boca de Pedro. A dor era incrível. Queria gritar, não podia. Doía muito quando a agulha perfurava seus lábios; porém, a dor era mais intensa com a passagem da linha, parecia uma faca de serrar pão.
          -- Tá doendo tá? Não diga nada, sei o que tô fazendo. Eu estudo veterinária.
          Enquanto costurava, conversava com ele:
          -- Você sabia que eu fui apaixonada por você por anos? Não sei se era amor de verdade, mas era uma danada de uma obsessão. Para de fazer cara feia, tá doendo porque a linha tá com cerol. Você nunca olhou pra mim. Só andava com aquelas patricinhas com quem você fodia, nunca sequer notou a minha existência. Eu tinha fotos suas, escrevia seu nome junto a um coração no meu caderno e em todas as páginas do meu diário, mandava recadinhos do coração pelo jornal. Não tenta se mexer, quanto mais você se mexe maior é a dor. Um dia umas malditas idiotas encontraram seu nome e o coração nos meus cadernos, fui motivo de chacota por mais de dois anos por aquelas retardadas. Você nem aí. Pronto. Não tente abrir a boca, se abrir, irá dilacerar os lábios. Não gostaria de deformar esse rostinho lindo, não é? Mas no final eu ainda cheguei a acreditar que você poderia ser meu, você me convidou para ir ao cinema, aquele maldito filme. Você foi super romântico, me convidou pra ir num motel, aceitei. Você não foi tão romântico como antes de chegar ao motel, parecia um animal. Aquela foi a minha primeira vez. Eu odiei aquela foda. Mas mesmo assim eu ainda queria ficar com você. Eu lembro como se fosse agora: te perguntei “– Quando é que a gente vai se ver de novo?” e você, colocando a mão por traz do meu pescoço disse... você lembra o que você disse? Acho que isso você lembra sim, acho até que era uma fala ensaiada. Depois desse dia você nunca mais me procurou. Mas você tinha razão, um dia a gente tinha que se encontrar de novo mesmo.
          Andréa abaixou-se, ficou de joelhos em frente a Pedro, a água do mar quase que batia em sua cintura. Abaixou as calças juntamente com a cueca e começou a masturbar o empresário, em seguida colocou o dito cujo na boca, chupava-o loucamente. De tempos em tempos dava pausas para fazer alguns esclarecimentos:
          -- Você sabe como me senti? Acho que isso você não sabe não. Ao invés de colocar seu nome, eu escrevia: imbecil, idiota, desgraçado, cafajeste, miserável, ... – disse mais alguns adjetivos alegoricamente usados como substantivos – Quando saí da tristeza, entrei no ódio, te procurei. Segui seus passos desde que você entrou na faculdade. Sabia que eu estudo lá também? Meu pai é professor lá, do seu curso. Perdi muito tempo espionando seus atos, queria vingança. Mas hoje vou me livrar desse pesado fardo, que é a lembrança de você.
          Levantou-se, tirou algo da bolsa, era uma faca, algum tipo para cirurgias, pelo tamanho, cirurgia em gorila. Pedro se agitou nesse momento, parecia querer dizer algo. Ela encostou a faca no pescoço dele:
          -- Aqui nos encontramos novamente, assim como combinado, como você propôs. Mas desta vez você é a presa e eu é que sou o predador. Vou limpar o mundo da tua existência imunda de pretensão e egoísmo. Acabaram os seus dias, predador.
          O golpe foi rápido, tentou desviar, mas o ataque foi fulminante. Ele se debateu. Houve um longo uivo abafado que parecia ser mais de desespero que de dor. Não estava morto, mas também não estava vivo. Talvez nem ele soubesse ao certo como estava. O sangue escorria na água das ondas, a espuma sangrenta tinha cor preta por causa da lua cheia. Andréa se aproximou, colocou sua mão suavemente por trás do pescoço de Pedro Augusto e prometeu:
          -- A gente se vê por aí.
          Foi embora caminhando e chutando as ondas quando quebravam na areia.        


Biografia:
Nascido em Bananeiras-PB, em 1983. Graduando em Letras, atua como professor de Lingua Inglesa e Literatura e ainda como tradutor. Leitor assiduo dos autores contemporaneos da america latina, além do mestre Poe.
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