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A lenda do homem da Capa Preta
Valdecir dos Santos



Seu moço, me escute, aqui
Vou contar-lhe uma história
De um sujeito muito estranho
Me livre, Nossa Senhora!
Espalhava muito medo
Nos meus tempos de outrora

Há quinze anos, aqui
Havia um homenzarrão
Todo mundo o chamava
Pelo nome de Cirção
Usava uma capa preta
E, na cintura, um facão

Tal história teve origem
Entre o dito popular
Diziam que tinha um homem
Que gostava de assombrar
As mulheres e as crianças
Não importava o lugar

Diz a lenda que, à noite,
Pelas ruas da cidade
Saía, o Cirço, andando
Em busca de amizade
Na verdade, o que queria
Promover muita maldade

O jeito desse caboclo
Não vi, não posso falar
Falam que ele gostava
De, roupas pretas, usar
Por isso que começaram
De, Capa Preta, o chamar

__Eu ainda era criança
Quando essa história ouvi
Dizia um moço criado
Muito próximo dali
Afirma o cidadão
Coisa feia eu nunca vi

Se você não acredita
Preste muita atenção
Pois não vi coisa no mundo
Mais feia que esta, não
O Capa Preta era um monstro
Bicho pior da nação

O tal sujeito gostava
De, as mocinhas, perseguir
Na saída da escola
Para casa prosseguir
À tardinha, quando a noite
Começava a cair
                                                                  
A mulherada dizia
Que o tal era solteiro
Era um desocupado
Toda vida, o dia inteiro
Moça nenhuma queria
Encarar o maloqueiro

O chamado, Capa Preta
Saía ao escurecer
E ficava pelas ruas
Para informação saber
Que horas saiam os homens
E, então, se esconder

Sobre árvores ele ficava
Não importava o lugar
Ali passava o tempo
Até noite sem parar
O, danado, Capa Preta
Era macho pra daná

Segundo os moradores
Daquele, nobre, lugar
Os homens, de madrugada,
Saíam pra trabalhar
Pois, tinham suas famílias
Precisavam sustentar
                                                              
Subiam em caminhões
Já pra, roça, trabalhar
Suas esposas ficavam
Das casas, cuidando cá,
Enquanto que seus maridos,
O alimento, iam buscar

No estado, não conheço
Uma história como esta
Que faz a gente ter medo
De mal gosto e indigesta
Ninguém mais saía à noite
E, nem mesmo, ir a festas

Segundo o povo dali,
Quem conta pede segredo
O tal homem misterioso
Tinha cruzes pelos dedos
Tinha muita devoção
E, de nada, tinha medo

Ao chegar, à tardezinha
As ruas silenciavam
Com medo, os moradores,
Em suas casas, ficavam
De medo do, Capa Preta,
Que ao povo assombrava

Conversando com um homem
Que, ali, foi delegado
Disse: ___ o tal de Capa Preta
È um sujeito malfadado
Tudo é questão de tempo
Então prendo o desgraçado

Uma nobre professora
Que trabalhava no centro
Dizia, comigo, um dia:
___ Me recordo aquele tempo
Eu tinha medo do escuro
E, também, do lazarento

O nome dela é Sônia
Vivia a lecionar
Em duas grandes escolas
Uma lá e outra cá
Em lugares diferentes
E, longe pra arrebentar

Ela saía de casa
À noite pra trabalhar
E, no meio do caminho,
Começava a se lembrar
Do danado capa preta
Que pudesse atacar
                                                                                               
Ia, a pé, para o trabalho
Pois, nem bicicleta, tinha
Olhando, sempre, as árvores
De preferência, pra cima
Ali poderia estar
O homem que ela temia

Muita gente conheceu
O, malandro, Capa Preta
Uns chegavam a afirmar:
__ É pior que o capeta
Outros, diziam, que nada:
__ Dou-lhe um jeito na escopeta

Por toda Naviraí
A sua fama corria
O sujeito era danado
E de muita valentia
Enfrentava a polícia
Com ele ninguém podia

E, assim, passou o tempo
Depois de muita ação
Diz o povo que a polícia
Deu um jeito no Cirção
Trazendo tranqüilidade
Àquela população.













Biografia:
Valdecir dos Santos – Docente na Rede Estadual de Ensino de MS Pós-Graduado em Língua e Literatura Professorvaldecir.santos@gmail.com
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