Amoras rubras,
pendendo para o rio.
Águas vermelhas.
Os lírios brancos
imploram pelas águas.
Levam perfumes.
Os pés de paina,
floresceram de noite.
O rio nem sabe.
E nós crianças
pés pequenos nas águas,
que já passaram.
Também passaram
nuvens, borboletas,
tudo tão breve.
Passou o tempo
de comer amoras,
de colher os lírios.
Passou o tempo
de soprar as painas,
caçar borboletas.
Passou o tempo
de olhar as nuvens,
de brincas nas águas.
Passou o tempo...
E o rio nem sabe.
|